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Aramis

Chick Corea, a eletricidade com harmonia no melhor jazz

A atuante Ivone Kassoul, responsável pela divulgação da terceira edição do Free Jazz Festival (setembro, Rio de Janeiro e São Paulo) confirma que entre as atrações deverá estar o pianista Chick Corea. E conta que este ano, ao contrário do que falhou em 1985/86, está havendo um trabalho junto às gravadoras para que, aproveitando a motivação deste festival, idealizado pela Dueto Promoções, de Mônica Dauelsberg, aconteçam edições de discos dos superstars do jazz que virão ao Brasil. Afinal, quando das duas edições de São Paulo-Montreaux Jazz Festival (1978/1980), aconteceram maciços lançamentos jazzísticos, incluindo a série "Jazzology", que Mauricio Quadrio coordenou, na época através da EMI/ Odeon. Já o Free Jazz, apesar do êxito de público (Hotel Nacional, Rio; Anhembi, SP) não tem sido acompanhado, infelizmente, de produtos gravados - o que é um desperdício em termos de marketing. Independente do Free Jazz Festival, a CBS tem um catálogo com série de lançamentos, com um novo pacote de série "I Love Jazz" - em edição feita em colaboração com a cadeia Breno Rossi: mais seis álbuns com o título de "The Best of...", além do primeiro pacote da GRP, a etiqueta de Dave Grusin, compositor, arranjador, regente e tecladista, associado ao engenheiro de som e produtor Larry Rosen. Aliás, Dave Grusin, virá também ao Free Jazz Festival, acompanhando o guitarrista Lee Ritenour - ambos com discos colocados no Brasil agora neste primeiro pacote da GRP: "One A Kind" (Grusin) e "Rio" (Lee). Enquanto um dos volumes da coleção "The Best Of..." trará Chick Corea, (Armando Anthony Corea, Chelsea, Massachussets, 12/6/1941) da época da Return Of Forever (grupo do qual, na melhor fase, fizeram parte Airto Moreira e Flora Purim), o trabalho mais recente de Corea pode ser apreciado na gravação feita para a GRP: "The Chick Corea Elektric Band". Com a participação de Dave Weckl (percussão), Carlos Rios (guitarra), John Patitucci (baixo acústico) e Scott Henderson (guitarra, apenas numa faixa - "King Kockroach"), temos o som-87 deste incrível tecladista, arranjador, compositor e que ao longo das últimas duas décadas tem percorrido os mais diferentes percursos da música criativa, não se deixando amordaçar por estilos e concepções regidas. O som de Corea é sempre agradável e suave, mesmo quando utiliza - como neste caso - todas as potencialidades da parafernália eletrônica. Há mesmo um certo lirismo nos temas de Chick, que chegou a fazer uma letra para a faixa de abertura - "Elektric City", publicada no encarte do disco (mas gravada apenas instrumentalmente). São oito temas - "Rumble", "Side Walk", "Cool Weasel Boogie", "Got A March?", "Elektric City", "No Zone", "King Cockroach" e "Índia Town", desenvolvidos com notável competência, valorizando cada um dos instrumentistas e servindo como uma verdadeira aula de como os recursos eletroacústicos podem ser utilizados sem ferir os ouvidos. Ao contrário, com poesia e um romantismo jazzístico up to date. LEGENDA FOTO - Chick Corea: novo disco agora, ao vivo em setembro no Free Jazz Festival.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
21/06/1987

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