Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de fevereiro de 1974
Durante o mês que passou em Curitiba, o pianista Arnaldo Estrella confirmou uma regra: os grandes artistas são pessoas simples e só os medíocres é que necessitam do vedetismo para tentarem se afirmar. Assim, enquanto um ilustre desconhecido como o pianista português Carela Cid criou mil problemas - como recusando-se a tocar ao lado dos bons músicos brasileiros - um concertista da expressão de Arnaldo Estrela permaneceu modestamente, dando sua contribuição ao Curso e mantendo sempre uma posição discreta, embora seja realmente um dos nomes expressivos dos muitos músicos que vieram a Curitiba. Homem que percorreu muitos caminhos e fez ouvir a sua arte em quase todo o mundo, Arnaldo Estrela é daquelas pessoas sobre as quais se poderia escrever muitas páginas dos artigos estilo "Meu Tipo Inesquecível". Assim, como recitalista, solista e camerista já esteve no Uruguai, Argentina, EUA, Canadá, Europa Ocidental e Oriental, China, Argélia, Tunísia e Angola. Tocou com as maiores orquestras do mundo e entre seus amigos estão regentes chamados Bruno Walter Mitropoulos, Paray, Jochum e outros. Membro do Quarteto da Guanabara, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e formando com sua esposa, a pianista Mairuccia Iacovino, um notável Duo, Arnaldo é o atual diretor do Departamento de Assuntos Culturais do Estado do Rio. Muitos compositores brasileiros dedicaram-lhe obras para que desse a primeira audição mundial. Assim, no centenário de Chopin a convite da Unesco, fez a primeira audição mundial de obras de Oscar Esplá e Villa-Lobos. Tudo isto o faz um homem simples e modesto.
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