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Cine Ritz

Um filme australiano e o "Jogo Duro" de Giorgetti

Seis filmes inéditos, da mais recente safra do cinema brasileiro, exibidos simultaneamente ao XVII Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, registraram o ridículo bordeaux de 1.612 espectadores no Lido II. Lanterninha entre as nova capitais brasileiras escolhidas pela Embrafilme para a inédita experiência de mostrar nacionalmente os filmes em disputa ao Kikito no mais famoso festival do cinema brasileiro, Curitiba confirmou aquilo que há muito afirmamos: é tola a afirmação de que somos uma cidade de grande exigência cultural, cidade-teste para provar produtos culturais.

O retrato do que há no cinema brasileiro

Em circunstâncias diferentes, quando a produção cinematográfica ultrapassava os cem títulos - e isto vinha acontecendo até há cinco anos passados - a seleção reunida para a 17ª edição do Festival do Cinema de Gramado poderia ser considerada fraca. Entretanto, numa época em que a produção caiu a níveis mínimos - e nos últimos 18 meses raros foram os projetos que se concretizaram - até que se pode considerar como satisfatória a amostragem entre longas, curtas e médias apresentados durante uma semana (11 a 17 de junho) no mais respeitado festival de cinema do Brasil.

Terra de Rose e Crônica de Gabriel, as grandes estréias

Dois dos melhores filmes do ano acabaram ficando praticamente inéditos em Curitiba: após seis magras projeções (duas sessões foram canceladas), no sábado passado, 29, saíram de cartaz "Maurice", de James Ivory (Bristol) e "O Homem da Linha", de John Sterling (Cinema I). O motivo foi simples: apenas 39 espectadores do Bristol e 40 no Luz, "com uma renda que não dava sequer para pagar a luz gasta", explica Aleixo Zonari, lamentando ter tomado esta atitude, "mas num fim de semana prolongado com o feriado de 1º de maio, não poderíamos ter prejuízos elevados".

Huston filma Joyce num belo filme de despedida

Parece até ironia, de muito humor - uma das marcas de sua vida e sua obra: doente, sabendo que tinha poucos meses de vida, John Huston escolheu o conto "The Dead", do irlandês James Joyce (1882-1941) para transpor à tela. Autor de uma obra maravilhosa, marcada por personagens rijos, de fortes personalidades e quase sempre com muita ação, fez como canto de cisne um filme camerístico, introspectivo, reflexivo - um réquiem para quem, em 60 anos de atividades, deu alguns dos mais belos momentos ao cinema.

Um vigoroso drama sobre mais uma vítima da ditadura: Paulo Stuart

Embora os quatro filmes premiados com Oscars estejam com super-rendas, aumentadas após a festa da quarta-feira da semana passada ("Rain Man", Condor; "Um peixe chamado Wanda", Lido II; "Mississipi em chamas", Plaza; e "Ligações Perigosas", Astor/Cinema I), há tamb´me outras opções e, como sempre nos cinemas da Fucucu, repirses. Interessantes, para quem não as viu quando de seus lançamentos - e, em alguns casos ("A família", de Ettore Scola, no Ritz), merecedoras de revisão.

A batalha de Tetê para mostrar Rose

O difícil nem sempre é fazer um bom filme. O complicado mesmo é conseguir fazer com que o filme seja visto. Quem pode dizer isto é Tetê Moraes, 46 anos, ex-jornalista, que com "Terra Para Rose" obteve os mais importantes prêmios entre 1987/1988 - inclusive o Grand Coral, no Festival de Havana-87, mas que enfrenta as maiores dificuldades para lançar este documentário emocionante, profundo e importantíssimo sobre os sem-terras - rodado na Fazenda Anoni, no Interior do Rio Grande do Sul.

No campo de batalha

Uma única presença cinematográfica do carnaval nas telas da cidade: o cine Ritz está exibindo o curta "Só no Carnaval", de Eunice Gutman, que focaliza, com bom-humor, um bloco de sujos formado por séros cidadãos que costumam vestir-se de mulher para sair nas ruas do Rio de Janeiro. ***

"A encruzilhada", um reencontro do blues

Numa das primeiras sequências de "A Encruzilhada" (Cine Ritz, desde ontem), quando o jovem Eugene Martone (Ralph Macchio) vai conseguir [?] o velho blueman Willie Brown (Joe Seneca) no modesto quarto em que ele se encontra, a imagem pode parecer conhecida de quem se liga aos blues: sentado numa cadeira, ao lado de um primitivo gravador que faz registro musical. A mesma imagem, em forma de desenho, está na capa do único lp do lendário blueman Robert Johnson que a CBS lançou no Brasil há três anos em sua Collector's Serie Jazz.

"Piratas" de Polanski é a única estréia da semana

Em setembro do ano passado, quando veio ao Brasil para caitituar a estréia de "Busca Frenética" (Frenezy), Roman Polanski evitou falar sobre o filme que havia realizado anteriormente: "Piratas". Cada vez que lhe perguntavam a respeito, o realizador de "Chinatown", um homem extremamente inteligente e bem humorado, buscava escapar de qualquer comentário mais longo e fazia com que o interlocutor buscasse outra questão - preferencialmente ligada à "Busca Frenética", objetivo de sua vinda ao Brasil.
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