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Cacá Diegues

O nosso cinema vigoroso, atuante sempre presente entre os melhores

Os espectadores (e mesmo críticos e pesquisadores) mais xenófobos sonham com o dia em que a página dos Melhores do Cinema possa ser elaborada somente com filmes brasileiros. Afinal, apesar de todos os problemas que existem há 90 anos para quem tenta fazer cinema no Brasil, a nossa produção cresce em quantidade e qualidade.

Público ainda distante do bom cinema nacional

Com exceção dos Trapalhões e da reprise de "Um Caipira em Bariloche", com Mazzaropi (agora disponível também em vídeo), as bilheterias dos filmes nacionais lançados em 1987 em Curitiba foram insignificantes. Refletindo uma realidade nacional, o cinema brasileiro não teve boa performance comercial, apesar da qualidade de muitos filmes em exibição. Assim, se depender do mercado interno, só mesmo filmes como dos Trapalhões e "Eu", de Walter Hugo Khouri, conseguem se pagar e oferecer lucro aos investidores.

No campo de batalha

Uma das mais eficientes assessorias de imprensa em 1987 foi a do Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná. Regularmente distribui informações precisas das atividades da CEAG. Por exemplo, no ano que se encerra a CEAG-PR atendeu exatamente 10.546 empresas, através dos seus 13 diferentes projetos voltados para as micro, pequena e médias empresas paranaenses. xxx

Não é fácil consolidar um festival de cinema

Os maiores e internacionais Festivais de Cinema são hoje os grandes show-rooms da indústria que um dia o russo Ilya Ehrenburgh definiu como "a usina dos sonhos". Engana-se quem pensa que os festivais são artísticos em sua concepção. Quanto maior torna-se um festival, maiores os interesses dos produtores de filmes nele exibidos. No Brasil, ainda não chegamos a esta era fria e implacável - e eventos como o de Gramado e Brasília, os mais famosos do cinema brasileiro, possuem ainda aquela estrutura artesanal. Em Gramado, especialmente, o festival é algo feito com amor pela comunidade.

Em Fortaleza, filmes inéditos e de qualidade

Fortaleza, agosto - Com menos de Cz$ 3.000.000,00, o Ceará está realizando um festival exemplar do cinema brasileiro. Dois anos após a sua primeira edição (outubro/85), graças a um mutirão de esforços em que somaram a Universidade Federal, Secretaria da Cultura/Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, Banco do Nordeste e Federação das Indústrias, tornou-se possível viabilizar um evento que, discreto e eficiente, conseguiu trazer à turística capital cearense aquilo que mais importante há para um festival: filmes inéditos e de qualidade.

As trilhas do nosso cinema

Na reunião de organizadores de festivais do cinema brasileiro que ocorreu em Fortaleza, ocasião em que foi sugerida pelo presidente da Cinemateca do Museu de Arte Moderna e um dos diretores do FestRio, Cosme Alves, a criação de um Diretório que venha melhor coordenar os vários eventos cinematográficos que tem se multiplicado, foi proposto também que cada Festival passe a abrigar encontros específicos de categorias profissionais ligadas ao cinema. Pedro Jorge de Castro, já propôs que a terceira edição do Festival de Fortaleza, tenha paralelamente um seminário de roteiristas.

E nos curtas estão os grandes temas sociais

Enquanto os longa-metragens ganham uma natural promoção pelo fato de fazerem carreiras comerciais, os curtas e médias são, infelizmente, condenados a um tratamento perverso. Representam o esforço de realizadores que se empenham em levar à tela as visões dos mais diferentes aspectos da realidade - ou mesmo na ficção (embora seja difícil contar uma estória no limite de 15 minutos), são produzidos com inúmeras dificuldades (especialmente financeiras) e, no final acabam ficando restritas e exibições confinadas no circuito paralelo, sem chegar ao grande público.

"Betty Blue", a melhor estréia

Apenas três estréias numa semana das mais fracas: "Betty Blue 37, 2 da Manhã", "Massacre na Serra Elétrica" e "Emanuelle 4 e sua Forma de Amar". Afora isto, apenas reprises e continuações e mesmo nas sessões extras do circuito alternativo nada de especial. A esperança é a próxima (dia 3) estréia de "Um Trem para as Estrelas", o novo filme de Cacá Diegues.
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