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Radamés Gnatalli

Nos brindes, os melhores discos

Em qualquer lista criteriosa sobre os melhores lançamentos da música popular ocorridos em 1985, forçosamente vários itens estarão ocupados por produções independentes e, mais especificamente, por alguns brindes patrocinados por empresas e instituições. Cada vez mais voltados a prestigiar a cultura brasileira, os mecenas de nossa arte estão possibilitando realizações de ótimos documentos sonoros.

Da ximbica aos anos de ouro da Nacional

Quando a Escola de Samba Embaixadores da Alegria entrou na Marechal Deodoro, já na madrugada do último sábado de Carnaval, muita gente - especialmente os jovens - não entenderam bem o refrão do bonito samba-enredo de Carlos Mattar, falando em "Ximbica/Ximbiquinha/Ximbicão". Afinal, o que essa palavra tinha em comum com o homenageado da escola, seu fundador e dirigente por 22 anos, advogado José Cadilhe de Oliveira?

Aldir e Maurício, no melhor disco de 1984

Há quatro anos, Maurício Tapajós (Rio de Janeiro, 27.12.1943), dono já de uma sólida obra com ilustres parceiros - paralelamente a uma das mais lúcidas e corajosas lutas em defesa dos direitos autorais - gravou um elepê como intérprete ("Olha Aí", produção da Sociedade de Artistas e Compositores Independentes Ltda.). No primeiro semestre de 1984, Maurício voltou aos estúdios para fazer um álbum duplo, - desta vez registrando a parceria com Aldir Blanc e realizando aquele que é, em nossa opinião, o melhor disco produzido no Brasil em 1984.

Canto negro do mineiro Bosco

Para quem acredita na reencarnação, pode-se até dizer que em outra época João Bosco foi um negro cantador de nostálgicos blues, gospels e labor songs. A facilidade que tem de fazer scats - o canto sem letra - nos transfere a imagem para uma outra galáxia sonora, distante daquela que é a dos nossos dias. Mais do que nunca esta sensação está presente ao se ouvir "Gagabirô" (Barclay, novembro/84), o mais negro de todos os discos de João Bosco - e sem favor, um dos melhores trabalhos fonográficos do ano.

Uma história de amor e canções

Aos cinco anos, ela já cantava em festinhas de família. Encantava com o jeitinho brejeiro e voz afinada. Na época, a única rádio da cidade era a PRB-2, a Clube Paranaense, funcionando ainda no belvedere do Alto São Francisco. A cidade não chegava aos l00 mil habitantes. E todos se conheciam.

Elizeth, a divina da canção brasileira (Mas também podem chamar de iluminada e magnífica).

São muitos os seus adjetivos: Divina, Magnifica, Enluarada. Cantora maior do Brasil, a carioca Elizeth Moreira Cardoso está, sem favor nenhum, no patamar das maiores cantoras de todos os tempos. No mesmo nível de uma Ella Fitzgerald, Edith Piaf ou Sarah Vaughan esta aliás, uma das suas maiores admiradoras. Em qualquer parte do mundo, artistas da dimensão de Elizeth Cardoso fariam no mínimo um disco por ano e seriam tratadas como Rainha.

No campo de batalha

Quinta-feira na Casa Romário Martins, o jornalista Luiz Manfredini, asssessor de comunicação da Secretaria da Educação, autografa "Albânia - Horizonte Vermelho nos Balcãs" (Editora Alfa Omega, 208 páginas). Reportagem sobre o país comunista que Manfredini visitou há um ano, uma síntese desta interessante obra foi nós divulgada, ainda no primeiro semestre de 1984. xxx

De gente & fatos

Salete Maria La Chiamuleta apresenta-se, hoje à noite, no Country Club, como parte de um roteiro de concertos de aquecimento que se propôs a desenvolver para adquirir maior cancha de palco e chegar ao XI Concurso Internacional de Piano Frederic Chopin em Varsóvia, em outubro, com bastante tranqüilidade. Salete já fez concertos no auditório da Biblioteca Pública e no Clube Curitiba, e vai se apreaentar, ainda: na Reitoria, dia 3, terça-feira; na Sala Scabi/Solar do Barão, dia 9; e no Auditório Salvador de Ferrante, dia l6.

Elizeth Cardoso foi humilhada no Guaíra

Elizeth Cardoso encontrava-se animadíssima para comemorar, no último domingo, 49 anos de carreira (considerando o primeiro cachê profissional de dez mil réis, recebidos pela participação num programa da Rádio Guanabara, no RJ, levada pelo inesquecível Jacob do Bandolim). Entretanto, essa data marco de uma das carreiras mais dignas da história da música brasileira foi prejudicada pela humilhação, pelo desrespeito e mesmo pela agressão de que a divina foi vítima no Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, na tarde da última sexta-feira.
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