CD em ascenção conquista o mercado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de maio de 1991
Meia dúzia de lojas em Curitiba que praticamente estão se especializando em discos laser, enquanto outros pontos de vendas - mesmo de espaços mais populares, como supermercados e lojas em bairros abrindo amplos balcões para CDs, uma nova e sofisticada empresa - a Ultra Disc, inaugurada há poucas semanas na Rua Augusto Stresser, - com uma grande mídia promocional, confirmam aquilo que poucos acreditavam: mesmo com todas as dificuldades econômicas do país, a sofisticação do CD prova que existe muitos milhões de cruzeiros para circular nesta faixa específica de mercado.
As previsões de que haveria necessidade de uma década para o LP de vinil ser substituído pelo CD tem que se ajustar para uma nova realidade: 503% de crescimento em apenas três anos, como lembra o editorial da "Revista CD" (Editora Globo, número um, abril de 1991, Cr$ 800,00, 82 páginas), sofisticadíssima publicação para preencher um espaço de informação que cresce no Brasil. Como analisou esta nova revista, quando Thomas Edison inventou o fonógrafo, em 1887, com certeza muita gente acreditou que aquele seria o marco definitivo na técnica da reprodução sonora. Mas, decorridos apenas dez anos, outro americano - Emile Borliner criava o gramofone. Esse é um exemplo de como seria imprudente afirmar que o compact disc (ou a fita cassete DAT, ainda não lançada comercialmente no Brasil) representa o limite da perfeição fonográfica.
Mais de 2 mil títulos a disposição, só em termos de ofertas nacionais, para milhares de pessoas que, dia a dia, vão conseguindo comprar seus aparelhos de CDs.
Acervos vem sendo reciclado e passados para a perfeição do CD e o mercado só tende a crescer. As grandes multinacionais começam a suprir edições em vinil para clássicos e jazz - só fazendo em fitas-cromo e CDs - enquanto outras etiquetas - como a Movieplay, atuando no mercado desde agosto de 1988, atua exclusivamente com CD.
A sony (ex-CBS) e polygram disputam o mercado erudito com suplementos excelentes que suas coordenações no Brasil - Maurício Quadrio pela Sony, a jovem Fátima, que substitui a Leo Barros na Polygram - vem, criteriosamente ordenando. Enfim, o céu é o limite para estes tempos de som puro - que abrangem desde as reedições históricas como fazem os bravos Leon Barg e Chico da Moto Discos - até as mais avançadas produções internacionais.
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