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Carlos Drummond de Andrade

A temporada do livro de arte está aberta

Uma nova atividade vem crescendo nos últimos anos: a de produtor de brindes culturais. Exige talento, dedicação, competência e, naturalmente, bons contatos. O trabalho geralmente aparece ao final de cada ano e nem sempre o nome do produtor é revelado - aparecendo, naturalmente, o mecenas que possibilita que um belo livro ou disco seja alvo das atenções.

No campo de batalha

A professora Elisa Gonçalves Martins, carioca de larga quilometragem curitibana, que foi uma das vítimas da violência e do ódio do ex-secretário da Cultura (?) no infeliz governo José Richa, vem se revelando uma das mais eficientes executivas na equipe do governador José Aparecido de Oliveira em Brasília. Há dois anos na direção do Grupo Executivo de Defesa do Consumidor do Distrito Federal tem realizado excelente trabalho. Prova disto são os números contidos no relatório de quase 200 páginas que mostram o que foi feito em 1987. xxx

Quiproquó da Nova República (com o balanço de Martinho)

Os marajás foram merecidamente alfinetados nos sambas enredo das escolas de samba, de forma que ao menos no aspecto crítico, a música de Carnaval cumpriu sua função. Claro que faltaram marchinhas com letras mais reduzidas, capazes de cair na boca do povo, nas ruas e salões, para que os escândalos administrativos, a debacle da Nova República, a inflação e outros fatos que infernizam a vida do brasileiro tivessem a devida caricatura musical carnavalesca - como sempre acontecia no passado.

A canção que faltou na homenagem a "Che"

Durante dois dias, Sérgio Ricardo fez todo o esforço para lembrar a letra de "Homenagem a Che", que compôs há 20 anos, quando do assassinato de Ernesto Guevara, por forças repressoras na Bolívia. Infelizmente, não conseguiu recuperar o belo poema que, há duas décadas, se constituiu num hino de protesto e emoção, quando o mundo via, chocado, as imagens do idealista guerrilheiro argentino, fuzilado na selva sul-americana.

As cartas de Drummond

Ontem, às 8 horas da manhã, João Manuel Simões sentou-se em sua mesa de trabalho e produziu uma Ode a Carlos Drummond de Andrade - que Almanaque publica nesta edição. Foi a forma que, como poeta, encontrou para dizer da dor e tristeza que sentiu na noite de segunda-feira, ao saber da morte do Poeta Maior do Brasil.

A voz da música de Carlos

Irineu Garcia foi o pioneiro. Há três décadas, teve a idéia de registrar para a posteridade vozes dos poetas e escritores brasileiros. Assim em modestos 45 rpm, Garcia produziu disquinhos nos quais seus amigos Vinícius de Moraes, Augusto Frederico Schmidt, Paulo Mendes Campos, Manuel Bandeira, Cecília Meirelles e, naturalmente, Carlos Drummond de Andrade, entre outros, venceram a timidez e leram seus versos.

Cabaré mineiro com poesia de Drummond

Desde "Perdida", Carlos Alberto Prates Correia, 48 anos, mineiro de Montes Claros, vem realizando um cinema extremamente ligado ao seu Estado. Em 1981, com "Cabaret Mineiro", inspirado livremente num poema de Drummond, conquistou os principais prêmios do 9º Festival do Cinema Brasileiro de Gramado: filme, direção, ator, atriz, atriz coadjuvante (Tamara Taxman), fotografia (Murilo Salles), montagem e trilha sonora (Tavinho Moura). Em 1984, voltaria a conquistar vários prêmios em Gramado com outro filme extremamente mineiro: "Noites do Sertão", baseado desta vez em Guimarães Rosa.

Fuja do Leão e seja um mecenas

Entre entregar o ouro para o leão e acabar contribuindo para o pagamento de marajás e "financiamento" de obras faraônicas (e muito discutíveis) por que não fazer um projeto cultural?
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