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Em outubro de 1972, o poeta Vinícius de Moraes escrevia na contracapa do elepê de retorno de Nora Ney ("Tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor", Som Livre, SSIG 1020), que a ouvindo na casa de samba "Feitiço da Vila", que ela e seu companheiro, Jorge Goulart, teve por algum tempo em Belo Horizonte, reabrindo-a depois no Rio de Janeiro, observou que as moças que se encontravam em sua mesa - "e havia algumas super prá-frente" - choraram" sem remissão ao calor de sua voz suja de vida e de mundo: seu timbre sensual e rascante; seu fraseado bem esdondindo, cheio de

Olivia e Vania, duas excelentes cantoras

Uma das dificuldades no levantamento anual que se faz em termos de música é apontar as revelações de cada período. Afinal, se houve uma projeção de um determinado artista - cantor, compositor, instrumentista, grupo - não significa que ele tenha aparecido exatamente naquele ano, mas, sim, já vinha trilhando há anos os caminhos artísticos, não sendo, portanto estreante. Apenas é que a tirania da mídia de comunicação não os permitiu aparecer antes.

O Tamba & Os Cariocas

Quando o Tamba Trio surgiu, a vida musical brasileira vivia um momento iluminado: João Gilberto, Sérgio Ricardo, Carlinhos Lyra, Sylvia Telles, entre outros, já tinham gravado seus primeiros elepês, produzidos por Aloysio de Oliveira, os grupos instrumentais eram cada vez mais prestigiados e se vivia uma fase de euforia. Respirava-se criatividade por todos os poros. Era, enfim, um tempo (muito) feliz.

Bibliografia musical

A (ainda) reduzida bibliografia sobre música e cultura popular vem, pouco a pouco, sendo ampliada, com o aparecimento de importantes pesquisas. O jornalista J. Ramos Tinhorão, autor de uma borra numerosa e polêmica, radical e corajoso em suas crítica no "Jornal do Brasil", publicou há algumas semanas "O Som que vem das ruas", primeiro estudo feito no Brasil sobre os músicos anônimos - pregões, circos, bandas, etc., onde, mais uma vez se pode comprovar a seriedade com que o autor do "O Samba agora Vai" se dedica a estudar, sociologicamente, a cultura popular. xxx

Em todas as rotações.... Em todas as direções....

E Londrina mais uma vez deu o exemplo: o jornalista Edilson Leal, advogado, chefe-de-reportagem da "folha de Londrina", dono de uma das melhores coleções de MPB do Norte do Paraná, há muito tempo pensava em fundar o clube do choro, antes mesmo do nascimento do clube carioca.

Miranda & etc..

De passagem por Curitiba, segunda-feira passada, o diretor artístico da Odeon, Milton Miranda, fez boas revelações. Por exemplo, sai este mês, o álbum com a segunda coma segunda parte do espetáculo "O Importante é que Nossa Emoção Sobreviva", que reunindo Eduardo Gudin. Paulo César Pinheiro e Márcia, lotou teatros cariocas por mais de dois meses e , agora, será levado a vários Estados. Também o espetáculo "Maria, Maria"de Milton Nascimento & Ferenando Brandt, será registrado em disco, numa produção do próprio Milton, "que é um homem que sabe das coisas"na opinião de Miranda.

Novos Compositores

A Tapecar, pequena gravadora que, pouco a pouco, vem formando um dos melhores catálogos de emepebe, lançou em seu último suplemento (junho/76), dois elepes que transportam o ouvinte sensível como uma máquina do tempo, 14 anos passados - na melhor fase da Bossa Nova. Um deles foi o elepe de Bebeto, flautista, baixista, compositor e cantor, ex-integrante do Tamba Trio - e que aqui registramos há duas semanas. O segundo é de um nome mais desconhecido, do qual, infelizmente, são raras as informações: Pacífico Mascarenhas.

Vocalistas

Há mais de 10 anos que muita gente boa, em termos de emebe, já insistia: Bebeto (Adalberto José de Souza Castilho), não só devia continuar a gravar com seus companheiros do Tamba Trio (Luiz e Helcio Milito), mas também fazer um elepe como solista. Executando flauta e baixo como poucos músicos no mundo, dono de uma voz deliciosamente renovadora.

Curtição baiana

Renovar, como navegar, é preciso. Assim pensam os musicais baianos da MPB que, pelas vozes de um de seus arautos, Gilberto Gil, também proclamam a necessidade de "aperfeiçoar o imperfeito" em busca da meta que é a perfeição. Assim, não se poderia esperar da união de quatro artistas inquietos - Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethania e Gal Costa - um recital bem comportado.

Lucio, a jovem voz de hoje

O timbre de voz não mudou em mais de 30 anos de atividades artísticas. Continua a ser o vocalista sereno e romântico que, com os Namorados da Lua, no início dos anos 40, modificava o estilo de interpretação, numa época em que ser cantor de MPB correspondia a quase sinônimo de baixo operístico. Suave, intimista, Lucio Alves foi o precursos do movimentos que viria acontecer 20 anos depois a Bossa Nova - e que o teria como um de seus mais atuantes soldados.
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