Depois de anos de jejum cinematográfico em termos da (ainda) vigorosa produção francesa, começamos a ter um bom cardápio de lançamentos: a Gaumont, representada pela Distribuidora Arco Iris e a Artenova Filmes, começam a colocar no circuito da Fama, filmes que merecem, no mínimo, serem verificados, haja vista a qualidade técnica e inspiração que sempre marcou o cinema francês.

Há 38 anos - desde que "Cidadão Kane" (Citzen Kane, 1940) foi lançado, um filme de Orson Welles sempre é uma sensação. Aos 63 anos de idade, uma vida das mais intensas, Welles está, definitivamente, entre aqueles gênios de nosso século, que marcaram o cinema. Rebelde, independente, Welles tem uma presença bissexta como diretor, já que nunca abriu mão da absoluta criatividade, não admitindo interferência s- o que, num esquema comercial, dificilmente ocorre.

Realmente, uma programação para todos os gostos: quem se queixa de que os filmes do novo cinema alemão só chegam em cópias 16mm, via Goethe Institut, e são projetados na Sala Arnaldo Fontana, tem oportunidade de assistir a << Coração de Cristal >> (Herz Aus Glas), que Werner Herzog rodou há 5 anos, com Josef Bierbichler na frente do elenco, baseado num livro de grande sucesso na Europa, de Herbert Achtenbursch.

1 - Dois excelentes elepês de vocalistas, que merecem entrar na secção "Discos do Ano", saíram neste início de novembro: Beth Carvalho ("Pandeiro e Viola", Tapecar) e Nara Leão ("Meu Primeiro Amor", Philips). Discos que analisaremos, com maior vagar, no próximo domingo.