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Aramis

Artigos por data (1987)

Jamil, o poema do osso

Jamil Snege, 43 anos, publicitário, escritor é, antes de tudo, daquelas (raras) pessoas aos quais a amizade é algo sagrado. Daqueles amigos que como diz o poeta Fernando Brandt, "é para se guardar debaixo de sete chaves, do lado esquerdo do coração". Uma recente prova disto foi dada por Jamil ao escritor Wilson Bueno, 37 anos, quando do lançamento do "Bolero's Bar", o aguardado primeiro livro de crônicas cuja edição praticamente já está esgotada. xxx

No campo de batalha

Maria José Justino, professora de estética da Universidade Federal do Paraná e hoje coordenadora do Patrimônio Histórico-Artístico da Secretaria da Cultura, já tem definido o seu projeto para este ano, após abril: um curso de pós-graduação em Paris. Pretende viajar com a família e aproveitar, por dois anos, todas as delícias culturais da Cidade Luz. xxx

O Azor dos bons tempos do rádio

No último domingo, dia 12, faleceu Azor Silva. Radialista dos mais conhecidos e estimados, identificado por mais de 20 anos com a antiga Rádio Emissora Paranaense, da qual foi sempre um dos grandes programadores, o bom Azor morreu sem ter merecido a última homenagem que o grupo paulista que adquiriu a freqüência daquela emissora - hoje FM Scala - pretendia lhe prestar, por nossa sugestão: dar o seu nome ao principal estúdio da emissora no edifício Marisa, na Rua Senador Alencar Guimarães.

Tempo de promoção para a música 87

O boom na indústria fonográfica em 1986, provocando uma demanda muito além da capacidade de produção das fábricas de discos não fez as gravadoras dormirem sobre os louros. Sabendo de que pelo próprio produto oferecido as variações do mercado são inesperadas, quatro multinacionais do setor começam 1987 com vigorosos planos de marketing em favor de seus contratados.

"Camorra", um filme de utilidade pública

Existe o cinema-estética, o cinema-coração assim como o cinema efeitos especiais - entre tantas classificações que críticos e ensaístas como o curitibano Lelio Sottomaior Jr. gostam de fazer. Mas há também o cinema-utilidade pública. Não apenas o filme promocional ou publicitário, realizado dentro de claro e definido prisma mercadológico, capaz de se integrar a um determinado objetivo - e então se cairia apenas no simples comercial de poucos segundos - mas aquela obra que, pela sua seriedade vem prestar um real serviço à comunidade.

As drogas no cinema

Da chocante imagem do crupiê Frankie Machine (Frank Sinatra) drogando-se em "O Homem do Braço de Ouro" (The Man of The Golden Arm), há 32 anos, quando o inquieto austríaco-americano Otto Preminger (1906-1986) acorajou-se a levar, sem meias tintas, o drama dos tóxicos para a tela, até toda uma recente safra de filmes que têm abordado esta temática, as drogas no cinema continuam a provocar diferentes reações junto ao público.

Seres Víveres, o humor de Werneck

Como muitos outros colegas, o publicitário Ruy Werneck de Capistrano é um sujeito muito bem humorado. Gosta de contar estórias deliciosas e tem um texto comunicativo. Só que ao contrário de tantos amigos talentosos - como o Sérgio Mercer, Zeno Otto, Paulinho Vítola entre outros realizados profissionais - Werneck não guarda seu humor apenas para privilegiadas reuniões "after six o'clock", quando a rapaziada da criação se reúne para saborear o melhor scotch.

Miles Davis, com a força de seus melhores momentos

"Na escola de música a gente aprende apenas como aprender. Como saber interpretar a música dos outros. Isso não basta. É quando se sai do conservatório que tudo começa. É então que cada um deve aprender seu jeito de aprender". (Miles Davis) Há um Olimpo musical no qual vivem artistas que têm uma mágica de constante juventude criativa. Sem apelarem para modismos - mas sabendo estar atentos para o trem que transporta as sensibilidades dos homens de todo o mundo - sabem acompanhar o passo da História e manterem-se com uma dourada adolescência artística.

Fagner, a trajetória de um trabalhador musical

A propósito do novo álbum de Miles Davis, falamos de artistas que sempre buscam uma (re)atualização e não se satisfazem com os louros conquistados. Uma inquietação que nem sempre é devidamente absorvida, pois embora o público, especialmente o jovem, aprecie as inovações, nem sempre as entende devidamente.

Pablo, um compositor da Nova Trova Cubana

A chamada Nova Trova é a prova de quanto pode um movimento musical de grande solidez fazer para aproximar culturalmente um país do hemisfério do qual se encontrava afastado. Anos antes das demarches para o reatamento das relações diplomáticas Brasil-Cuba terem sido iniciadas, os brasileiros já começaram a conhecer, admirar e amar a nova música cubana - especialmente a de dois intérpretes-compositores, Pablo Milanez e Silvio Rodriguez.

