Belém do Pará
Um Brasil musical de todos os cantos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de dezembro de 1986
Se ao longo dos 11 painéis nos quais, muitas vezes de forma pessimista, pesquisadores e estudiosos da cultura popular como o polêmico J. Ramos Tinhorão, o carioca Ary Vasconcelos, o produtor Pelão (João Carlos Botezelli), o animador cultural (e poeta) Hermínio Bello de Carvalho, o pesquisador potiguar Grácio Barbalho, o modinheiro e pesquisador Paulo Tapajós - entre outros -, mostravam a preocupação pela descaracterização da linguagem musical, por outro lado, houve momentos de otimização e de que nem tudo está perdido.
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Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1987
Depois de permanecer alguns anos sem representar nenhuma etiqueta internacional - em decorrência da própria crise pela qual passou - a Continental começa a fazer novamente, lançamentos internacionais. Por exemplo, há algumas semanas trouxe o grupo War ("At War With Satan-Venon"), lançamento original de 1984 e o super-badalado "Fresh Fruit For Rottinag Vegetables" com o grupo Dead Kennedys, um dos conjuntos mais radicais do punk americano.
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A Sinfônica de Campinas interpreta Carlos Gomes
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de janeiro de 1987
São raras as gravações de orquestras no Brasil. Mesmo a Sinfônica Brasileira, com toda agilidade do maestro Isaac Karabitchevsky, possui poucos elepês - e sempre patrocinados por empresas (o último foi gravado há 4 anos, com apoio da Companhia Internacional de Seguros).
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Estes bregas do Norte que encantam o grande público
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de julho de 1986
Sempre que é possível gostamos de abrir espaço para registrar, sem qualquer preconceito, a chamada produção brega. Afinal, na transformação sócio-econômica do País, com a música sertaneja aculturando-se a urbanização crescente (com todos os seus problemas econômicos e surgindo um novo gênero, o rurbano), a música brega reúne elementos da simplicidade sertaneja mas no choque cultural com informações urbanas - e o natural sonho de ascensão social de seus intérpretes.
O canto do ódio, do sexo e até calcinhas com os bregas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de março de 1986
Mulher Feiticeira/Tu és mensageira do Satanás...
Em sua voz rude, sem volteios, Antonio Marazona canta com ódio a musa que o decepcionou:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Segue o teu caminho/Me deixe sozinho
Em paz no meu canto
Por onde tu for/Não existe amor/Não existe paz.
A "Mulher Feiticeira" (tu és mensageira do Satanás), carrega até a maldição do além túmulo no canto de Marazona:
Quando tu morrer ninguém/Vai querer chegar o teu caixão
Tua alma vai chorando/Gritando bem alto/Pedindo perdão
Quem não tem "O Guarani" como convém, ataca com os Violados
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de setembro de 1986
Para milhões de brasileiros, a única informação sonora sobre a mais famosa das óperas de um autor brasileiro é a protofonia de "O Guarani", que por décadas identificava o programa "A Voz do Brasil", desde sua implantação nos tempos do Estado Novo.
Roedil, o pai da pornô "Julieta"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de maio de 1986
Roedil Caetano, compositor paranaense que há anos busca seu espaço acabou, ironicamente, tendo um sucesso nacional através de outro intérprete - o baiano Sandro Becker, 32 anos, 14 de carreira. Em seu sexto lp (Copacabana, março/86), Becker gravou "Julieta", forró de letra grosseira que induz o ouvinte a descobrir palavrões através das rimas - e o êxito foi nacional. A tal ponto que em reportagem sobre "Som da Pesada", na "Veja" que está nas bancas, a autoria de "Julieta" é assumida pelo próprio Becker - embora em seu disco conste o nome de Roedil e dos parceiros - F.C.
Roedil, o pai da pornô "Julieta"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de junho de 1986
Roedil Caetano, compositor paranaense que há anos busca seu espaço acabou, ironicamente, tendo um sucesso nacional através de outro intérprete - o baiano Sandro Becker, 32 anos, 14 de carreira. Em seu sexto lp (Copacabana, março/86), Becker gravou "Julieta", forró de letra grosseira que induz o ouvinte a descobrir palavrões através das rimas - e o êxito foi nacional. A tal ponto que em reportagem sobre "Som da Pesada", na "Veja" que está nas bancas, a autoria de "Julieta" é assumida pelo próprio Becker - embora em seu disco conste o nome de Roedil e dos parceiros - F. C.
Boorman faz com poesia sua denúncia ecológica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de janeiro de 1986
Ao final de "A Floresta das Esmeraldas" (Cine Bristol, 4 sessões), sobre a imagem da verdejante Amazônia, aparece um letreiro que informa ao espectador de que mais de 500 mil hectares da região já foram devastados pelo homem e que dos 4 milhões de índios que ali existiam há menos 60 anos, hoje não restam mais do que 120 mil - embora alguns em tribos ainda não alcançadas pelo homem.
Da Tertúlia nativista ao bom visual de Gayla
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de setembro de 1985
Dos festivais nativistas do Rio Grande do Sul, a Tertúlia Musical que há seis anos vem sendo realizado em Santa Maria está entre os primeiros lugares. Cidade universitária e entroncamento ferroviário de uma das mais prósperas regiões do Sul, Santa Maria tem buscado dar ao evento que ali se realiza anualmente uma dimensão cada vez maior - disputando com a já consagrada Califórnia, em Uruguaiana, e com a crescente Musicanto, em Santa Rosa - que oferece os melhores prêmios de todos os festivais do Sul.
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