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Atração Fatal

Reprises e continuações em semana sem novidades

Que ótimo! Uma semana para se colocar a leitura em dia, visitar amigos e mesmo curtir os filmes na televisão - inclusive aqueles vídeos que não se tinha tempo de ver antes. Afinal, nada de interessante nos cinemas em termos de lançamento - embora para quem ainda não tenha visto na semana passada, existam duas ou três opções noturnas. No mais, a programação é para as crianças. Época de férias. Reprises, filmes de censura livre, por que, afinal, nenhuma distribuidora vai queimar um título atraente nesta temporada de entre-safra.

Nem Cristo tentou mais o espectador

Polêmica não lota mais cinema. Prova disto é que apesar das milhares de centimetragens que a imprensa nacional e regional dedicou para "Última Tentação de Cristo", ameaças de protesto e explosões nos cinemas que o exibiram e as "vigílias religiosas" que as ingênuas freirinhas fizeram na galeria dos Cines Lido I/II - o filme de Martin Scorcese não foi uma atração fatal para os católicos (e não católicos). Estreou no dia 25 de novembro e ao final de uma semana, o Lido l, com seus 550 lugares, apresentava um borderô de 4.208 espectadores, que cairia para 2.650 na semana seguinte.

Suspense requintado

A abertura é uma visão aérea de Nova Iorque. Assim como a câmara Panavision de Robert Wise focaliza Manhattan em "West Side Story" ("Amor, Sublime Amor", 1961), mas também numa enquadração que lembra a introdução - só que esta da Los Angeles dos anos 2.000 - de "Blade Runner - O Caçador de Andróides" - do mesmo Riddley Scott que agora mergulha num thriller chic, tão requintado como seus trabalhos anteriores.

Assim é a vida...

"Minha família anda longe/ com trajos de circunstância: uns converteram-se em flores outros em pedra, água, líquen; alguns, de tanta distância nem tem vestígios que indiquem uma certa orientação. Minha família anda longe - na Terra, na Lua, em Marte - uns dançando pelos ares outros perdidos no chão". [Cecília Meireles (1901-1964), "Vaga Música"].

Cinemas esvaziados apesar de alguns bons lançamentos

A situação é mais grave do que pode parecer: salas esvaziadas, sessões canceladas, poucas perspectivas de reação por parte do público. O ingresso já beirando os Cz$ 600,00 (preço da entrada do Cine Condor, a partir de ontem), o espectador em fuga, cada vez mais seleivo em sua programação. Além do custo do ingresso, a falta de motivação promocional da maioria dos programas - mesmo de filmes importantes - e o comodismo da televisão e do vídeo (cada vez maior o número de locadoras, explorando o mercado) contribuem para que dificilmente um filme resista mais do que uma semana em cartaz.

A música envolvente que enfeitiça a Lua

A família, a melhor opção. O sucesso de dois dos filmes de maiores bilheterias do ano - "Atração Fatal" (Lido II, em 15ª semana) e "Feitiço da Lua" (Lido I, 10 semanas) e o lançamento de "Nenhum Passo em Falso/A Hora da Brutalidade" (de John Frankenheimer) veio confirmar uma nova tendência do cinema americano neste final de época: filmes moralistas, estruturados para (com) provar que as relações extraconjugais podem levar a complicações sérias - chegando à violência e ao assassinato ou, no mínimo, criando situações delicadas.

Um grito de indignação

Repete-se com "Um Grito de Liberdade" (Condor, 3 sessões) o mesmo que caracteriza alguns outros exemplos do melhor cinema político que se tem feito nestes últimos 20 anos: mais importante do que a estética, a linguagem e mesmo ocasionais propostas do realizador é o fato da denúncia em si, da coragem de num grande painel, em bloco, reavivar a memória do espectador, despertá-lo de sua inércia, dar-lhe um soco no estômago (do comodismo) e fazê-lo ao menos ter uma visão do problema que acontece aqui e agora, neste mundo às vésperas da virada de milênio - mas ainda vítima da canalhice, do fascism

Filme com Barbra é a melhor estréia nesta semana gelada

Estréias e relançamentos oportunos constituem um estímulo para enfrentar a temperatura polar e, mesmo com riscos de uma gripe, trocar o calor doméstico (e os vídeos) por filmes que estão sendo programados nesta semana. Com a temperatura caindo cada vez mais terá que haver muita imaginação dos ilustres responsáveis pelas programações dos cinemas para evitar salas vazias - e o mais grave é que o filé-mignon dos lançamentos está acabando, com o esgotamento dos filmes oscarizáveis - mesmo aqueles que não conseguiram levar os troféus.

IV FestRio decolou; um Boeing de imagens visuais está no ar

"Freedom Cry", novo filme de Sir Richard ("Ghandi") Athenborough, que tem por tema os conflitos raciais na África do Sul, não pode vir para a abertura, hors concours do IV Festival Internacional de Cinema, Televisão e Vídeo do Rio de Janeiro (Sala Glauber Rocha, Hotel Nacional), mas a substituição foi à altura: "Au Revoir Les Enfants", o emotivo filme que marca o retorno de Louis Malle a França após 11 anos de EUA - e que recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza, há apenas dois meses.
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