Todos fricoteiam com o baiano Luiz Caldas

Pois é!

A dor da velhice com as imagens da música

Poucas vezes o cinema tratou com tanta profundidade, sinceridade e emoção um tema difícil, incômodo mas verdadeiro - a velhice como fez Fabio Carpi em "Quarteto Basileus" (cine Luz, até amanhã). A partir da morte de um violinista, Oscar - logo na primeira seqüência, "Quarteto Basileus" é um painel profundamente humano do crepúsculo dos três sobreviventes, músicos virtuoses que, por 30 anos, dedicaram-se a sua arte, desprendendo-se de uma vida familiar, de uma realização afetiva e, sentindo, de repente, a chegada do peso da idade, a proximidade da morte e o vazio da existência.

Frederico escreveu sobre a catástrofe da radiação

O jornalista e cineasta Frederico Fullgraf já encaminhou os originais de seu novo livro - "Hiroshima, Bhopal e Chernobyl: Três Estações do Apocalipse" para três diferentes editores. Dará preferência àquele que garantir o livro na praça ainda neste trimestre, pois a atualidade da obra exige rapidez.

As ternas imagens da ingênua Maria

Ao contrário de Andrei Tarkovsky, o premiado diretor de "O Sacrifício" (Palma de Ouro, Cannes-86; breve lançamento em Curitiba e já à disposição em vídeo), Andrei Konchalovsky não chega a ser um cineasta russo dissidente. Tarkovsky, diretor de filmes tão notáveis como herméticos ("Solaris", "Andre Ralov") morreu praticamente no exílio, em Paris, a 29 de dezembro último. Konchalovsky vive nos Estados Unidos, tendo encontrado nos mais ativos produtores desta década - Menahem Golan e Yoram Globus - condições de realizar filmes de grandes orçamentos.

Um livro com aquilo que nosso Poty não escreveu

Inúmeras pessoas, desavisadas do temperamento tímido e introvertido de Poty Lazarotto, nosso mais importante artista plástico, lhe tem sugerido que escreva um livro sobre uma das técnicas da qual é mestre: a xilogravura. Em seu mutismo, o grande Poty limita-se a sorrir e dizer: - "Eu faço arte. Quem escreve são os outros. Como o Valêncio" - dirigindo-se, naturalmente a Valêncio Xavier, 50 anos, seu amigo de muitos anos e parceiro em vários livros, inclusive o recente "Falando de Figurinhas".

A FCC quer mesmo o Rui. Mas não é por moralismo

- Quem, eu? Moralista? Surpreso diante das alegações de que uma das razões pelas quais a Fundação Cultural de Curitiba teria solicitado o cine Rui Barbosa seria a sua programação com filmes pornográficos, o advogado Carlos Frederico Marés de Souza, secretário municipal da Cultura, fala de sua surpresa ante tal acusação, acrescentando: - "No ano passado fui criticado por ter realizado o seminário sobre Arte & Erotismo. Aliás, como dirigente cultural eu tenho sido pró-erotismo muito mais do que seria desejável por muitos."

Mas o pornô já não rende tanto quanto antigamente

Há alguns anos, os filmes pornográficos estavam tranqüilamente entre as dez maiores bilheterias.

Duas boas estréias e mais ótimas reprises

A concorrência entre os exibidores privados e a Fundação Cultural de Curitiba, que se tornou uma grande exibidora com três salas comerciais (e mais uma quarta, a ser inaugurada em breve no Portão) traz ao menos um benefício. Bloqueada em conseguir grandes estréias, a FCC terá que fazer reprises e, o bom gosto do Chico Alves faz com que filmes importantes retornem. Só espera-se que os mesmos, quando obterem boas bilheterias, permaneçam em cartaz - e não fiquem magros 7 dias.

Textos deliciosos de Fernando Sabino

O cronista Fernando Sabino é um homem prático. Seus livros têm um público seguro e, a cada ano, ele oferece uma novidade: seja um romance, uma nova antologia de crônicas ou experiências reunindo diferentes novelas. Em 1986, devido suas andanças internacionais, Sabino não pôde fazer nada de especial, mas nem por isto deixou de ter algo de novo no catálogo da Record: três volumes com seleções de suas melhores crônicas, contos e histórias.

Bethania: "Gil, governador da Bahia, por que não?"

Porto Alegre - janeiro - "Gil? Ah! Ele agora é secretário da Cultura de Salvador. Está entusiasmadíssimo. Cá entre nós, acho até que o político que existe nele pode fazer o cantor parar. Aliás, ele já disse que quer ser prefeito de Salvador". - E por que não governador da Bahia? - Sim. Por que não? Afinal, ele tem condições para isto!
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