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Aramis

Artigos por data (1990 - Março)

Os spirituals de Satchmo e os blues da grande Bessie

Duas edições absolutamente históricas chegam aos colecionadores: "Louis and the Noly Book" e "The Collection" com Bessie Smith. Dois documentos sonoros, com nomes marcos do jazz tradicional e que merecem ser ouvidos, com a maior atenção. Se Louis Armstrong (New Orleans, 04/07/1900 - Nova York, 06/07/1971), é o próprio sinônimo do jazz e não existe quem não o identifique como a própria imagem da cidade que nasceu, Bessie Smith (Chatanooga, Tenessee, 18/04/1898 - Clarksdale, Mississipi, 26/09/1937) só, hoje, passados 50 anos após a sua morte, começa a ser devidamente apreciada no Brasil.

No deserto humano, o oásis da amizade

"Ambos sabemos que uma mudança vai acontecer e próxima está a libertação." (Bob Telson, na letra de "Calling You", cantada por Jovetta Steele em "Café Bagdá").

Carmem e Ademar em biografias de luxo

Dentro de um dos mais ricos filões da indústria editorial - a das biografias, que há anos é explorada exaustivamente pelas maiores editoras dos Estados Unidos e Europa - no Brasil há também um interesse especial por biografias de artistas, realizadores e mesmo produtores ligados ao cinema, música, televisão, artes plásticas etc. Paralelamente a traduções de best-sellers do gênero, editores de maior visão também estão buscando trabalhos originais.

Homenagem à estrela Dalva e a descoberta de Marilu

Será, no mínimo, uma reunião de pessoas que amam a nossa melhor musica popular. Amanhã, ao entardecer, na sala Antonio Mililo da Secretaria da Cultura, o lançamento oficial de "Estrela.. Saudade", álbum duplo com Dalva de Oliveira (Vicentina de Paula Oliveira, Rio Claro, SP-5/5/1917-RJ, 31/8/1972) interpretando 30 belíssimas marcha-rancho, marcará a 50ª produção do selo Revivendo, que há dois anos vem proporcionando o reaparecimento de jóias de nosso cancioneiro.

Não perca pelo título esta divertida comédia

Um dos aspectos mais divertidos do folclore cinematográfico é o que se refere aos títulos que os filmes estrangeiros recebem no Brasil. Desde os anos 20, quando a indústria cinematográfica americana começou a fazer seus produtores chegarem até nós têm sido cometidos verdadeiros atentados em termos de "adaptar" os títulos originais para que haja um "interesse" do público. Pérolas da imbecilidade são freqüentes e a mais recente delas é a que a United International Pictures, no Rio de Janeiro, deu a "Parenthood": O TIRO QUE NÃO SAIU PELA CULATRA.

Airto e Flora virão com Gillespie para Free Jazz

No domingo, Airto Moreira telefonou de Los Angeles, para a casa de sua mãe, dona Zelinda, 75 anos, contando que estava retornando de uma nova tournée, desta vez de três semanas na Inglaterra e mais uma em Cuba. Segunda-feira, 21, Beatriz Alessi, correspondente da "Folha de São Paulo" em Londres, relatava sobre a temporada de três semanas que Airto e Flora Purim haviam feito no Ronnie Scott's - a mais famosa casa de jazz da Capital inglesa - com lotação esgotada todas as noites.

David Niven, Olivier, Burton, Depardieu e Douglas em livros

Ao lado de verdadeiros livros de arte que trouxeram biografias de Carmem Miranda (de Carlos Emmanuel Barsante) e "Gonzaga Por Ele Mesmo" (Ademar Gonzaga, 1901-1978), no ano passado a biblioteca de biografias de artistas foi valorizada pelas memórias de atriz Itala Nandi ("Teatro Oficina - Onde a arte não dormia", editora Nova Fronteira).

"Festa" ganha em vídeo e bom pacote do Herbert

Há filmes que se ajustam ao vídeo. Outros só perdem ao serem apreciados na telinha. Por exemplo, uma obra como "Pelle, o Conquistador", por sua dimensão plástica, belíssima fotografia, transforma-se num pastiche ao ser visto no vídeo. O mesmo pode-se dizer de centenas de outros títulos que as distribuidoras insistem em colocar no mercado, muitas vezes em cópias péssimas sem cores, borradas e escurecidas.

No quartel do CPOR, o lugar para o Museu David Carneiro

Mais um espaço cultural para a cidade. Aonde hoje está o 5º Batalhão Logístico e a 5ª Companhia de Material Bélico do Ministério do Exército, uma área para sediar bibliotecas, um auditório e, talvez, o Museu David Carneiro. Uma fachada de cultura para o grande empreendimento comercial que o grupo Irmauad vai implantar na Praça Oswaldo Cruz. xxx

No campo de batalha

Veteranos homens da cinematografia reuniram-se na manhã de quarta-feira no Bristol para a sessão especial de "Cinema Paradiso" em homenagem ao mais velho dos operadores de cinema do Paraná (e possivelmente do Brasil): Paquito Morilha, 87 anos, 75 de cinema - embora aposentado desde meados dos anos 60. Morilha começou com 11 anos, no cine Bijou, tendo que subir num banco para poder operar a velha máquina de exibição - tal como faz o personagem "Totó" no belíssimo filme de Giuseppe Tornatore, agora em exibição no Cinema I.

