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Renato Teixeira

Almir Sater, a brasilidade que o sucesso não consumiu

Tendo amargado anos de esquecimento, Almir Sater transformou-se, via televisão ("Pantanal", "Amazônia"), em superstar tupiniquim, responsável, inclusive, pelo boom da música rural. Pena que a maioria das duplas e mesmo solistas que aproveitaram o modismo do country nacional não chegue nem ao dedão do pé de Sater, mato-grossense de Campo Grande, autêntico em suas raízes e cuja obra sempre admiramos.

As trilhas de "Wild at Heart", Ninjas e Ana Raio e Zé Trovão

Mesmo atrasando-se no lançamento do filme - exibido no ano passado, logo após ter sido premiado com a Palma de Ouro em Cannes - a Polygram marcou um tento ao editar no Brasil a interessantíssima trilha sonora de "Coração Selvagem" (Wild at Heart), de David Lynch - o cineasta cult de maior evidência nestes últimos anos.

Sucessos descartáveis e a chegada de Maíra

Guto Graça Mello, um dos primeiros diretores artísticos da Sigla, costumava definir esta etiqueta do grupo Globo, como "uma marca de marketing". Realmente, a visão dos produtores da Sigla é de acertar sempre no gosto do grande público - seja em montagens de elepês por gêneros, intérpretes, telenovelas ou dos (poucos) contratados. Por exemplo, dois discos de consumo certo, em faixas distintas.

Pantanal pavimenta rota para o "new caipirismo"

Se outros méritos não tivesse, "Pantanal" - a grande surpresa da telenovela brasileira em 1990 - já valeria por ter dado uma necessária catipultuagem [catapultagem] na carreira de dois excelentes intérpretes da música de raízes: Sérgio Reis e, especialmente, Almir Sater.

O boi do Maranhão

Maranhão há vinte anos passados era um nome conhecido nacionalmente. Seu frevo "Gabriela", defendido no III Festival de Música Popular da TV-Record, pelo MPB-4, chegou a sexto lugar e se tornou uma música das mais cantadas. A partir de então, Maranhão - no registro civil Francisco Fuzzetti de Viveiros Filho, nascido em São Luiz, MA, em 17 de agosto de 1942, sempre sozinho, exceto "Mulata bem suada, abençoada" (um samba, com Renato Teixeira, também gravado pelo MPB-4) e "A Outra" (com Toquinho, gravada por Ivete).

No campo de batalha

Apesar de toda a crise que enfrenta, a Brasiliense sabe lançar livros de interesse dos jovens. Após "Outsiders - Vidas Sem Rumo", (192 páginas), editou agora outro romance de Susan E. Hinton, "Rumble Fish - O Selvagem da Motocicleta" (tradução de Isa Mara Lando, 128 páginas, Cz$ 720,00). xxx

Alzira, Zeza e a volta de Ivon

ALZIRA ESPÍNDOLA (3M) - Chega com uma boa linhagem. Compositora-violinista, esta sul mato-grossense de Campo Grande, 37 anos, 14 de carreira, irmã de Tetê (hoje um nome nacional), Geraldo e Marcelo - que já formaram o Lírio Selvagem, traz na doce voz e composições aquela brasilidade do Brasil central.

Pena Branca e Xavantinho, o canto gostoso da terra

Faltam apenas 13 anos e cinco meses para chegarmos ao Ano 2000 e não se pode mais exigir que a música rural conserve-se como era há 50 anos, quando o pioneiro Cornélio Pires (1884-1958) teve a idéia de fazer, de forma alternativa (afinal, Mr. Evans, da RCA, não acreditava no gênero), as primeiras gravações com intérpretes sertanejos. Há anos, no Festival da Record, Rita Lee e os Mutantes, no auge da criatividade, abriam "2001", justamente imitando um trio sertanejo. Hoje o buraco é mais embaixo!

Geléia Geral

Moacir Machado é um dos mais experientes record-men da indústria fonográfica. Depois de ser o poderoso diretor artístico da Odeon durante anos passou pela Continental, estruturou a Pointer e, há 4 meses está formando uma nova etiqueta - a 3M, associada a RCA e com vários selos. Assim, com sua experiência do mercado, Machado procurou formar um elenco diversificado, capaz de apresentar bons resultados comerciais evitando o que aconteceu na Pointer, que apesar de milhões investidos por José Maurício Machline - filho do dono da Sharp, acabou sendo desativada devido aos prejuízos acumulados.

Almir e Renato, como é bom ser bem brasileiro

Assim como há muito tempo que desapareceu, naturalmente, sem traumas, o hábito de classificar-se o gênero de cada música gravada, imprimindo-se ao lado do título também a sua categoria - valsa, samba, balada, tango, marcha, etc. - já que houve uma interação rítmica natural, também há certos artistas difíceis de adjetivar e classificar em categorias estanques. São talentos que independem de origens e estilos e que se projetam nacionalmente por aquilo que melhor possuem: o talento.
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