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O samba-de-enredo da Mocidade Azul

Se faltava algum dado para provar que o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Azul é hoje uma escola-empresa, a exemplo das grandes agremiações do Rio de Janeiro. O concurso para a escolha do samba-de-enredo, realizado sábado, em sua quadra de ensaios, não deixou mais dúvidas. Acreditamos que, pela primeira vez, compositores semi-profissionais, que anteriormente não tinham ligação maior com a agremiação carnavalesca, inscreveram seus trabalhos, sentindo as possibilidades de ter não só a compensação financeira oferecida pela Escola, mas uma promoção muito grande.

Cantoras

Saudável vozes femininas inundam o nosso panorama artístico - entre veteranas que reaparecem ao lado de estreantes das mais promissoras (as quais, sonatas, aos talentos masculinos emergentes, provam que realmente há algo de novo no ar, como diz o colega Luiz Augusto Xavier) - e que não ficam apenas em intérpretes, mas também como compositor e mesmo instrumentistas.

Compositoras

Se a Odeon perdeu para a Polygram um de seus melhores artistas - o extraordinário João Nogueira, que admiramos desde sua estréia, 8 anos passados, com as faixas "Homem de Um Braço Só" e "Mulher Valente é Minha Mãe" (lp "Quem Samba Fica", produção de Adelzon Alves), ela conquistou agora uma cantora-compositora do mesmo nível e da mesma família: Gisa Nogueira, cujo talento há muito já fazia com que fosse inexplicável o seu não aproveitamento em lp (fez um modesto compacto na Top Tap, sem qualquer divulgação).

Vocalistas

Uma política que vem sendo implantada, em termos multinacionais na indústria fonográfica é a de fazer lançamentos maciços, de dezenas de novos artistas - vocalistas, conjuntos vocais instrumentais etc - e, após uma carga promocional violenta, deixar que os computadores analisem os resultados. Aqueles que tiveram aceitação continua a serem prestigiados, com novos discos, enquanto os que não tiveram suas músicas aceitas são simplesmente esquecidos.

Gênio Intrumental

Dentro da Música brasileira - sem rótulo de popular ou erudita, contemporânea ou de vanguarda - há alguns criadores da maior voltagem que, sem favor nenhum, merecem a classificação de gênio. São compositores-instrumentistas, eventualmente vocalistas, que não podem ser colocados em categoria estanques, tal a carga que traduzem em suas produções. Entre estes, dois nomes merecem destaque: Hermeto Paschoal e Egberto Gismonti.

Em todas as rotações

Como pretende editar no Brasil o elepê que Gilberto Gil fez nos EUA, destinado ao mercado internacional, a WEA colocou nas lojas apenas um compacto simples com duas interpretações bem personalíssimas do elétrico baiano: a versão "Não Chore Mais" sobre "No Worman, no Cry" de B. Vicent e o brasileiríssimo "Macapá" de Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga. De Guilherme Arantes de quem recentemente editou um elepê merecerá futuro registro, a WEA também solta um compacto simples, com "Estrelas" e "Biônica", ambas composições próprias.

Apenas Como Registro...

O Carnaval já passou e, como era esperado, se cantou e se ouviu apenas as músicas do passado. raras foram as marchas e sambas criadas especialmente para este Carnaval, conforme, rapidamente, registramos em nossa coluna diária. A nossa ausência do país, nos impediu de registrar, antecipadamente, os poucos discos carnavalescos que nos chegaram as mãos, dos quais, agora fica aqui a anotação.

Em todas as rotações..

1- Uma qualidade não se pode negar a Jorge Bem: o seu incrível "swing". Pois graças a este balanço é um dos poucos artistas brasileiros que consegue entusiasmar as platéias européias, onde seus discos vendem muito e suas constantes temporadas tem muito sucesso. Além do mais, o incrível Jorge Bem está procurando sempre ajustar-se as musicas de moda: pegou os estertores da Bossa Nova, tentou entrar no Tropicalismo, pintou na Jovem Guarda, voltou ao sambão, fez transas espiritualistas e agora ataca com o balançante som discotheque em "A Banda do Zé Pretinho"(Sigla, 403.6148, março/78).

Aqui, Jazz (I)

José Domingos Raffaelli, um dos homens que melhor conhece jazz no Brasil está iniciando um livro sobre Miles Davis, que um corajoso editor pretende lançar junto com uma revista sobre este gênero musical. Essa noticia de certa forma vem mostrar que o esforço que algumas gravadoras vem fazendo, nos últimos anos, em editar bons álbuns de jazz começa a apresentar resultados. Aquilo que, há 10 anos, era um risco assustador, hoje já é uma programação com bons resultados comerciais.
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