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Aramis

Artigos por data (1988 - Maio)

No cinema, nos palcos, o homem das mil canções

Dos 21 musicais que Berlin escreveu para a Broadway, ficaram centenas de canções.

Erich, jovem técnico no frio da Finlândia

A temperatura era de 15 graus positivos em Helsinque, neste 1o. de maio. O povo saiu às ruas, cantando e dançando, para comemorar o "calor" da chegada do clima primaveril - "alguma coisa como nosso Carnaval, com comes e bebes nas ruas, e ninguém indo para casa dormir". A descrição é do engenheiro florestal Erich Gomes Schaitza, 26, que está na Finlândia a convite do Instituto de Pesquisa Florestal da Universidade de Helsinque desde o dia 3 de abril. -É mesmo de fazer festa - conta ele - até a semana passada a temperatura era de 10 graus negativos. xxx

Winter, o jazz que aproxima os homens

Foi há 26 anos. O grande auditório do Teatro Guaíra estava ainda em obras mas já abrigava espetáculos grandiosos - desde que a Sinfônica Brasileira, sob a regência de Eleazar de Carvalho ali havia feito um concerto histórico. Naquele início dos anos 60, o Departamento de Estado destinava generosas verbas para que a Usis - United States Information Service mantivesse ativos escritórios regionais em várias capitais brasileiras. Em Curitiba, graças a este programa, a Usis promovia um programa cultural quase tão intenso como o que hoje o Goethe Institut aqui executa.

No campo de batalha

Enquanto os livros espiritualistas da atriz Shirley MacLaine escalam cada vez mais as relações de best-seller no Brasil - fator preponderante para convencer a atriz de "Se o meu apartamento falasse", aceitar o convite para visitar o Brasil este ano (com uma natural vinda a Curitiba, para conhecer a sede dos Rosa-Cruzes), outras editoras também aproveitam a área espiritualista.

Irving Berlin, 100 anos - Deus salve o último dos 5 grandes da canção americana

"Irving Berlin não tem lugar na música americana: ele é a música americana". (Jerome Kern, 1885-1945) "Berlin é o Franz Schubert americano" (George Gershwin, 1890-1937) Viver um século é raridade. Um gênio completar um século, uma efeméride.

Ponty, o violino muito eletrificado no Guaíra

O cigano Django Reinhardt foi o primeiro e maior, não resta dúvida! Em pouco mais de duas décadas, vivendo errante como o sangue que trazia nas veias assim o caracterizava, Jean Baptiste Reinhardt (Liverchies, Bélgica, 23/1/1910 - Fontainebleau, França, 16/5/1953) foi não apenas um tremendo guitarrista e executante de banjo, mas, sobretudo, ficou como o primeiro jazz-man a valorizar o violino numa música que, até então, havia resistido a este instrumento - identificação à música clássica.

E a fussion jazzística começou há muito tempo

Para os conservadores do jazz que poderão se irritar com a exagerada eletrificação de violino de Ponty - e dos músicos que o acompanham, é bom que se diga: desde o final dos anos 50 que em nome de uma fussion o jazz tem sido absorvido por instrumentistas de formação de rock mas, inteligentemente, preocupados com uma linguagem mais profunda. Assim como grandes jazzistas - e basta lembrar Miles Davis - também se aproximaram da eletrificação, do balanço, da comunicabilidade jazzística.

14 ex-prefeitos e uma preocupação: Curitiba

Um misto de teste e pesquisa para sentir até que ponto o amor pela cidade é maior do que divergências e ambições políticas: no próximo dia 19, quinta-feira, o prefeito Roberto Requião pretende reunir todos os homens que já passaram pela cadeira que ele hoje ocupa - além de representantes de todas as entidades da comunidade - para um amplo debate sobre o plano municipal de desenvolvimento urbano.

No campo de batalha

Jorge Carlos Sade, artista plástico, marchand-de-tableaux e, sobretudo um polemizador nato, está indignado com a Secretaria da Cultura.

Diane, a voz da banda de Bassie

Paralelamente às grandes vozes do jazz do passado - agrupadas em dois indispensáveis álbuns - "The Singers", mesmo título tanto para a coletânea da Columbia Jazz Masterpiece, como no volume da Atlantic/WEA (recém-chegando às lojas), temos uma voz contemporânea, magnífica e impulsionada pela indicação ao Grammy neste ano: Diane Schur.

Lee e Eric, duas guitarras bambas

A guitarra elétrica nas mãos de dois mestres, de épocas diferentes mas identificadas por uma grande criatividade. O inglês Eric Clapton (Surrey, 1945), para muitos um dos maiores nomes da história do jazz e que marcou inúmeros grupos dos anos 60/70 (Yardbirds, John Mayall's Blues Breakers, Cream Blind Faith etc.), pode ser ouvido numa espécie de síntese na gravação ao vivo "Timepieces volume II: Live in the Seventies" (Polygram).

