Walter Queiroz, como todo bom baiano, é boa gente, bom papo, usa bigode e tem barba. Está com 30 anos, 26 de Salvador, 4 do Rio de Janeiro. Compositor, poeta, intérprete, publicitário e ainda carrega um diploma de advogado tirado na Faculdade de Direito da Bahia.

Apesar de ter sofrido recentemente dois graves problemas de saúde - o último há menos de um mês, quando se apresentava num presídio em São Paulo - a cantora Ângela Maria (Abelim Maria da Cunha, 49 anos) mostra muito entusiasmo e resistência, percorrendo desde quarta-feira última um roteiro por estradas empoeiradas no interior do Estado. Empresada por Neivo Beraldim - que disputa com Avelar Amorim o mercado artístico do Paraná - a "Sapoti" desceu em Londrina no dia 8 e na mesma noite já estava cantando em Ribeirão do Pinhal. Quinta-feira foi a Umuarama e ontem apresentou-se em Ponta Grossa.

Durante quase seis horas, a comissão julgadora do I Festival Universitário de Música Popular (auditório do Colégio Estadual do Paraná, dias 29 de abril a 1º de maio, 20 horas) reunida domingo na sede do Diretório Central da Universidade Católica do Paraná, ouviu cento e poucas músicas inscritas. Após atenciosa audição e troca de idéias dos jurados presentes - entre os quais o jornalista Paulo Juk, radialista Antônio Carlos Rocha, cantor e compositor Paulo Chaves e Sr. Ricardo Ruy Franco de Macedo - chegou-se a um consenso para selecionar 40 canções que disputarão os três prêmios do Festival.

Se Mário Reis foi uma espécie de Dom Pedro I na música brasileira, ao dar um grito de independência, 50 anos passados, de que um cantor não precisa ter voz de barítono para gravar (e fazer sucesso), ao poeta Vinícius de Moraes - ao qual a MPB tanto deve - por ser creditado o diretor do autor ser também o intérprete de suas músicas.