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Palma de Ouro

Lembranças de Hollywood, sonhos de Akira e memórias da II Guerra

Mais uma boa fornada de bons filmes nesta temporada pré-Oscar - o que significa a época das vacas gordas cinematográficas após a imbecilidade da produção que chega nas férias de dezembro a fevereiro. Quatro estréias importantes, enquanto outros filmes (como "As Montanhas da Lua", de Bob Rafaelson, no Luz; "Black Rain - A Coragem de uma Raça", de Shohei Imamura, no Groff), continuam em cartaz.

O pintor Akira

Ao lado de muitos livros sobre a vida e os filmes de Akira Kurosawa (alguns deles já editados no Brasil), nas mais sofisticadas livrarias, é possível encontrar caríssimos livros de arte em que foram reproduzidos os desenhos coloridos que Kurosawa fez para seus últimos filmes. Um dos mais belos é o álbum editado na França - que, se existir ainda, deve custar ao redor de 80 mil - em que estão reproduzidos, em cores, o "store board" de "Ran" (1985), a partir dos próprios desenhos de Akira.

O mágico (post "Oz") da América

"O mundo todo é selvagem no coração e estranho na superfície" (Lula, personagem feminina de "Coração Selvagem"). xxx O curitibano Walton S. Wysocki, double de artista plástico obcecado por imagens eqüestres e cinéfilo-glutão, costuma fazer seus desenhos com maçaricos, extraindo cores e imagens com chamas & fumaça. Walton, como um apaixonado por cinema e um esteta dos músculos em seus cavalos pictóricos, deve ter adorado "Coração Selvagem" (Cine Ritz, 2ª semana).

Schwarzenegger vai à escola

Cineasta de extrema sensibilidade quando se voltou aos sonhos da juventude ("O Último Ano do Resto de Nossas Vidas") e encontros e desencontros do amor ("Um Toque de Infelicidade / Cousins"), mas também seguro num terror bem humorado ("Os Garotos Perdidos"), Joel Schumacher é confiável. Portanto, precedido de boas críticas, seu "Linha Mortal" (Flatliner), que estréia hoje (Plaza, 5 sessões), é atração bastante oportuna nesta semana em que continua o marasmo cinematográfico - com reprises e continuações (embora algumas interessantes).

Os homens que fabricaram as sombras do Apocalipse

"Oppenheimer foi uma grande inteligência, mas ele tinha também suas fragilidades. "Fat Man and Little Boy" ilumina só sentimentos e experiências das pessoas envolvidas num momento histórico". (Dwight Schultz, ator, comentando sobre o cientista Robert J. Oppenheimer, que interpretou em "O Início do Fim"). Sem pretensões de nostalgia, é lamentável que inexista hoje um cineclube realmente aberto ao debate, dinâmico e atual, para promover uma ampla análise em torno de filmes como "O Início do Fim" (cine Condor, 4 sessões, até quinta-feira).

Veja o filme de estréia de Sheppard como diretor

"Paris Texas", que há seis anos deu a Wim Wenders a Palma de Ouro em Cannes, não consagrou apenas o diretor alemão. Valeu também para que uma parcela de público passasse a se interessar pela obra de Sam Sheppard, co-roteirista daquele lírico filme sobre a solidão e o vazio existencial. Há seis anos, Sheppard já era, entretanto, um autor conhecido, tendo recebido o Pulitzer de Teatro com "Buried Child" - até hoje inéditos nos palcos brasileiros em montagem profissional.

Dois filmes inéditos de Bridges

Realizador inglês, vindo da televisão, Alan Bridges, 62 anos, teve em 1973, com "O Assalariado" (The Hireling), com Sarah Miles e Robert Shaw, a sua chance maior. Premiado com o Palma de Ouro, em Cannes, aquele filme colocando em questão as desigualdades sociais da Inglaterra, foi comparado, por muitos, como um exemplo do cinema influenciado por Joseph Losey (1909-1984), contundente em suas visões do british way of life. Entretanto, afora um público mais atento, poucos se interessaram em acompanhar os outros trabalhos de Bridges, que nem chegaram aos circuitos comerciais no Brasil.

Na semana do Oscar, curta o sexo, mentiras e videotape

... and the Oscar goes to... E o Oscar foi distribuído eqüitativamente. Com exceção de "O Campo dos Sonhos", os outros quatro filmes que tiveram as principais nominations acabaram ganhando premiações - mais ou menos importantes de forma que com a super-super festa vista por um bilhão de espectadores em todo o mundo, via tv-satélite, é claro que os filmes devidamente oscarizáveis devem prosseguir em cartaz.
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