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Aramis

Artigos por data (1990)

Mingus, Evans, Herbie e Coleman em bons momentos

Ao lado da CBS, a WEA é a gravadora que tem investido mais maciçamente no jazz (e trazendo também blues e country), embora não se possa esquecer os bravos esforços de Jonas Silva, da Imagem - há 21 anos no mercado, a Bradisco (embora sem qualquer divulgação e critérios em suas produções e, finalmente, a BMG/Ariola, que dispondo ao acervo da RCA, começa a aproveitar melhor o tesouro sonoro que dispõe em seu arquivo.

Eterno Duke Ellington

Nem tudo começou com Satchmo e Duke, mas, sem dúvida, que eles foram os maiores e são, com razão, anos depois de já terem desaparecido, os que ainda mais identificam o jazz. Ambos viveram bastante, deixaram centenas de gravações e fizeram excursões por todo o mundo levando o jazz - incluindo o Brasil - em suas tournées.

Lélio e Bettega falam dos filmes que amaram

Simultaneamente, a bibliografia de cinema é enriquecida com duas oportunas contribuições de críticos paranaenses: "Filmes Vistos e Anotados", de Francisco Bettega Netto (Cadernos do MIS/nº 12, edição do Museu da Imagem e do Som do Paraná, 60 páginas; ainda sem data de lançamento) e "CineAstral - I" de Lélio Sottomaior Júnior (32 páginas, edição do autor, circulação dirigida).

Kimiko, revelação vocal

O fascinante no jazz é que ao lado da maravilha que representam a audição de grandes nomes do passado - mas que pelas suas idéias avançadas soam sempre como novidade - surgem sempre revelações extraordinárias. E na área vocal, uma nova revelação é a cantora japonesa Kimiko Itoh ("Follow Me", CBS), da qual pouco se sabe, já que a CBS, normalmente tão atenta em bem divulgar seus produtos, desta vez não distribuiu releases a respeito.

A linguagem das imagens

O primeiro livro sobre cinema que sai este ano é "A Linguagem Cinematográfica" de Marcel Martin, que, em Curitiba, já pode ser encontrado na livraria Ypê Amarelo - cujos proprietários estão interessados em ter a mais completa seção de obras sobre cinema, música e artes plásticas. "A Linguagem Cinematográfica" de Marcel Martin, crítico e que durante muitos anos foi secretário geral da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, é obra da maior importância para se entender, em profundidade, o cinema.

Flora e Airto no Free Jazz

Airto Moreira, catarinense de Itaiópolis, mas Bicho do Paraná por coração, ao lado da carioca Flora Purim - sua esposa há 23 anos, acabam de fazer uma temporada no Ronnie Scott's, em Londres, com esticada em Cuba. Em setembro estarão no Rio e São Paulo, integrando a United Nations Orchestra, liderada por Dizzy Gillespie, participando do Free Jazz Festival.

O Brasil cinematográfico nos volumes informativos

Embora ainda raquítica se comparada ao festim de textos que mensalmente são oferecidos aos cinéfilos que dispõem de dólares para importar as dezenas de lançamentos de obras cinematográficas que acontecem nos Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália, a bibliografia cinematográfica vai crescendo no Brasil - em trabalhos originais ou traduzidos. Algumas biografias de artistas e mesmo realizadores emplacaram boas vendas e até ensaios profundos também encontram uma faixa específica de leitores, encorajando que editores de maior visão cultural façam edições importantes.

All That's Jazz

Redes nacionais de televisão abrem espaços para programas jazzísticos, Zuza Homem de Mello, 54 anos, um dos maiores experts na área, começa a produzir e apresentar na TV-Cultura de São Paulo o Jazz Brasil. Cada vez surgem maiores espaços para o jazz. O Free Jazz é um evento hoje totalmente consagrado e, naturalmente, até mesmo as gravadoras que durante anos insistiram em ignorar o gênero começam a investir em sólidas edições.

Blue Note colore sonoramente as nossas noites jazzísticas

Fundado há 3 anos (junho de 1987) o Blue Note Jazz Clube andou meio capengando nos últimos tempos, mas agora, com um novo presidente, o colecionador Caetano Cerqueira Rodrigues, 54 anos, dono do maior acervo em CD em jazz no Paraná (e entre as maiores do País) - e para cuja concretização aplicou alguns milhares de dólares de sua grande fortuna - novos tempos deverão marcar a entidade.

Os spirituals de Satchmo e os blues da grande Bessie

Duas edições absolutamente históricas chegam aos colecionadores: "Louis and the Noly Book" e "The Collection" com Bessie Smith. Dois documentos sonoros, com nomes marcos do jazz tradicional e que merecem ser ouvidos, com a maior atenção. Se Louis Armstrong (New Orleans, 04/07/1900 - Nova York, 06/07/1971), é o próprio sinônimo do jazz e não existe quem não o identifique como a própria imagem da cidade que nasceu, Bessie Smith (Chatanooga, Tenessee, 18/04/1898 - Clarksdale, Mississipi, 26/09/1937) só, hoje, passados 50 anos após a sua morte, começa a ser devidamente apreciada no Brasil.

