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Aramis

A leitura fascinante do imortal Faulkner

Dentro da qualidade editorial que a colocou em posição de grande destaque no mercado editorial, a Nova Fronteira vem reeditando toda a obra de William Faulkner (1897-1962), que é, ao lado de John Steinbeck, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e John dos Passos, um dos nomes responsáveis pela renovação da ficção norte-americana neste século. Prêmio Nobel em 1949, Faulkner é reconhecidamente o intérprete mais profundo e trágico do Sul dos EUA. Gabriel Garcia Marquez referiu-se, certa vez, a Faulkner, como " o mestre, sem cujas lições escritas talvez não tivesse aprendido os melhores truques da profissão". Com a publicação de "O Som e a Fúria" (1929), momento radical do seu empenho criador, Faulkner sagrou-se um dos revolucionários da técnica do romance. A este seguiu-se "Luz em agosto" (1932), "Absalão, Absalão" (1936) e a "Fábula " (1955), todos já reeditados nos últimos três anos pela Nova Fronteira. A estes acrescenta-se "Palmeiras Selvagens", lançado em 1939. Existem duas histórias neste romance: a que dá título ao livro e "O Velho". Falkner apenas intercalou os capítulos. Um dia lhe perguntaram sobre esse procedimento e ele respondeu que qualquer uma delas era curta demais para a publicação em separado. Em outra ocasião, porém, confessou que elas exemplificavam "dois diferentes tipos de amor". Em "Palmeiras selvagens" Faulkner nos mostra o drama de um médico e sua amante. Incompetente, desempregado, ele vive algum tempo às custas dela, e acaba por matá-la provocando-lhe um aborto. Aqui, a protagonista, por amor do amor, recusa a paternidade. A ação transcorre por volta de 1938. Segundo o poeta Jorge de Sena, "trata-se de um dos mais belos e audaciosos romances de amor que jamais se escreveram". "O Velho" é uma pequena epopéia, onde o rio é também personagem. Aqui a subjuga o homem. A mulher de "O Velho", salva pelo forçado, é a maternidade por excelência. A nova refere-se à grande cheia do Mississipi que foi uma catástrofe sem precedentes, desalojando milhares de pessoas e afogando centenas. Para a maioria da critica as duas narrativas versam sobre dois tipos de dedicação e, encaradas, em conjunto, versam sobre a natureza da liberdade. LEGENDA FOTO - Faulkner: reeditado no Brasil
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Leitura
27
02/12/1984

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