Contrato milionário faz Gilberto deixar a FM-104
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de setembro de 1987
Gilberto Fontoura, 41 anos, 23 de atividades radiofônicas, considerado hoje um dos melhores executivos do setor, não resistiu à proposta do grupo da Rádio Antena 1, e nesta semana, deixa a Independência FM-104 para assumir a direção do novo prefixo.
Detalhes do contrato são, naturalmente, reservados, mas nas palavras de um observador bem informado, "só faltou os proprietários da Antena 1 passarem 49% das ações em nome de Gilberto, para convencê-lo a mudar de prefixo". Realmente, Fontoura sentia-se afetivamente ligado à Independência, que viu nascer em setembro de 1963, quando o primeiro proprietário do prefixo, o então deputado Maia Neto, a instalou no Edifício Asa (Praça Osório). Gilberto, então ainda verde nos caminhos radiofônicos, assessorou Jair de Brito - e com ele aprendeu a arte de fazer uma programação dinâmica e atuante, conquistando a maior audiência.
Há pouco mais de um ano, Gilberto chegou a se afastar da Independência, anunciando então sua disposição de criar uma agência de promoções. Desesperados, os donos da emissora foram buscá-lo, já então com um salário milionário.
Agora, a proposta não pode ser coberta e Gilberto (que também é funcionário da TV Paranaense desde seus primeiros anos e assessor da Assembléia Legislativa), passa a ter um dos maiores contratos já firmados no País com um profissional da radiodifusão.
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Não foi pelos belos olhos de Gilberto, que a Antena 1 foi buscá-lo. A emissora quer chegar ao primeiro lugar em audiência - deixando a sua sexta classificação. Segundo o último boletim do IBOPE, a FM-104, que era dirigida por Gilberto, tem 30,7 pontos - e a segunda classificada, a Caiobá, fica com 19,9 - o que representa uma diferença de 150 mil ouvintes a menos. Em terceiro lugar está a Studio 96 (17,7), seguida da Transamerica (16,9) e Scala (15,1). Depois, em sétimo lugar, vem a Estação Primeira (3,5), Ouro Verde-FM (1,7) e em 9º lugar a Intercontinental (0,7).
A briga mais feia é pelo segundo lugar: a Caiobá tem uma diferença de apenas 1,2 sobre a Studio 96, do grupo Nasser, dirigida pelo experiente Pedro Ernesto, que promete alcançar o segundo lugar dentro de 60 dias. Didiê Bettega, veterano do rádio, diretor do grupo Caiobá-Ouro Verde, não teme: tem um estratagema para melhorar a posição de seus prefixos.
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