Login do usuário

Aramis

Das (boas) estréias ao canto mais suave de Carole e Carly Simon

Domingo passado falamos dos lps de algumas vocalistas famosas - Mahalia Jackson (1911-1972), Liza Minelli, Diana Ross e Sarah Vaughan, que estão na praça, merecendo atenção dos fãs da boa música norte-americana. Vamos hoje, também sucintamente, ao registro de algumas outras cantoras mais jovens e que estão surgindo nestes últimos anos. OLIVIA NEWTON-JOHN, jovem australiana, em seu primeiro lp no Brasil ("Long Live Love", EMI/ODEON, EMC 8011, Dezembro/74), mereceu, em nossa opinião, não apenas o destaque de revelação de cantora, no setor internacional, como também este lp entrou entre os melhores do ano. Uma cantora notável, voz deliciosa e segura, que amparada em arranjos de criativos maestros - John Farrar, Nick Ingman, Brian Bennett e Alan Hawkshwa, estreou com um lp, gravado em Londres, com um repertório extraordinário. Informa Carlos A . Gouveia, da "Folha de São Paulo", que Olivia Newton-John é uma das cantoras prediletas da classe média inglesa pela "melosidade" contida em suas canções. Em seguida, o jornalista paulista investe contra o estilo de Olivia Newton, com o que absolutamente não concordamos. A Melosidade de Olivia é agradável, suave - e a música é, apesar dos esforços da geração pop, ainda harmonia e beleza - que Olivia mostra ao longo das 12 faixas de "Long-Live Love", um dos melhores lançamentos internacionais de 74: "Free The People" (Keith, a melhor faixa do lp e uma das músicas do ano que passou), "Angel Eyes" (Tony Macuulay-Keith Potner), "Country Girl" (Hawkshaw Gosling), "Someday" (Benson Minde), "God Only Knows" (Brian Wilson-Tony Asher), "Loving Ain't Easy" (Saker-Leath wood-Sulsh), "Home Ain't Home Anymore" (John Farrar Peter Robinson), "Have Love Will Travel" (Greensway-Stephens), "I Love You, I Honestly Love You" (Peter Allen-Jeff Bary), "Hands Across The Sea" ( Findon-Wilkins), "The Rivers Too Wide" (Bob Morrison) e "Long Live Love" (Avon-Spiro). CARLY SIMON - é já conhecida e admirada no Brasil há quatro anos, quando a Phonogram aqui lançou seus primeiros lps da Elektra. Casada com o baladista James Taylor - um dos mais admiráveis compositores-interpretes da nova geração, baladista cuja obra só é comparável a Cat Stevens, Carly Simon é também autora da maioria das musicas que grava - baladas ou Country suaves. Neste "Hotcakes" (Elektra Records/Continental, ELLP- 526, junho/74, feito logo após sua viagem a Europa em 1973, com seu marido James Taylor, traz nove composições próprias: "Safe And Sound", e "Haven't Got Time for The Pain", em parceria com Jacob Brackman; "Forever My Love" com o marido Taylor; "Mistif", "Grownup", "Mind On My Man", "Tjink K'm Gonna Have A Baby", "Older Sister" e "Just Not True, onde trabalhou sozinha, e mais a faixa-título, "Hotcakes" de Taylor e "Mockingbird" de Inez & Charlie Fox. Um disco agradável, suave - bem ao estilo dos outros trabalhos de Carly. HELEN REDDY - mereceu com "Love Song for Jeffrey" (Capitol/Odeon, SO-1164, julho/74) o título de cantora do ano. Um trabalho de amor familiar - em memória a sua mãe, Stella Lamond Reddy, seu pai, Max Reddy, tia, Hellen Reddy Sr., e, principalmente um canto de vida ao seu marido Jeffrey, este é daqueles discos de vocalistas que merecem especial atenção. Lançado há seis meses, continua a ser ouvido com a mesma emoção de quando o colocamos na primeira vez na radiola, e cada palavra pronunciada por Helen Reddy traduz um universo de beleza e ternura. Produzido por Tom Talano, com arranjos e regências do maestro Michael Omartian, este álbum de capa dupla - embelezado em seu interior com familiares fotos da vocalista, hoje aos 34 anos, como um álbum de família, há 10 músicas notáveis, uma das quais, mereceu o destaque especial em nossa relação das melhores canções internacionais: "You And Me Against The World" (P. Willinas /K. Ashcer). Helen canta com amor, entusiasmo, segurança, e com isto dá uma vida nova a um clássico eterno como "Stella By Starlight" de Ned Washington e Victor Young, e marca outras músicas de letras suaves e limpas, falando em lar, família, poesia temas tão esquecidos em nossos dias de ferocidade, cobras & traições, em que falar de coisas bonitas é sinonimo de caretice, de quadradismo. Helen é importante porque assume um repertório sincero e belo, neste seu segundo lp editado no Brasil - e que, infelizmente, tem passado despercebido do público. Compre o disco antes que seja tarde: é o tipo da gravação que a Odeon vai retirar de circulação em breve, pois infelizmente há poucas pessoas com sensibilidade suficiente para entender em Helen Reddy e suas canções de honesto amor. Faixas: "That Old American Dream" (m. Hazelwood/A . Hammond), "You're My Home" (Billy Joe), "Songs" (Barry Mann/Cynthia Weill), "I Got A Name" (Norman Gimbel/C. Fox), "Keep On Singing" (D. Janssen/B. Hart), "You And Me Against The World" (P. Williams/K. Ascher), "Ah, My Sister" (Carole Bayer/Peter Allen), "Pretty Pretty", (Peter Allen/Hal