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Erasmo Carlos

Geléia Geral

A prosperidade fonográfica está sendo tão grande neste 1986 post-Cruzado, com vendas acima do que previam os mais otimistas diretores de marketing das gravadoras, que novos produtos - como os artistas são tratados na linguagem fria dos executivos do setor - são mensalmente lançados na praça. Os que vendem tem caminho aberto para as novas produções, enquanto aqueles que empacam não chegam a abalar as finanças das gravadoras.

Grupos de ontem que voltam hoje

Uma das boas presenças vocais-instrumentais surgidas nos últimos anos foi o grupo Roupa Nova. Sabendo dosar a linguagem jovem - ou seja, uma linha pop/rock - com base na qualidade sonora, este sexteto vem realizando um trabalho digno e agradável. Lógico que para isto conta muito a inteligência na escolha do repertório, os arranjos caprichados e, sobretudo, a própria competência de cada um dos integrantes do grupo: Kiko (guitarras), Serginho (bateria), Nando (baixo), Ricardo Feghali (teclados), Cleberon Horsth (também teclados) e Paulinho (percussão), todos nos vocais.

Roberto Carlos, o produto comercial

A cada ano repete-se a operação Roberto Carlos. Vendas antecipas (este ano chegando a 1.300.000 cópias), espaços nobres na imprensa nacional e as discussões de sempres em torno da mesmice, da repetição cíclica que faz, há 20 anos , o "Rei"se manter como campeão absoluto em vendagens e popularidade. Inútil negar: RC mantém a fórmula segura de alcançar um público que, ao longo destas duas décadas, só tem crescido.

O rock dos veteranos Rita e Erasmo Carlos

Frente ao esquema repetitivo e frágil dos "novos" compositores e intérpretes jovens, superproduzidos neste mercado tão descartável, ainda se tem que admirar ao menos a competência profissional dos que vieram dos anos 60 e mesmo passando já há muito dos 30 anos (e diziam que não se deve confiar em ninguém com mais de 30 anos ...) mostram ao menos alguma ironia em suas musicas.

Quando o visual do rock vale mais que o musical

1985 começou com o quente Rock In Rio e termina com o escândalo envolvendo os integrantes do grupo Titãs, presos em São Paulo, por uso e mesmo tráfego de droga pesada. Isto reflete um ano em que a música perdeu para o marketng dito jovem, explorado ad-nausea não só pelas grandes gravadoras mas até adotado por selos altenativos, como a Baratos Afins, que mesmo sem esquema maior de divulgação, inundou o mrecado com uma dezena de Ips de grupos de roqueiros paulistas.

Trocadilho, a nova bossa de Erasmo e Gonzaguinha

Os músicos sempre tiveram um código muito especial de comunicação. Gírias próprias, com termos específicos, intraduzíveis para quem não pertença ao meio. Também o trocadilho é uma arte cultivada por instrumentistas, cantores e compositores. Maurício Einhorn, 52 anos, sem favor o melhor executante de harmônica-de-boca do Brasil - e que no Free Jazz Festival foi o grande destaque, ao fazer longos solos ao lado de Toots Thielemans (o astro internacional da harmônica) e Joe Pass, é tido e havido como o "rei do trocadilho" - fazendo páreo para alguns famosos trocadilhistas paranaenses.

Tim Maia, o canto gordo e com vigor

Uma personalidade ( o termo é esse mesmo) da MPB que ainda não foi devidamente entendido - embora, finalmente, alguns críticos comecem a valoriza-lo é Tim Maia, Gordo, briguento, místico, sua carreira tem sido das mais atrapalhadas. Fez parte da pré -Jovem Guarda , amigo de Roberto e Erasmo Carlos; viveu nos Estados Unidos, de onde saiu devido a problemas com drogas. Com "Primavera "(Casiano), foi a grande revelação do mivimento Soul no início dos anos 70 e chegou a fazer alguns Lps pela-Polygram.

Pop cinematográfico com as superstars da canção

É grande a aproximação de estrelas da música pop ao cinema. Betty Midler foi "A Rosa" na cinebiografia (disfarçada) de Janis Joplim. Diana Ross ganhou uma indicação ao Oscar em 1972 por sua sensível interpretação de Billie Holiday (1915-1959) em "The Lady Sings The Blues" (perdeu para Liza Minnelli, outra cantriz, por "Cabaret"). Tina Turner é a fulgurante estrela de "Mad Max III - Além da Cúpula do Trovão", super-produção australiana que estréia nesta semana - devidamente catipultuado pela trilha sonora (edição Odeon) e o trailler video-clip, com a esfuziante música-tema.

De Ritchie ao Flash-Back da Jovem Guarda

O anglo-carioca Ritchie (Richard David Court, Kent, Inglaterra, 1952) é, há dois anos, uma das tranqüilidades do espanhol D. Munõz, presidente da CBS: vendeu mais de um milhão de cópias de seus discos em 1983/84 – catapultado pelo hit "Menina Veneno", ultrapassando vários outros milionários contratados da poderosa multinacional. Num mercado de altos e baixos como o fonográfico – passada euforia de 1979, quando o Brasil já era apontado como o quinto do mundo – Ritchie não deixa de ser um produto dos mais rentáveis para uma fábrica.

Ibéricos românticos

Artistas peninsulares radicados no Brasil garantem bons resultados junto ao público jovem. Assim provam o espanhol Manolo Otero e o português Roberto Leal, dois dos sustentáculos comerciais da RGE. Ambos estão na praça, com novos discos, dentro do esquema "feitinho para o sucesso". Leal, em seu 13o elepê, conseguiu até uma música feita especialmente por Roberto e Erasmo Carlos - "Um Grande Amor". "Ali Baba" (Pinho/Ordiruges), adaptada por Leal e Márcia Lúcia, chega agora ao Brasil após ter estourado em Portugal com um grupo chamado "As Doces".
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