A volta de Young

Neil Young, 43 anos, está voltando em plena forma. Nas telas americanas, aparece como um dos atores (além de autor da trilha sonora) do filme "68", de Steve Kovacs, produzido por Dale Djerassi, o mesmo executivo que trabalha no projeto "Flora's Story" e que há um mês veio a Curitiba, acompanhando a tournée de Flora Purim e Airto Moreira. Flora, nos contava no último sábado, que Young está ótimo no filme de "68" - a história de uma família de imigrantes checoslovacos, que foge de Praga por ocasião da invasão das tropas do Pacto de Varsóvia, e vão para os EUA.

Manilow cantando para fazer o amor

Barry Manilow, compositor, pianista, cantor e arranjador, tem uma carreira curiosa. Começou cantando baladinhas românticas, bem emolduradas, mas já cuidadosamente embaladas em bons arranjos ("Oh Julie", "Heaven"), emplacando êxitos como "Daybreak" e "Copacabana", que há 12 anos, o fez vir ao Brasil. Loiro, good-looking, numa época de um som cada vez mais eletrificado (e irritante) soube trilhar um caminho próprio e que desembocaria, há quatro anos, no melhor disco de 1984: "2:00 AM/Paradise Cafe" (Artista/RCA), seguramente um dos mais suaves e enternecedores álbuns desta década.

Ballet russo

Verinha Walflor, elétrica como a voltagem de Itaipu, não pára: nem bem parou com a produção local do violinista Jean Luc Ponty e já está agitando as duas apresentações do Ballet Moisseiev (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, e Cz$ 2.000,00). o curitibano gosta de dança e portanto as casas deverão estar lotadas - apesar de ser meio do mês e a grana correr curta.

Uma parceria com Antônio Cândido

Aluísio Falcão, um pernambucano que, depois de assessorar Miguel Arraes em seu primeiro governo, foi quem possibilitou que Marcos Pereira (1930-1980) fizesse o catálogo fonográfico mais brasileiro de nossa história, deixou o Estúdio Eldorado e através da Idéia Nova está produzindo discos como sabe fazer. O primeiro lançamento será do sambista João Nogueira e o segundo o novo álbum de Carlinhos Vergueiro, seu parceiro dos mais queridos (com o qual assina músicas como "J. Petrolino").

Bom astral de Carlinhos para reerguer(?) o Paiol

A surpresa foi total. Nem Paquito, há um mês na administração do Paiol, nem os amigos que Carlinhos Vergueiro tem em Curitiba e muito menos o próprio artista esperavam. Aconteceu, felizmente! Como nos bons tempos, o Paiol teve casas lotadas no sábado e domingo, para aplaudir o espetáculo de Vergueiro, ao violão, sua simpatia e canções das mais agradáveis.

Rei Bola em altos vôos

O estimado Bola, e o mais competente Rei Momo que o carnaval curitibano já teve - e tanto é que há dois anos defende este título no Rio de Janeiro - ganhou capa da revista de Domingo no "Jornal do Brasil": carregando nas costas o anão Rolinha (Olindo Augusto da Silva, 25 anos, 93 centímetros), Bola (Reinaldo de Carvalho, 26 anos, 190 quilos) é um dos focalizados na reportagem de Márcia Vieira sobre "os altos e baixos dos gordos e magros" - que localiza pessoas fora de série - as vantagens e, principalmente, os problemas que cada um enfrenta. xxx

No campo de batalha

Único crítico de cinema profissional do Paraná - durante uma década era contratado da "Folha de Londrina" exclusivamente para fazer análises de filmes - Carlos Eduardo Lourenço Jorge, 37, professor da Universidade de Londrina e programador do cine Ouro Verde, voltou à imprensa (há dois anos, por ter participado de uma greve, havia sido demitido da "Folha de Londrina").

Guaíra, um novo Puerto Stroessner para compras

"Vitrininha do mundo" há muito que Puerto Stroessner deixou de ser o Paraíso dos Compristas. O boom desenvolvimentista de Foz do Iguaçu, o crescimento vertical de caravanas de turismo, a multiplicação de lojas e comércio ambulante retiraram há muito, qualquer satisfação em comprar artigos estrangeiros no outro lado da Ponte da Amizade.

Mamãe apenas divertida

Romancista que só agora está sendo descoberta no Brasil, a norte-americana Patricia Highsmith forneceu no mínimo material para três clássicos filmes policiais: "Pacto Sinistro" (Strangers on a Train, 51, de Alfred Hitchcok), "O Sol por Testemunha" (Plein Soleil, 1959, de René Clement) e "O Amigo Americano" (The American Friend, 1977, de Wim Wenders).
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