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Aramis

Artigos por data (1989)

Sem discussão, "Bird" é a melhor estréia da semana

Bastaria um estréia para fazer desta uma semana especial: BIRD. Depois de "Em Torno da Meia Noite" (Round Midnight, 1986, Bertrand Tavernier), era difícil imaginar um filme melhor sobre o mundo dos jazzistas.

Festival de Artes Rítmicas no Centro Cultural

Cascavel - Com o objetivo de mostrar o trabalho desenvolvido em Cascavel durante o ano de 1988, a Academia Stillo Dance promove amanhã e domingo, no anfiteatro do Centro Cultural Gilberto Mayer, o "Festival de Artes Rítmicas". O evento marca o início das atividades deste ano que, além desta, prevê outras quatro apresentações já programadas para serem realizadas com o apoio da Secretaria da Cultura, Esportes e Turismo - Culturest.

Chaves faz acordo no México para final feliz de Juliana

Mais vale um acordo diplomático do que uma demanda internacional. Assim pena o senado Francisco Leite Chaves, que retornou há pouco do México, onde esteve em sua condição de advogado com know-how em questões internacionais. Voltou feliz, porque a causa que o levou àquele país - envolvendo questão relacionada a direito de família - acabou tendo um happy end satisfatório para as duas partes. E se não teve tanta repercussão quanto a guerra que foi retomar a menina Bruna, de seus pais adotivos, em Tel Aviv, também envolveu uma criança brasileira. ***

Um "chá de desquite" para Heitor Valente

Heitor Valente, 40 anos, poeta como seu avô, letrista com mais de 50 músicas gravadas, animador e promotor de eventos culturais, é, acima de tudo uma das pessoas mais bem humoradas da cidade. Otimista incorrigível, sabe fazer do limão a melhor limonada e empinar papagaio mesmo quando o tufão ameaça atingí-lo.

No campo de batalha

Organização germânica de Vera Lúcia Huebner, a eficiente assessora do programa cultural do Instituto Goethe: há meses vem se preocupando em divulgar o novo endereço da instituição (Rua Reinaldino Schaffenberg de Quadros, 33, esquina com a Ubaldino do Amaral). Dia 23, reúne a imprensa para mostrar como ficou a nova sede. *** "Análise Conjuntural", house-organ editado pelo Ipardes, publica em seu

Surge embrião de novo centro de cultura

Se alguém perguntar para um grupo quem conhece o ICBA, é provábel que ninguém se manifeste. Se, ainda, perguntar quem já ouviu falar no Instituto Cultural Brasil-Germânico poucos vão responder. Agora, se a pergunta for sobre o Goethe, com certeza a reação será bem mais intensa. A instituição foi criada pelo governo da Alemanha Ocidental para difundir a cultura germânica pelo mundo. Hoje existem 149 unidades espalhadas por 65 países. E, em Curitiba, o Goethe-Institut tem desenvolvido ótimos trabalhos, sozinho ou associado a instituições brasileiras.

Dona Mariah, as lições de uma jovem de 84 primaveras

Aos 84 anos - completados no último dia 9 de fevereiro, ela oferece a imagem da juventude e energia. Em sua simplicidade, tornou-se mais do que a amiga de toda uma geração de baianos que se tornaram nomes famosos nas artes brasileiras a partir dos anos 60: cantores, compositores, músicos, artistas plásticos, escritores - ou simplesmente gente, a quem parece transmitir sua receita de felicidade e simplicidade de saber bem viver.

Idéias atuais de uma mulher de sentimentos

Cristina - Dona Mariah, quais seus autores preferidos? D. Mariah - Atualmente não leio muito autores estrangeiros. Mas já li muito, sobretudo os franceses que lia no original. Anatole France tem a minha preferência apesar de gostar de Victor Hugo, Baudelaire, Balsac... Lia também muito os portugueses: Eça de Queiroz, Fernando Pessoa. Dos escritores da atualidade, naturalmente dois baianos já internacionais: Jorge Amado e João Ubaldo. Cristina - A Sra. citou somente os homens. E as escritoras mulheres? D. Mariah - Não gosto muito não... a não ser Clarice Lispector...

No campo de batalha

Os funcionários da Fundacem e Funarte continuam organizadíssimos na resistência para evitar demissões em massa nestas fundações do Ministério da Cultura. Amplo material sobre o ato de protesto promovido dia 14, na Cinelândia, Rio de Janeiro, foi distribuído nacionalmente. ***

Bamerindus dará a Foz o mais belo dos presentes

Ainda não foi marcada a data de lançamento. Inteligentemente, a professora Maria Cristina Vieira, coordenadora do projeto, já tem três datas que se ajustam, efemericamente, ao espírito do livro: o centenário da colônia militar brasileira, que daria origem ao município criado 25 anos depois. Em 1939 viria a lei criando o Parque Nacional.

