Mocidade Azul
O Palácio do Samba
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1979
Uma das frustações do arquiteto Jaime Lerner ao terminar o seu primeiro mandato na Prefeitura, há 5 anos passados, foi o de não ter instalado no antigo Matadouro Municipal, desativado, há mais de dez anos, o projeto Pavilhão de Etnias. Uma excelente espaço, construído há mais de 60 anos e que com pequenas modificações seria transformado numa área de grande movimentação, integrando-se ao esquema de recreação e eventos da cidade. A administração Saul Raiz ignorou totalmente o projeto - e o antigo Matadouro continuou apenas como depósito de veículos inservíveis, cuidado por velhos funcionários.
Cassino do Ahu no Carnaval
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de agosto de 1977
"Senhores e Senhoras, façam o jogo!". Senhores e Senhoras, o Cassino Ahu tem o prazer de apresentar o grande show desta noite". Frases como estas serão repetidas no próximo Carnaval, quando no asfalto da Marechal Deodoro estiverem desfilando os quase mil integrantes da Escola de Samba Mocidade Azul. Osvaldo Silva, o Afunfa, apaixonado presidente da escola que há anos vem colecionando títulos, já escolheu o tema para o Carnaval de 78: "Cassino Ahu".
Depois do Carnaval
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de fevereiro de 1978
Mais uma vez o carnavalesco Chocolate (Mansuedem dos Santos), 49 anos, 33 de folia, não conseguiu ter o seu Ideais do Ritmo - classificado em primeiro lugar no grupo das pequenas escolas. Com 147 pontos perdeu para o Garotos Unidos, o que fez Chocolate dar seus gritos de protesto, durante a contagem dos votos, realizada sob forte esquema militar, no centenário hall do Instituto de Educação, no início da madrugada da quarta-feira de Cinzas.
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Frankenstein carnavalesco
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de fevereiro de 1977
Após o desfile das escolas de samba daquilo que se poderia chamar de primeiro grupo, sábado, na Rua Marechal Deodoro, um bem humorado observador acentuou: se o Dr. Frankenstein ao invés de recriar um homem perfeito trabalhasse sobre as nossas escolas de samba, por certo Curitiba teria ao menos uma grande entidade carnavalesca - empatando com as menores do primeiro grupo do Rio de Janeiro. A idéia absurda e inviável, tem sua razão: em cada uma das escolas de samba da cidade nota-se esforço e valores isolados que, se perdem na avenida mas ressaltam-se separadamente.
Carnaval curitibano: realidade ou ficção?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de janeiro de 1977
Existem muitas teorias que tentam explicar o fato do carnaval curitibano ser, tradicionalmente, tão triste e desanimado. Lembrar a formação étnica de Curitiba (poloneses, ucranianos, alemães etc), a falta de tradição, a pequena parcela da população negra, (historicamente mais relacionada ao rítmo afro-brasileiro), entre outros argumentos. O fato é que todos os anos, repete-se o mesmo fenômeno: só 7 ou 8 semanas antes da festa popular, é que as escolas de samba se decidem a agrupar motivadas principalmente pelas subvenções da Prefeitura, que tem crescido um mínimo de 20% ao ano.
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