Vinícius de Moraes
Vinícius & os Pablos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de junho de 1974
No enterro dos ossos expressão com que a classe artística chama a última apresentação de um espetáculo em teatro - Vinícius de Moraes, Toquinho e o Quarteto em Cy, domingo passado no Auditório Tibiriça, da Universidade Católica de São Paulo, tiveram um "reforço" inesperado que levou os 1.200 espectadores que lotavam a platéia quase ao delírio: Milton Nascimento, às vésperas de embarcar para os EUA (onde vai ensaiar com Weather Reporter a sua participação no Festival de Montreaux), cantando "A Felicidade", Jorge Ben mostrando suas últimas (e inéditas) músicas e os rapazes do Trio Mocotó.
O roteiro de Vinícius
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de junho de 1974
A inesperada convocação para gravar um especial de 40 minutos para a TV Cultura de São Paulo, fez com que Vinícius de Moraes telefonasse ontem pela manhã a Curitiba adiando a apresentação do espetáculo em homenagem a seu amigo Neruda, com a participação de Toquinho e do Quarteto em Cy, que pretendia fazer no próximo fim de semana, no Paiol e num grande auditório da cidade. Agora Vinícius vai tentar encaixar outra data dentro do apertado roteiro do circuito universitário (20 cidades no Interior de São Paulo) para que os curitibanos também o vejam neste "show".
A MPB nos anos 60 (VI) - O histórico encontro de Vinícius e Caymmi
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de junho de 1974
Um dos aspectos mais marcantes do trabalho de Aloysio de Oliveira na vida musical brasileira nos anos 60 foi, ao lado de seu trabalho como produtor da Elenco, a realização de mais de 20 shows do melhor nível na buate Zum Zum, de Paulinho Soledad, quando ela, em pleno Beco das Garrafas, liderava a vida boêmia e musical da Guanabara.
A MPB nos anos 60 (VII) - O Formigão reúne-se ao Chapéu-de-Palha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de junho de 1974
Se o Teatro do Paiol existisse há 10 anos, temos certeza, sem falsa modéstia, que espetáculos como "Rosa de Ouro" - que lançou a partideira Clementina de Jesus ao lado de jovens sambistas como Paulinho da Viola e Elton Medeiros, teriam sido vistos ao vivo pelos curitibanos. Bem como "Teleteco Teco Opus Nº1" ou "Mudando de Conversa", que marcaram a presença do notável Cyro Monteiro no teatro de Arena da Guanabara, em inspiradas produções deste poeta de rara sensibilidade que se chama Hermínio Bello de Carvalho.
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O eruditor-popular de Gismonti e a grande ternura de Johnny Alf.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de março de 1974
"Se Vinícius de Moraes existe tudo é permitido".
(Nelson Rodrigues)
Se não fosse um dos três maiores poetas deste País, excelente compositor e grande amigo, Vinícius de Moraes já estaria na história de nossa MPB pôr um fato: o de ter libertado o compositor da necessidade de boa voz para poder interpretar suas canções. Há dois anos, ao longo de um Shevas o Regal, o poetinha confessava: "Eu comecei a cantar somente para dar as minhas músicas a interpretação que eu achava que elas mereciam. Só por isso..."
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Falou & Disse
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de junho de 1974
Num programa de televisão, o supostamente inteligente apresentador pergunta ao poeta e compositor, ex-diplomata Vinícius de Moraes, o que ele faria com um ovo - tema que inspirou ao seu colega João Cabral de Mello Neto, um dos mais belos poemas de sua obra. Vinícius respondeu instantaneamente:
- Com um ovo eu faria um bom omelete para comer com a mulher amada!
A esposa de Egberto
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de janeiro de 1974
Está passando despercebido, até mesmo pelos coordenadores do Festival de Música, a presença em Curitiba da esposa do compositor Egberto Gismonti. E na verdade ela já foi uma das melhores pianistas brasileiras, dona de belíssima voz e que trocou sua carreira para ser apenas a esposa de Gismonti, realmente hoje um dos três criadores mais importantes de nossa MPB (os outros dois, em caminhos diferentes, são Milton Nascimento e Hermeto Paschoal).
Música popular - Esse tal de João Bosco, um mineiro com talento demais
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de janeiro de 1974
"E quando acaba a bala?
É no rala-rala? Faca com faca?
Rapa com rapa?
João, heim!? Tua música já atravessou o riacho.
Mineiro, é cedo para o cansaço da controvérsia a respeito da beleza e da parecença.
Há muito a fazer e tem de ser feito.
O Aldir Blanc está com você, o Paulo Emílio e o Cláudio também.
E o urubu sai voando, baixo, manso".
(Antônio Carlos Jobim)
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Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de janeiro de 1974
Em 1959, numa válida experiência fonográfica foi tentada em Salvador, saia pela JS Discos, na Série "Bahia de Todos os Sons" o lp "Apolo II" (JLP nº 9004), com uma cantora chamada Maria Creusa interpretando músicas de um jovem chamado Antônio Carlos Pinto, em algumas admitindo um parceiro - Idazio Tavares. Apesar da felicidade do título escolhido e da beleza da principal música - simultaneamente a chegada do homem a Lua, em julho-69 - pouca gente conhece este lp - vendido somente em Salvador e pelo reembolso postal, através de um anúncio publicado na revista "Quatro Rodas".
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Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de janeiro de 1974
Com exceção do Quarteto em Cy - hoje com nova formação - Cinara e Civa do grupo original (lançado em 1964, no lp da Forma, com apresentação de Vinícius de Moraes), mais Dorinha Tapajós e Soninha - não existe nenhum outro grupo "vocal feminino, de expressão, na música brasileira. Aliás mesmo masculino, são raros os grupos vocais que tem conseguido sobreviver ao longo dos últimos anos. E o Quarteto em Cy, apesar do prestígio e das ligações (Cinara é esposa de Ruy, líder do MPB 4), assim mesmo não está desenvolvendo um trabalho regular - e em 1973 gravou um único compacto.