Hackday) e "Love Song For Jeffrey" (Helen Reddy/Peter Allen). CAROLE KING - Já com um público seguro no Brasil, eminentemente da classe A, de bom gosto, a pianista-compositora-cantora Carole King tem todos seus lps editados com bastante regularidade, o que é muito salutar. Como Roberta Flack (que salvo engano, passou 1974 sem ter nenhum novo lp lançado entre nós), Carly Simmon, Helen Reddy) e Olivia-Newton-John, já comentados, Carole está na categoria das criadoras musicais que prefere a harmonia, a poesia, a beleza, aos sons elétricos e irritantes. Carole é suave, inspirada em suas letras e músicas, uma voz agradável, doce e bela como ela própria - o que nos faz, há muito tempo, lembrar a sua imagem para definir a londrinense (Londrina, Pr.) Marcia Constantino, também pianista compositora e cantora, como uma espécie de Carole King brasileira, à espera de um produtor inteligente, capaz de lançá-la nacionalmente. Mas voltando à Carole King, seu último lp (wrap Around Joy", Ode Records, 8006, Odeon, Novembro/74), é como os seus discos anteriores, uma sucessão de belas músicas, numa produção (de Loud Adler) excelentemente bem acabada, e com a participação de músicos competentes como Charles Larkey no baixo, Andy Newmark na bateria, Dean Parks e Danny Kortchman na guitarra; George Bobhanon, Fred Jackson Júnior, Mike Altschul, Cuck Findley, Gene Goe, Dick "Slyde" Hyde e Ernie Watts na secção de metais, além de dois solos em destaques: Tom Scott no sax, em "Wrap Around Joy", faixa título do lp. Carole King executa keyboards, canta e teve ainda a participação de Louise Goffin e Sherry Goffin no background vocais de "Nightingale", e do coral The Eddie Kendrick Singers e The David Campbell String Section, em "We Are All In This Together". Um disco de gabarito e destinado a um público classe A . Outras faixas: "Change In Mind, Change of Heart", "You Go Your Way, I'll Go Mine", "You're Something New", "You Gentle Me", "My Lovin'Eyes", "Sweet Adonis", "A Night This Side Of Dying" e "The Best Is Yet To Come" - todas composições de Carole. MAGGIE BELL - Outra revelação de 74, para alguns a grande estréia vocal do ano que passou. Houve até quem a comparasse a grande Janis Joplin (1943-1970), como cantora branca de Blues. Em "Queen Of The Night" (Polydor/2383239, agosto/74), apareceu esta cantora de voz marcante, capaz de solos impressionantes, amparada em instrumentistas poderosos como os guitarristas poderosos como os guitarristas Reggie Young (nas faixas "Caddo Queen", "After midnight", "Oh my, my", "Yesterday's music", "We had it all" e "The other side"), Cornell Dupree ("As Year go passing by") e John Hughey ("A woman left lonely"). Nos parece que Maggiel Bell é um meio termo entre a música mais sweet, denominada (embora atualíssima) de Carole, Carly ou Olivia - para o trabalho mais eletricamente estridente, uma ponte altamente louvável, capaz de permitir um entendimento entre públicos radicais, separados por poucos anos - o suficiente entretanto, para criar polêmicas musicais. Maggie é apenas cantora, não pretendendo nenhuma outra posição e assim recorrendo a músicas inéditas, de compositores até então desconhecidos, para as 10 faixas deste lp de estréia: "Caddo Queen"( Troy Seals, Will Jennings & Mentor Williams), "A woman left lonely" (Dan Penn & Dewey Oldham), "Souvenirs" (John Prine), "After midnight" (J. J. Cale), "Queen of the night"(Ronnie Leahvy), "Oh my my" (Richard Starkey & Vinny Poncia), "As the years go passing by" (Deadric Malone), "We had it all" (Troy Seals & Donny Fritts), "The other side" (Carole Bayer Sager/Peter Allen), "Trade winds" (Ralph McDonald & William Salter). "Yesterday's music" tem como um dos autores, um artista bastante conhecido no Brasil: David Clayton-Thomas, ex-Blood, Sweat & Tears, dois lps como vocalista-cantor. SUZI QUATRO - Finalmente, uma cantora-contrabaixista sem concessões ao romantismo. Suzi Quatro é um dos nomes mais populares junto a faixa jovem-pop, a tal ponto que a RGE, meses atrás, criou uma falsa Suzi para aproveitar o sucesso desta instrumentista cantora que em poucas semanas caiu no agrado da imensa faixa de consumidores da música a quem se destinam, especificamente, seus lançamentos. Acompanhado por Dave Neal (bateria), Alastair McKenzie (keyboard) e Len Tuckey (guitarra), Suzi oferece neste seu novo lp (Quatro", EMI-Smofb 477, dezembro/74), 12 músicas, algumas suas próprias composições, dentro da mais hard linha ideal para a garotada curtir na base da luz estroboscópica, a todo o volume e onde as palavras e harmonia não tem muita importancia. Ah! em tempo: Suzy é uma loura muito bonitinha e se não fosse o barulho talvez fosse possível ouvir a sua voz. Faixas: "The Wild 07 e", "Keep A - Knockin", "Too Big", "Klondyke Kate", "savage Silk", "Move It", "Hit The Road Jack", "Trouble", "cat Size", "Shot Of Rhythm & Blues" e "Friday".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música Popular
26
12/01/1975

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br