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Amado Batista

Bregas Bem Sucedidos

Impossível a quem acompanha jornalisticamente o setor musical fonográfico ignorar os seus aspectos comerciais. Assim, ao lado da produção que justifica realmente aquele antigo slogan Disco é Cultura existe toda a produção que, independente de elogios da mídia impressa - que, na maioria das vezes, simplesmente a ignora -, consegue uma extraordinária veiculação nas AMs (e mesmo FMs) e obtém pontos de vendas impressionantes.

Geléia Geral

É tão grande o número de compositores-intérpretes na disputa de um espaço que muitos talentos se perdem na geléia dos lançamentos, muitas vezes se confundem, inclusive nos gêneros, pela falta de melhor trabalho de marketing. Por exemplo, Chico Bezerra, em lançamento da Continental ("Eterna Viagem", dezembro/87), pode até parecer mais um brega, entre tantos intérpretes nordestinos que encontram apoio na nova fase desta gravadora.

Um ano de euforia

Na euforia do Cruzado I, um dos segmentos mais beneficiados foi a indústria fonográfica. Nunca se vendeu tantos discos como no ano passado, ao ponto das gravadoras terem problemas de produção. Por exemplo, pra conseguir prensar um milhão de cópias do disco anual de Roberto Carlos, a CBS teve que conseguir licença especial do então ministro Dilson Funaro, para fazer 500 mil cópias na CBS argentina. Embora a crise pós-Cruzado II tenha seus reflexos na venda dos discos - hoje ao preço de Cz$ 170,00 a Cz$ 250,00 - a indústria fonográfica ainda está reagindo bem.

A volta de Antônio Carlos e Jocafi. Quem se lembra?

Há alguns dias, comentávamos com um produtor musical a crueldade do mundo do show bussiness, capaz de eleger ao sucesso certos artistas e, com a mesma rapidez, também condená-los a um prematuro ostracismo se o profissional incorrer no pecado de deixar de vender o que os inflexíveis tycoons da indústria fonográfica esperam.

O boom fonográfico só prejudica os talentos

Muito mais complexa do que a escolha dos melhores filmes lançados durante o ano é a indicação dos discos mais importantes a cada doze meses. A própria diversificação de gêneros e estilos, multiplicidade de edições e falta de parâmetros que indiquem exatamente as edições faz com que toda indicação corra o risco de conter injustiças. Portanto, desde quando - em 1968 - passamos a coordenar uma espécie de music pool, temos procurado diversificar as escolhas, buscando sempre pessoas que, profissional ou apenas entusiasticamente, acompanham o ano musical.

Pagode, a reação verde amarela contra o rock

Se o rock continuou a ser o grande campo de investimento das principais gravadoras - especialmente as multinacionais - houve, em contrapartida, a nacionalística reação do pagode. De modestas produções na RGE, o pagode cresceu em vendas e terminou o ano ganhando os espaços nobres dos milionários programas especiais de fim de ano das redes nacionais de televisão, até mesmo no super Global especial de Roberto Carlos.

Geléia Geral

É tão grande o número de compositores-intérpretes na disputa de um espaço que muitos talentos se perdem da geléia dos lançamentos muitas vezes se confundem inclusive nos gêneros, pela falta de melhor trabalho de marketing. Por exemplo, Chico Bezerra, em lançamento da Continental ("Eterna Viagem", dezembro/87) pode até parecer mais um brega, entre tantos intérpretes nordestinos que encontram apoio na nova fase desta gravadora.

Brega

A palavra ainda não está em nenhum dicionário da língua brasileira mas, por certo, na próxima edição do "Aurélio", deverá ser incluída. Assim como o mestre Antonio Houaiss não deixará de catalogá-la para o superdicionário que está preparando para a José Olympio e que terá também sua edição especial para disquetes de computadores. BREGA é uma palavra ampla e que comporta inúmeras explicações. Define antes de tudo um estilo popular, correspondendo, em linguagem bem brasileira, aquilo que Kitsch não encontra a tradução correta.

Artes Plásticas - A "casa" sonora com o talento de Bosco

Se o eterno Vinicius de Moraes, em momento de maior inspiração construiu uma "Casa" surrealista, no delicioso "Arca de Noé", (volume I) com imagens magníficas, uma década depois o percussionista e compositor Marcos Bosco retoma também uma hipotética habitação para tema central de seu terceiro lp - o primeiro a ter uma distribuição regular no Brasil: "Fragmentos da Casa" (Carmo, maio/86, distribuição Odeon-Fonobrás).

Geléia Geral

Sempre com um senso multinacional do marketing fonográfico, André Midani, da WEA, decidiu em 1982 investir no rock. A partir do "Rock Voador", em lps pau de sebo (isto é, com diferentes grupos e intérpretes) surgiram Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Celso Blues Boys, Sangue da Cidade e outros exemplos da música de consumo - aos quais se acrescentariam Ultraje a Rigor, Titãs, Ira, Lulu Santos, etc.
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