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Jovem Guarda

Artigo em 31.01.1982

A BOSSA NOVA já entra na fase dos ídolos caminhando para o cinqüentenário – João Gilberto apagou suas velinhas no ano passado e a musa da BN, a querida Nara Leão é quarentona desde o último dia 19 de janeiro. Em compensação, também os ídolos da Jovem Guarda envelheceram – e procuram segurar a peteca.

A volta dos Incríveis

Apesar dos trajes esportivos e dos sorrisos no olhar sente-se que todos envelheceram. Netinho, o mais famoso do grupo – ex-namorado da italiana Rita Pavone, com um elepe—solo gravado, tem até uma ameaça de [calvície] em escalada. Nenê (baixo/vocal), Manito (sax/teclados), Mingo (guitarra/vocal) e Risosonho (guitarrra solo, violão) estão com os cabelos ainda bem pretos, mas é claro que não são os mesmos garotões de 15 anos [passados] – quando fizeram suas primeiras gravações.

Roberto Carlos em ritmo de cinema volta em tres vídeos

Em 1967, quando Roberto Faria confirmou que iria dirigir um filme estrelado pelo Rei da Jovem Guarda - Roberto Carlos, muita gente surpreendeu-se. Afinal, apesar de suas origens na chanchada, como assistente de José Carlos Burle e Watson Macedo, em 1962, já havia realizado um dos mais premiados filmes policiais da história do cinema brasileiro - "Assalto ao Trem Pagador", inspirado em fatos reais ocorridos pouco tempo antes no Rio de Janeiro.

Pantanal pavimenta rota para o "new caipirismo"

Se outros méritos não tivesse, "Pantanal" - a grande surpresa da telenovela brasileira em 1990 - já valeria por ter dado uma necessária catipultuagem [catapultagem] na carreira de dois excelentes intérpretes da música de raízes: Sérgio Reis e, especialmente, Almir Sater.

Fernandinho, repentista do Sul e Bráulio, o pianista

Por modéstia ou esquecimento, o percussionista Fernandinho do Bumbo (Fernando Fernandes Mariotto Alves de Oliveira, Antonina, 1945) não falou à repórter Adélia Lopes, na entrevista para o "Almanaque" dominical de um aspecto significativo em sua carreira - e que, por uma questão de justiça, nós que fomos testemunhas da história, aqui corrigimos. Foi a partir de uma irreverente rumba cha-cha, "Vila Hauer", que Fernandinho cantava nas noites do antigo "Caverna da Bruxa", que surgiu a idéia original de fazer um espetáculo sobre Curitiba - que desaguaria em "Cidade Sem Portas".

Feche os olhos e lembre os bons tempos da Jovem Guarda

Depois da exumação da Bossa Nova - cujos 30 anos, comemorados entre 1988/89 (considerando o disco marco "Canção do Amor Demais", com Elizeth Cardoso e o "Chega de Saudade" com João Gilberto) justificaram inúmeras reedições e homenagens (embora, não tantas quanto merecia o mais importante movimento já existente na MPB), parece chegar a vez da Jovem Guarda começar a ser escavada, com a montagem de elepês com faixas de históricos momentos do movimento e mesmo estudos a respeito.

Ecletismo de Marisa compensa o marketing

Há quase dois anos, em matéria de página inteira na capa do Caderno B, do Jornal do Brasil, o título já antecipava: "Nasce uma estrela: Marisa Monte". A partir de então, numa das mais bem orquestradas campanhas de lançamento de uma artista, a imprensa nacional passava a dispensar à nova cantora um tratamento de superstar. Assim, de desconhecida de ontem passou a ser um nome famoso - isto sem sair de um restrito circuito carioca e sem gravar seu primeiro LP. O pigmaleão da operação é competente: Nelson Motta.

MPB, 15 anos em que o marketing é quem manda

Em 1973, quando CLAUDIO MANOEL DA COSTA começava no jornalismo, a era dos festivais de Música Popular já tinha praticamente acabado a forma de grande impacto. Um ano antes, em setembro de 1972, a Rede Globo promoveu o VII FIC - o último da série - que premiou "Fio Maravilha" (Jorge Ben), revelando a ex-empregada doméstica Maria Alcina como uma intérprete original e destacando também "Diálogo" (Baden Powell/Paulo Cesar Pinheiro), defendida no Maracanãzinho por Tobias e Claudia Regina - dois entre tantos cantores lançados em festivais que não deram certo.

Alemão, aquela guitarra dos tempos de Marrocos

Foi uma época feliz. O gordo Paulo Wendt (1919-l966), uma espécie de god-father da noite curitibana no início dos anos 60, comandava uma cadeia de estabelecimentos noturnos e não se limitava trazer para sua principal casa, a Marrocos (Praça Zacarias), apenas as mais belas mulheres. Fazia questão de apresentar shows artísticos de nível, com gente famosa, "a altura do Rio e São Paulo" repetia sempre. Fez mais até! Acorajou-se a promover no então inacabado Guairão uma série de récitas operísticas que lhe deu altos prejuízos mas melhorou sua imagem de homem da noite.
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