Expressionismo alemão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de setembro de 1983
Amostra "Murnau-Mayer-Veidt" -Três Destaques do Cinema Expressionista Alemão", iniciada segunda-feira, 12, na Cinemateca do Museu Guido Viaro, tem uma importância bem mais ampla do que parece. Constitui um dos aspectos do verdadeiro "evento expressionista" que o Instituto Cultural Brasileiro Germânico promove este mês em Curitiba, com exposições, conferências e exibições - as quais, algumas unidades da Secretaria da Cultura e Esporte, (si) estão aproveitando. Mas a generosidade do Goethe Institut é tão grande, que não se preocupa com isto...
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A mostra no Museu Guido Viaro prosseguirá hoje com a exibição de "Lucrezia Borgia", filme que Richard Oswald realizou em 1922, com Conrad Veidt (1893-1943) como Cesare Borgia.
Os filmes programados para esta mostra foram dirigidos, escritos ou interpretados por William Friedrich Murnau (1888-1931), CarI Mayer (1S94-1944) e Conrad Veidt. A primeira vista - e da forma como é apresentada na retrospectiva - o encontro fílmico destes três personagens parece pouco significativo, uma vez que sua participação conjunta se restringiu a apenas "Caminhando na Noite" (Der Gang in Die Nacht), 1920 - exibido na terça-feira. O que eles têm em comum e o fato de terem nascido entre 1888/1894 e pertencido a uma geração profundamente marcada pela derrota da Alemanha na I Guerra Mundial. Estavam com trinta e poucos anos quando deixaram a Alemanha e morreram precocemente em terras estranhas. Através de seus filmes, eles entraram em contato com realizadores e artistas cinematográficos da época, com os quais criaram o que se tornou conhecido como "expressionista".
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Uma mostra destes raros filmes é que o Goethe Institut trouxe a Curitiba, infelizmente para exibições reduzidas a apenas um dia. Amanhã teremos "Tartufo", que Murnau rodou em 1925 com roteiro de Mayer. Sábado, "Torgus", 1921, de Hans Kobe, roteiro de CarI Mayer.
LEGENDA FOTO - Conrad Veidt (1893-1943)
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