Beth Carvalho
Sambistas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de julho de 1976
Além de ser uma mulher bonita, comunicativa e hoje uma das artistas que mais fatura no Brasil, a mineira Clara Nunes veio provar que o sambão pode vender muito. Aliás, quem convenceu Clara de seguir este caminho foi seu ex-noivo, o paranaense Adelsom Alves. E com Clara vendendo mais de 400 mil cópias de cada elepe que grava, é natural que outras gravadoras busquem cantoras no mesmo estilo. A RCA Victor convenceu a excelente Beth Carvalho a deixar a Tapecar e agora a Continental lança uma nova sambista, na mesma linha de Clara: Renata Lu.
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Os brasileiríssimos discos do espanhol Manuel Camero
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de janeiro de 1976
Um dos aspectos que mais admiro em Manuel V. Camero, o "Manolo", diretor-presidente da Tapecar Gravações S/A, é o fato de que sendo espanhol de nascimento, soube sentir e entender a cultura popular brasileira, dedicando grande parte dos recursos de sua bem organizada gravadora a produção de importantes elepês de compositores e intérpretes que, até agora, não tinham as oportunidades merecidas. Enquanto tantos brasileiros, simiescamente, ficam a curtir i mais supérfluo e alienígena rock, divulgando-o, promovendo-o e mesmo "compondo " em inglês, cabe ao ibérico Manolo.
CS da Tapecar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de maio de 1976
Uma das gravadoras mais preocupadas em prestigiar artistas nacionais, em especial os sambistas, a Tapecar continua investindo em novos talentos. E para isso nada melhor do que utilizar compactos, para as novas promessas. Myrna, por exemplo, surge cantando "Do jeito que sei" do respeitado João Nogueira e "Filha da Magia" (Gerson Alves/Danda). Beth Carvalho, a mais admirável das sambistas da Tapecar (hoje já em outra etiqueta) , com um CS, com 2 músicas extraídas de seus êlepes: "Canto Por Um Novo Dia" (Garoto da Portela) e "Meu Perdão"(Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito).
Pop europeu
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de novembro de 1975
A Top Tap é bastante equilibrada em suas produções: se, por um lado edita importantes lps de MPB, como o admirável álbum que marcou o reaparecimento da cantora Ademilde Fonseca, por sua vez também oferece ao marcado jovem o que há de mais contemporâneo no pop internacional. Nos últimos meses, a etiqueta de Rozemblit Sobrinho vem se preocupando em promover o rock germânico - imensa faixa com uma multiplicidade de grupos de grande prestígio na Europa.
O disco de Fedato
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de novembro de 1975
Haroldo Fedato, craque do futebol paranaense em décadas passadas, hoje próspero empresário no setor de artigos esportivos, é um homem de boas idéias promocionais. Tanto é que financiou a edição de um compacto duplo (Paranasom, PCD-2748) com três músicas de Sebastião Lima, ex-radialista, compositor de muitas obras mas, infelizmente, até hoje pouco conhecido. Com Ary Fernandes acompanhando pelo histórico Janguito e seu regional (quem não se lembra dele, nos programas de rádio da Guairacá, na década de 50?
Em todas as rotações... Em todas as direções...
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de outubro de 1975
Numa pequena sala do [último] edifício na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, onde a Phonogram tem seus escritórios, um homem trabalha em silêncio. Apenas uma escrivaninha, uma estante e uma atenciosa e competente secretária - a [simpática] dona Lucy. Mas neste pequeno espaço físico, [Maurício] Quadrio cria as mais importantes coleções fonograficas brasileiras, produzindo projetos excelentes em termos de cultura musical. Lançou, há poucas semanas, a obra de Vivaldi, em [álbum] de 10 [elepês].
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Novas da Tapecar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de outubro de 1975
A Tapecar é uma das gravadoras que mais vem prestigiando a legitima música popular brasileira, com uma série de edições de sambistas de bom nível. Por exemplo, está em fase final de gravação o disco de Beth Carvalho. Do disco constam musicas compostas por Nelson Cavaquinho, Paulo Cesar Pinheiro, Gisa Nogueira, Martinho da Vila e Chico Buarque.
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Já saiu o primeiro elepe de Gilson de Souza ("Pôxa"), com quase todas as músicas de sua autoria, mas prestando também uma homenagem a Pixinguinha, através da regravação de "Gavião Calçudo".
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Cesar Costa Filho, o samba que diz muito
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de outubro de 1975
"Em silêncio não significa calado. "De Silêncio em Silêncio" pode significar uma porção de coisas. Até mesmo isso: de silêncio em silêncio. Mas, talvez o silêncio seja o solo da canção..." (Jésus Rocha)
Em "Só Isto" (faixa 6/lado A) do lp De Silêncio em Silêncio" RCA Victor, 103.0146, setembro/76) cada estrofe é separada por alguns segundos de silêncio, o que confere maior dramaticidade a letra de [Jésus] Rocha, que a certa altura, numa espécie de autobiografia diz:
Meu nome lembra Jesus Cristo
O passaporte, o sonho aflito
Cruzei a solidão e o braços
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Zé Di, Demônios da Garoa e Sônia Lemos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1975
São Paulo dá samba também. Pelo menos os paulistas gostam de Samba, haja visto o número de casas de samba que animam a noite paulista. E dois exemplos de samba que sai de São Paulo, são os elepes "Zé Di" (Tapecar, SS008, junho/75) e "Samba do Metrô" (Chantecler, 2-09-404-062, junho/75) com Os Demônios da Garoa - dois estilos, duas tendências - mas igualmente válidos pela preocupação de oferecer a nossa música popular.
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Eliana, afinal um grande disco
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de março de 1975
Uma prova de quando é importante um bom produtor na carreira de uma cantora é o último elepe de Eliana Pitman, Filha (adotiva do admirável Booker Pitman (1909-1969) ao lado de quem iniciou sua carreira de vocalista nos anos sessenta, tendo como empresária uma das figuras mais famosas do folclore musical brasileiro, a vigilante supermãe Ofélia, que da ternura do personagem de Shakespeare só tem o nome, Eliana sempre teve boas oportunidades. Nunca lhe faltaram bons contratos e chances para se afirmar como show-woman.