Enxugando diretorias o Guaíra será dinamizado

Parece que o bom senso vai prevalecer: o governador Álvaro Dias já deu sinais de que vê com simpatia a extinção da diretoria de Arte e Programação da Fundação Teatro Guaíra. Dependendo agora de estudos das Secretarias de Cultura e Administração, o cargo - vago desde que a professora Lúcia Gluck Camargo assumiu a Secretaria Municipal de Cultura - deverá ser extinto. Com a economia feita, poderão ser criados cargos de assessoria, flexíveis e diretamente subordinados à superintendência. ***

Maria Cristina, a executiva cultural

Professora, com formação na área de antropologia e filosofia, tendo exercido o magistério, vários cursos no Exterior, mulher refinada e inteligente que, em viagens pelo mundo aprendeu a valorizar a arte e a cultura, Maria Cristina Vieira há três anos, modestamente, fez de uma pequena galeria de arte na rua Dr. Pedrosa um centro cultural que, proporcionalmente, fez mais eventos que a Fundação Cultural/Secretaria Estadual de Cultura.

Tania Maria, do nosso Carnaval a Nova Iorque

É uma pena que a "Encyclopedia of Jazz - the 80' years", do maior especialista em jazz do mundo, Leonard Feather, ainda não tenha circulado - pois nela não faltará um belo verbete sobre mais uma brasileira que deu certo: Tania Maria (Correia Reis, São Luiz, 9/5/1948). Ainda não folheamos o "Groover's Dictionaire of Jazz" (2 volumes, preço ao redor de Ncz$ 500,00), mas se houver critério justo sobre as revelações dos últimos anos, o fato é que a maranhense Tania não pode faltar.

Ecletismo de Marisa compensa o marketing

Há quase dois anos, em matéria de página inteira na capa do Caderno B, do Jornal do Brasil, o título já antecipava: "Nasce uma estrela: Marisa Monte". A partir de então, numa das mais bem orquestradas campanhas de lançamento de uma artista, a imprensa nacional passava a dispensar à nova cantora um tratamento de superstar. Assim, de desconhecida de ontem passou a ser um nome famoso - isto sem sair de um restrito circuito carioca e sem gravar seu primeiro LP. O pigmaleão da operação é competente: Nelson Motta.

Geléia Geral

Mais um baiano nas águas do reggae: Ricardo Chaves. O moço conseguiu fazer de "Eva" (sucesso do extinto Rádio Táxi no início dos anos 80) num excêntrico tecnoafoxé (?) que foi dos mais tocados nas FM's de Salvador (que prestigiam demais os autores da terra). Formado em administração de empresas. ex-integrante da banda Cabo de Guerra, premiado várias vezes em Salvador, com um disco independente, agora Chaves chega pela CBS com um reggae ecológico logo na abertura, "Mãe Natureza" (Luciano Gomes), que puxa outras músicas de embalo, que, ao menos na Bahia, têm seu público. ***

As "Revoluções" de Jarre

Para muitos ele foi pioneiro da chamada new age music. Outros o classificam simplesmente de vanguardista. O fato é que dentre os criadores contemporâneos, Jean-Michel Jarre é um dos que tem desenvolvido um trabalho mais notável, em termos da utilização do que a tecnologia possibilita à criação humana. Desde o revolucionário "Oxygene" (1976), seus discos são verdadeiros vôos espaço-musicais, que vendem milhões de cópias em todo mundo. Seu novo LP ("Revolution", Dreyfus/Polygram) dedicou às crianças, "pois são as únicas a trazerem dentro de si a verdadeira revolução".

Rasga coração no bebop do pássaro com todas emoções

"Não existe segundos atos nas vidas americanas." (F. Scott Fitzgerald, 1896-1940) ***

Gillespie, antes de tudo o profissional

Dizzy Gillespie, 72 anos, o último dos grandes nomes do jazz ainda em atividade, foi um dos poucos dirigentes de bandas jazzísticas a apoiar Parker em suas horas mais difíceis. Numa cena de "Bird", na praia de Santa Mônica, Califórnia - na fracassada tentativa de levar o bebop à West Coast - ele fala da importância do músico ser responsável, principalmente quando negro ("pois é isto que eles querem: que mostremos ser irresponsáveis"). Gillespie, inimigos de drogas e do álcool, foi um dos sobreviventes da geração de maior voltagem do jazz justamente por sua organização e caretice.

Baronesa Nica, a mecenas do jazz

No dia 30 de novembro último, em Paris, morreu a baronesa Nica de Rothschild de Koenigswarter, uma espécie de mecenas de músicos de jazz, em cuja suíte no Hotel Ritz, em Nova York, Charlie Parker morreu, quando assistia a um programa de televisão.

A música que poucos entenderam na época

Assim como o roteirista Joel Oliansky, teve a vantagem de contar com os originais do ainda inédito "Life in E Flat" ("Vida em Mi Bemol"), livro de Chan Parker, 63 anos (e que posteriormente se casou com Phill Woods, 58 anos, também saxofonista), a viúva de Charlie, consultora do filme (hoje vive em Paris), cedeu a Clint Eastwood fitas com registros inéditos de Yardbird.
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