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Aramis

Artigos por data (1990 - Março)

Fernanda Montenegro, a atriz, a cantora e agora a escritora

Fernanda Montenegro e Fernando Torres estiveram por algumas horas em Curitiba na terça-feira. Foi uma viagem rápida mas importante. Chegaram pela manhã e durante um almoço-reunião com a professora Maria Cristina Andrade Vieira, coordenadora de projetos culturais do Banco Bamerindus acertaram os detalhes finais da participação do Banco da Nossa Terra no patrocínio de "Suburbano Coração" em sua temporada paulista (Teatro Cultura Artística, a partir de 23 de abril).

No campo de batalha

Uma justa homenagem a um dos artistas mais participantes do Paraná: a retrospectiva de Nilo Previdi (1913-1982) na galeria de arte do Banestado. Com premiações a partir de 1944 - quando participou do I Salão Paranaense de Belas Artes (medalha de prata, pintura), Previdi foi uma das personalidades mais queridas (embora polêmicas) da vida intelectual-artística da cidade dos anos 40 a 60. Homem de esquerda, boêmio de velha cepa, famoso por suas estórias, merece que se pesquise sua vida para ganhar um livro que mostre toda a extensão de seu talento. xxx

O primeiro disco e os LPs americanos de Nascimento

Finalmente, as gravadoras estão descobrindo a importância de fazer reedições. Durante anos, alguns dos melhores títulos do mercado fonográfico permaneceram como preciosidades, já que as detentoras dos fonogramas não se ligavam a uma questão óbvia: a cada ano surgem novos interessados em conhecerem momentos preciosos da música nacional e internacional e como os discos tem, normalmente, um tempo reduzido de permanência em catálogo, produções de alto nível que, dentro das regras do mercado não são entendidas quando de seus lançamentos, adquirem, com o passar do tempo, um grande valor.

Os teclados de Henrique

Produtor classe A, que vem fazendo da L'Art uma das etiquetas mais prestigiosas da área instrumental, Lauro Henrique Alves Pinto lançou há poucas semanas o elepê do pianista Henrique Loureiro ("Sonhos de Amor"). Carioca de 36 anos, Henrique começou estudando com Jacques Klein, que lhe deu a base que encantaria, mais tarde, os maestros Eleazar de Carvalho, Hans Reeps e Simon Blech, com quem viria a tocar.

A noite em que Gigli cantou no Cine Ópera

"Há os que nascem com uma estrela na testa. Há os que trazem outro sinal visível do destino. Gigli nasceu com um rouxinol na garganta". (Raffaello de Rensis, no início da biografia de 208 páginas - "Gigli, o cantor do povo", edição Saraiva, 1953).

O melhor tenor que nasceu há 100 anos

Hoje, com a tecnologia do CD e o milagre do vídeo - que possibilita a restauração de imagens primitivas além do reaproveitamento dos filmes que Bienamino Gigli fez na UFA e algumas outras produtoras alemãs e italianas nos anos 30 e, posteriormente a II Guerra Mundial, os apaixonados por sua obra, de melhor poder aquisitivo, podem dispor de ótima documentação. Mas há onze anos passados, exatamente em outubro de 1979, a maior homenagem fonográfica que se fez ao grande tenor foi da parte de seu conterrâneo e amigo, Maurício Quadrio, que o conheceu em Roma, nos anos 50.

Mulheres I: Rachel vem autografar a sua obra

Um nome maior da literatura brasileira estará na cidade dentro de um mês: Rachel de Queiroz virá no dia 18 para autografar os cinco volumes de sua obra completa, reeditada pela Editora José Olympio. A promoção é dos livreiros Tonicato Miranda e José De Biase, que com inteligência, bom relacionamento e visão cultural estão fazendo da Ipê Amarelo (Rua Comendador Araújo, 143) não só uma livraria mas um exemplar centro cultural.

Mulheres II: uma noite de abraços para a grande Inge

Ingeborg Rust teve uma prova de quanto é estimada nesta cidade que ela, alemã da Floresta Negra, "descendente de vikings" - como gosta de dizer, adotou em 1951, na noite da última sexta-feira: o seu Humel-Humel, na praça da Ordem, foi pequeno para o número de amigos que foram cumprimentá-lo pelo seu aniversário. xxx

No campo de batalha

90 quilos de excesso na bagagem do pianista Arthur Moreira Lima e do baterista Luciano Perrone, solistas do concerto de ontem à noite no Teatro Guaíra. O pianista fez questão de trazer o banco do piano - sem o qual não faz concertos ("se pudesse trazia meu Steinway"), enquanto Luciano Perrone, 72 anos - completados no último dia 8 de janeiro, não faz apresentação que não seja em sua bateria que o acompanha há mais de 30 anos. xxx

Viaje com miss Daisy nos caminhos da vida

"Não aceites docilmente esta bela noite. A velhice deveria rugir e esbravejar ao findar do dia. Enfurece-te, enfurece-te contra o apagar das luzes". (Dylan Thomas, um poeta inglês que morreu em Nova York, em 1953, aos 39 anos.)

