Didier Bettega é o novo dono da CWB-FM
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de outubro de 1983
Domingo à tarde, João Lydio Seiller Bettega - o estimado << Didier >> assinou o contrato de compra da CWB-FM, pertencente ao grupo Perdigão. Com isto, sua organização - que já possui as rádios Ouro Verde (AM) e FM-Caiobá - passa a ter mais uma emissora de freqüência modulada. O valor da transação não foi revelado, mas, seguramente, ultrapassou a casa dos Cr$ 100 milhões.
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Duas razões emotivas na grande transação: a CWB é a FM pertencente, originalmente, á Rádio Marumby, segunda emissora instalada em Curitiba, em 1946, e onde Didier Bettega, quando ainda estudante do Colégio Santa Maria, em 1949, começou a trabalhar como locutor. O pastor Matheus Janchens, que adquiriu a Marumby há alguns anos, vendeu a concessão da FM, que se chamou inicialmente Rádio Ambiental, passando depois para o grupo Perdigão, que, no ano passado, a colocou no ar, com nova programação e o nome de CWB-FM.
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O avô materno de Didier, o industrial João Seiler, na década de 40 possui uma fábrica de papel na cidade de Videira, em santa Catarina. Quando desativou a indústria, vendeu o gerador que ali possui para um jovem que começou na área da indústria. aul Brandalise. Hoje, Brandalise preside um dos maiores grupos econômicos de Santa Catarina, com negócios em várias, e, homem sentimental, quando soube que Didier era neto do velho João Seiler, fez questão de que o negócio fosse fechado.
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Experiência não falta para Didier Bettega na área de rádio. Com mais de 30 anos de atuação ininterrupta em várias emissoras, voz muito pessoal que marcou grandes coberturas, produtor de programas históricos. Didier fez da Rádio Ouro Verde, desde que a adquiriu há 20 anos, uma emissora com programação selecionada, audiência segura, e ótima rentabilidade. Conseguindo há 3 anos a concessão para uma FM, fez a Caiobá e posicionar no primeiro lugar - e briga com a FM-Brasil, alternando-se as duas no Ibope entre as mais sintonizadas. Agora, Didier começa a trabalhar para posicionar a CWB-FM, emissora que não conseguiu, em mais de um ano, posição de audiência que lhe possibilitasse melhor faturamento. Embora o grupo Perdigão esteja investindo na área da comunicação, com várias emissoras de Santa Catarina a decisão de vender a FM-Curitiba para a organização de Didier Bettega.
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Das nove estações de freqüência em Curitiba, praticamente oito buscam o mesmo público alvo: os jovens, na faixa entre 12/28 anos. Por isto a programação que se ouve é repetitiva, com gírias, expressões de moda e, muita música estrangeira. A única exceção é a FM-Universo, ainda pertencente ao pioneiro Nabig Chede ( a AM foi vendida no final de 82, por Cr$ 300 milhões, para a Igreja deus é Amor do pastor David Miranda). Com uma programação de boa música nacional e internacional - armada, ainda, pelo competente Azor Silva, que por mais de 20 anos trabalhou na organização de Nagib Chede, a Universo-FM não tem, entretanto, equipe de locutores, havendo, praticamente, apenas duas vozes, que acabam cansando os ouvintes. Falta também dinamismo e melhor produção à programação.
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Entre as três alternativas que Didier Bettega estuda para posicionar a FM-CWB, está criar uma programação destinada à faixa entre 28/50 anos - hoje, praticamente, sem opção radiofônica (excepto a Universo, mas com as limitações acima lembradas). Um público de bom poder aquisitivo, que aprecia música suave, de qualidade - a boa fase da Bossa Nova, o choro, os bons sambas em matéria de Brasil, o jazz, as trilhas sonoras dos grandes filmes, as big bands e orquestras famosas enfim, uma programação classe A, na qualidade perfeita do FM, pode dar à CWB um bom posicionamento no mercado.
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Falando em rádio, a FM-Capital está fora do ar há algumas semanas - não por infringir normas do Dentel, mas ao que consta, por decisão de seus proprietários.
FOTO LEGENDA - Didier: mais uma rádio FM.
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