Bluebird chega ao Brasil

O primeiro grande lançamento de jazz neste ano foi o pacote de oito álbuns da Bluebird, etiqueta ligada ao grupo RCA - no Brasil BMG/Ariola, que havia sido programado para dezembro, mas que, afinal, só saiu no final de janeiro. Apesar disto, quem já conhecia da edição americana esta preciosa coleção - como Zuza Homem de Mello - não teve dúvidas em incluí-la como das melhores do ano, especialmente o magnífico "And his Mother Called him Bill", o melhor de todos os discos do pacote - e um dos maiores momentos da carreira de Duke Ellington.

Peri vem para lançamento do álbum de sua mãe, Dalva

Peri Ribeiro, filho de Dalva de Oliveira (Vicentina de Paula Oliveira, 1917-1972) e Herivelto Martins, 78 anos, estará em Curitiba nesta quinta-feira, por uma razão muito afetiva. Emocionado, vem prestigiar o lançamento oficial do "Estrela... Saudade", álbum duplo em que a grande cantora interpreta 30 das mais belas marchas-ranchos.

No deserto humano, o oásis da amizade

"Ambos sabemos que uma mudança vai acontecer e próxima está a libertação." (Bob Telson, na letra de "Calling You", cantada por Jovetta Steele em "Café Bagdá").

Carmem e Ademar em biografias de luxo

Dentro de um dos mais ricos filões da indústria editorial - a das biografias, que há anos é explorada exaustivamente pelas maiores editoras dos Estados Unidos e Europa - no Brasil há também um interesse especial por biografias de artistas, realizadores e mesmo produtores ligados ao cinema, música, televisão, artes plásticas etc. Paralelamente a traduções de best-sellers do gênero, editores de maior visão também estão buscando trabalhos originais.

Homenagem à estrela Dalva e a descoberta de Marilu

Será, no mínimo, uma reunião de pessoas que amam a nossa melhor musica popular. Amanhã, ao entardecer, na sala Antonio Mililo da Secretaria da Cultura, o lançamento oficial de "Estrela.. Saudade", álbum duplo com Dalva de Oliveira (Vicentina de Paula Oliveira, Rio Claro, SP-5/5/1917-RJ, 31/8/1972) interpretando 30 belíssimas marcha-rancho, marcará a 50ª produção do selo Revivendo, que há dois anos vem proporcionando o reaparecimento de jóias de nosso cancioneiro.

Não perca pelo título esta divertida comédia

Um dos aspectos mais divertidos do folclore cinematográfico é o que se refere aos títulos que os filmes estrangeiros recebem no Brasil. Desde os anos 20, quando a indústria cinematográfica americana começou a fazer seus produtores chegarem até nós têm sido cometidos verdadeiros atentados em termos de "adaptar" os títulos originais para que haja um "interesse" do público. Pérolas da imbecilidade são freqüentes e a mais recente delas é a que a United International Pictures, no Rio de Janeiro, deu a "Parenthood": O TIRO QUE NÃO SAIU PELA CULATRA.

Airto e Flora virão com Gillespie para Free Jazz

No domingo, Airto Moreira telefonou de Los Angeles, para a casa de sua mãe, dona Zelinda, 75 anos, contando que estava retornando de uma nova tournée, desta vez de três semanas na Inglaterra e mais uma em Cuba. Segunda-feira, 21, Beatriz Alessi, correspondente da "Folha de São Paulo" em Londres, relatava sobre a temporada de três semanas que Airto e Flora Purim haviam feito no Ronnie Scott's - a mais famosa casa de jazz da Capital inglesa - com lotação esgotada todas as noites.

David Niven, Olivier, Burton, Depardieu e Douglas em livros

Ao lado de verdadeiros livros de arte que trouxeram biografias de Carmem Miranda (de Carlos Emmanuel Barsante) e "Gonzaga Por Ele Mesmo" (Ademar Gonzaga, 1901-1978), no ano passado a biblioteca de biografias de artistas foi valorizada pelas memórias de atriz Itala Nandi ("Teatro Oficina - Onde a arte não dormia", editora Nova Fronteira).

"Festa" ganha em vídeo e bom pacote do Herbert

Há filmes que se ajustam ao vídeo. Outros só perdem ao serem apreciados na telinha. Por exemplo, uma obra como "Pelle, o Conquistador", por sua dimensão plástica, belíssima fotografia, transforma-se num pastiche ao ser visto no vídeo. O mesmo pode-se dizer de centenas de outros títulos que as distribuidoras insistem em colocar no mercado, muitas vezes em cópias péssimas sem cores, borradas e escurecidas.

Na gorda safra visual, chegou a Sociedade dos Poetas Mortos

Começa a safra das vacas gordas para os exibidores! Após algumas semanas de indigência de filmes - e em conseqüência também de público - abre-se a temporada do Oscar, trazendo filmes que com o maior marketing faz com que o acomodado espectador, cada vez mais viciado pela TV e vídeo - e também assustado com os preços dos ingressos, a falta de segurança para estacionar veículos no centro e outras razões que levam ao esvaziamento das salas de exibição - prefira cada vez mais ver os filmes na telinha do que no esplendor da tela ampla.
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