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Rafael Rabello

Sem frescura, Ney pesca as belas pérolas da MPB

A escalada grandiloquente era preocupante. A cada novo-show-disco o ex-Secos & Molhados procurava imagens mais estapafúrdias: entre chifres e penas ("Água do Céu-Pássaro", Continental, 1975), metais e couros ("Pecado", 1977), faca na mão, chama no olhar ("Sangue Latino", 1982), rosto recoberto de purpurina ("Destino de Aventureiro", 1984) e até rosto esculpido em laser ("Bugre", Barcaly/Polygram, 1986).

Eliane, uma fogueira com bossa e balanço

A trágica e prematura morte de Clara Nunes (1943-1983) deixou Beth Carvalho numa liderança natural da música brasileira no que se refere às raízes populares. Embora na própria RCA haja uma cantora em ascensão unindo a força e calor do samba ao romantismo - a maranhense Alcione - muitas tentativas de ingressar neste segmento da MPB têm fracassado. Candidatas a interpretarem o samba, o forró, ou a canção romântica com a desenvoltura de uma Beth Carvalho existem muitas. Poucas, entretanto conseguem ser bem sucedidas.

Os 80 anos do jovem Radamés

Se Alceu Schwaab, 58 anos, professor por 35 anos da Universidade Federal do Paraná, é há 40 um dos mais apaixonados pesquisadores de nossa MPB, fosse político, por certo teria brigado por que a data de ontem fosse declarada feriado nacional.

João, o homem do (bom) samba

Em onze elepês lançados em 17 anos de carreira, o carioca João (Batista) Nogueira (Júnior) (RJ, 12/11/1941) firmou-se com um dos mais sólidos compositores e interpretes. Pode-se, mesmo, incluí-lo ao lado de Paulinho da Viola, como um compositor de rara inspiração , excelente voz e que numa consciência profissional que não é comum entre os artistas populares, Ter se integrado ao movimento de revalorização da MPB – idealizando, fundando e presidindo o Clube do Samba, baluarte de resistência a influência e concorrência desleal do lixo supérfluo musical internacional.

O pau-de-sebo dos sambistas

"Pau-de-sebo" é a designação que se dá na gíria fonográfica aos elepês que reúnem novos intérpretes, dos quais os que conseguem melhor aceitação acabam ganhando seus discos-solos. A fórmula é antiga e tem dado resultados. Foi num disco pau-de-sebo ("Quem Samba Fica", Odeon, 1971), que o paranaense Adelzon Alves produziu na Odeon, que surgiram Roberto Ribeiro, Nadinho da Ilha e João Nogueira. Outros exemplos poderiam ser lembrados, mas basta este.

A noite do frio cristal na abertura do Free Jazz

São Paulo, setembro - A temperatura estava agradabilíssima na noite de quarta-feira: ao redor de 22ºC no Anhembi, o confortável auditório no qual se realizam os grandes eventos culturais em São Paulo e a temperatura musical na abertura da fase paulista do III Free Jazz Festival não poderia também ser mais equilibrada, quase dizendo, cool.

Cama & sexo na roda do samba (como faturar com erotismo)

Vem, vamos pro leito, Vem arranhar meu peito, me arranque o coração Vem, vem sem pudor nenhum Vulgar e tão comum é não morrer de amor Sem antes e depois O convite explícito, direto: ao longo de 11 faixas - quase diria, sussurros eróticos - Wando, que no passado já havia escalado as paradas de sucesso com uma machista música sobre "a moça que já é mulher" ("Moça", 1977, tema de telenovela "Bandeira 2"), assume, definitivamente, a condição de sambista-excitação para um público basicamente feminino, acima dos 30 anos.
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