Na gorda safra visual, chegou a Sociedade dos Poetas Mortos

Começa a safra das vacas gordas para os exibidores! Após algumas semanas de indigência de filmes - e em conseqüência também de público - abre-se a temporada do Oscar, trazendo filmes que com o maior marketing faz com que o acomodado espectador, cada vez mais viciado pela TV e vídeo - e também assustado com os preços dos ingressos, a falta de segurança para estacionar veículos no centro e outras razões que levam ao esvaziamento das salas de exibição - prefira cada vez mais ver os filmes na telinha do que no esplendor da tela ampla.

No campo de batalha

A frustração dos videomakers curitibanos que há algumas semanas ficaram eufóricos com um projeto que parecia ser generoso por parte do Banestado: financiar quatro produções de média-metragem abordando aspectos de nossa história. Fernando Severo, Valêncio Xavier, Berenice Mendes e Fernanda Morani apresentaram roteiros e chegaram a iniciar a pré-produção mas as coisas deram para trás. O Banestado indenizou os realizadores pelas despesas feitas e tudo voltou a estaca zero. xxx

O valor das chanchadas na revisão de Augusto

Certas obras tornam-se famosas antes mesmo de serem escritas. Desde 1979 que o jornalista Sérgio Augusto, 48 anos, prometia um livro sobre a chanchada.

No jogo de imagens, o desafio aos cinéfilos

Estimulado pela repercussão de "Cinema Paradiso" - embora a renda tenha sido fraca nos primeiros dias, agora, com a recomendação boca-a-boca, o público está crescendo no Cinema I - Levi Possato, superintendente da Vitória Cinematográfica, está agilizando junto a Warner a estréia de "Splendor", de Ettore Scolla. Afinal, como já escrevemos várias vezes, estes dois filmes são irmãos siameses: ambos abordam o declínio dos cinemas, tem linguagens fascinantes e apesar do tom nostálgico passam uma belíssima mensagem.

As lembranças do velho Paquito

Em 19 de maio de 1989, duas pesquisadoras do Museu da Imagem e do Som-Paraná - Ana Cristina Pereira e Cláudia Becker, com assessoria de Zito Cavalcanti, entrevistaram o exibidor Francisco Morilha, para o acervo da instituição. Desta entrevista, alguns trechos mais interessantes, transcritos e adaptados. MIS - Sr. Paquito, onde o sr. Nasceu? Paquito - Eu nasci em Málaga, na Espanha, em dezembro de 1902. Em 1910 minha família - eu e minha irmã Encarnacion e meus pais - viemos para o Brasil. Meus outros irmãos nasceram aqui. MIS - E no cinema, quando começou?

O "Rei Momo" americano

Quem diria, o Rei Momo acabou vindo dos Estados Unidos. Pois é? Compositor, músico, cineasta, performer, David "Talking Heads" Byrne, acabou dando no Carnaval. A WEA aproveitou a temporada pré-carnavalesca para aqui lançar "Rei Momo", terceira montagem que o cineasta de "Histórias Verdadeiras" fez com música brasileira em tempero pop.

Moraes e Pepeu no marketing carnavalesco e para a Copa

A consagração não poderia ser maior: capa da "Veja" na semana de Carnaval e uma agenda completa para todo este verão - faz com que dois dos "Novos Baianos" - Moraes Moreira e Pepeu - fossem os campeões da temporada. Campeões de um novo comportamento musical, já que hoje a música carnavalesca tem novos critérios, alvos e, especialmente, regras de marketing - que, por várias vezes, temos registrado em nossos espaços.

"Rap" a toda velocidade

BIZ MARKIE (Marcel Hall, Nova Iorque, 9/4/1964) estourou já com seu primeiro ("Goin'Off), transformando-se em sensação do cenário rap nova-iorquino. Mr. Dinamyte - como se tornou conhecido - encontrou na música balançante, utilizando o próprio corpo para tirar ritmos e batidas, uma forma de alcançar uma faixa jovem. Como no Brasil, a aceitação por Modelitos importados é grande, chega agora o segundo LP de Markie ("The Biz Never Sleep" - não o clássico tema romântico, mas um rap faiscante - o disco já conseguiu popularidade junto às discotheques e as FMs de programação mais colonizada.

"Volare" ao som Gipsy

Num simpático release, Betina Dowsley, convocada por Verter Brunner para apresentar o novo lp ("Mosaique", CBS) de Gipsy Kings, diz: "Se hoje a música latina ganhou o reconhecimento do público e crítica é porque um grupo de ciganos franceses formou o Gipsy Kings e empenhou-se em divulgá-la no planeta, com muito "Bamboleo".

O teatro Barracão do Paraná para uma praça em São Paulo

Anuncia-se quatro super-teatros para São Paulo mas é possível que um dos próximos espaços a serem abertos naquela capital seja de proporções mais modestas e, pasmem!, bancado pelo governo do Paraná. Será o projeto Barracão chegando a paulicéia desvairada, com um teatro prático, simpático, construído em madeira, painéis de Poty Lazarotto e Vicente Jair Mendes e beneficiando um dos bairros de maior agito cultural - Pinheiros, onde, no início dos anos 80, o Lira Paulistano, marcou época.
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