No campo de batalha

Apesar da recessão artística - que já começou - neste fim-de-semana um espetáculo classe "A" deve justificar a ida ao Four Seasons, do Bourbon Tower: o empresário Mozart Primo, disposto a movimentar aquele espaço sofisticado - mas até agora ocioso em termos de atrações - traz o maior violonista brasileiro - Baden Powell. De quebra, a big band do veterano Osval, com standards da época de ouro da música americana. Baden apresenta-se amanhã e sábado. xxx

75 anos depois, Carlitos continua com todo o vigor

O centenário de nascimento de Charles Spencer Chaplin (1889-1977) justificou que, no passado, várias distribuidoras se voltassem para o seu extraordinário acervo. O mais popular nome do cinema em todos os tempos - identificado com a ternura e encantamento da fase mais pura da sétima arte - é mais do que natural que o imortal Carlitos continue encantando gerações.

Assista quatro dos cinco filmes que disputam o Oscar na segunda

Quatro dos cinco filmes que disputam o Oscar principal estão em cartaz: "Sociedade dos Poetas Mortos", em terceira semana no Bristol; "Campo dos Sonhos", no Plaza; no Lido I e Palace Itália, o emotivo "Conduzindo Miss Daisy", com nove indicações, e no Condor, "Nascido a 4 de Julho" que, com oito indicações ao Oscar, é outro fortíssimo candidato a levar as principais premiações. Só fica faltando "Meu Pé Esquerdo", que ainda não chegou ao circuitão. Conduzindo Miss Daisy

Lusco-Fusco em "Starkare"

Duas atrizes, Aléa e Ariana Havro, do Lusco-Fusco atuam na peça "Starkare", que reestréia hoje. Os demais componentes do grupo teatral trabalham nos bastidores, seja na iluminação, cenário, como até divulgação. Direção de Carlos Manuel. "Starkare", do dramaturgo sueco Augusto Strindberg (1849-1913), foi escrita entre 1889 e 1890, integrando o projeto de Teatro Experimental, desenvolvido pelo autor para o Dagmarteatret de Copenhague, onde foi apresentada pela primeira vez em 9 de março de 1889.

Os Schumann vencem Concorrência Fiat

Os irmãos Werner e Willy Schumann foram os únicos paranaenses que venceram a Concorrência Fiat neste ano. Eles juntos vão receber a quantia de 8 mil BTNs para a produção do vídeo "De Bona - Caro Nome", destacando um dos mais importantes artistas plásticos paranaenses, hoje com 86 anos. A Fiat, que desde 88 vem patrocinando projetos culturais através de concurso anual, fará entrega do prêmio na primeira quinzena de abril. Dividindo a premiação entre as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste serão distribuidos cerca de 58 prêmios (todos de igual valor - 8 mil BTNs).

A lambada na tela para o subdesenvolvido consumir

É lamentável que J. Ramos Tinhorão, o mais contundente dos sociólogos-críticos-pesquisadores de nossa cultura (dita) popular, não esteja com sua metralhadora giratória na imprensa nacional. Afinal, Tinhorão (José Ramos), 62 anos, a partir de 1951 na imprensa, sempre se caracterizou pela defesa intransigente do que entende por valores brasileiros - é um crítico feroz de modismos, marketings e jogadas internacionais disfarçadas como cultura. Nem a Bossa Nova escapou de seu olhar crítico, pois a partir de "O Samba Agora Vai...

"Nos bastidores do Oscar", para entender a premiação

Até os anos 70, o Oscar era uma referência a mais no mundo do cinema. Como os filmes premiados chegavam ao Brasil meses depois da festa da entrega, as notícias publicadas, muitas vezes sem maior destaque, na imprensa, acabavam diluídas - e mesmo com os anúncios e noticiários relativos aos filmes que tinham sido premiados - pouco contavam para o grande público.

Segredo, tempero maior do negócio

Um dos aspectos que fazem do Oscar uma festa com o maior fascínio está justamente no segredo que cerca o nome do vencedor - fórmula que ao longo dos anos tem sido copiada, ou ao menos tentada, em centenas de outras promoções - desde pastiches regionais (como o troféu Gralha Azul, promovido em Curitiba e que realizado há uma semana não teve nenhuma repercussão, sequer na imprensa) até a tentativa que a Golden Metais fará agora, com a criação de premiações para cinema, televisão e teatro - com votos recolhidos de críticos de vários estados (inclusive o redator desta coluna) entregues até o últim

Indicações e indicados para o muito desejado titio Oscar

Um dos aspectos mais questionados do Oscar é, justamente, o critério de votação. Pelo próprio fato de tanto as indicações como a escolha final ser feita pelos membros da instituição - hoje ao redor de 5 mil membros (em 1986, eram 4.744), entre profissionais do cinema, a premiação adquire um sentido diferente dos que existem em outras promoções internacionais - sejam escolhas dos críticos, dos júri de festivais ou mesmo de premiações na televisão (Emmy) ou música (Grammy).

Dylan, quase cinquentão

Sem dúvida, é o maior nome do que restou da contracultura dos anos 60. Dos anos de fogo em que a juventude foi às ruas para mostrar uma consciência política - misturando protestos contra o envolvimento na guerra do Vietnã (e outras guerras menores), pelos Direitos Civis, pelas discriminações - entremeadas de muito fumo e sexo. Era a época do faça amor não faça a guerra, do flower power, do paz e amor e tantas outras imagens que ficaram dos anos 60.
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