Lennon, segunda geração (e o rock da Bela Pat)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de janeiro de 1985
A segunda geração dos Lennon começa a se ouvir: numa discreta faixa de "Every Woman Has a Man Who Loved Her" (Polygran/outubro/84), já se tinha uma discreta participação de Sean Ono Lennon, filha de John e Yoko Ono. Agora, num lançamento simultâneo ao americano (22 de outubro), a RCA colocou no Brasil o elepê de estréia de Julian Lennon, filho do primeiro casamento do mais famoso dos Beatles. Gravado em Nova Iorque e no Alabama, "Valotte" traz composições (exceto uma) assinadas por Julian, sozinho ou em parceria – que também lidera os vocais, toca baixo, bateria e é ainda responsável pela percussão.
Entre os músicos que o acompanham está um dos nomes sagrados do jazz – Jean "Toots" Thielemans, violonista e, especialmente e executante de harmônica (e de quem a WEA acaba de lançar um esplêndido álbum, que comentaremos na próxima semana).
Aos 21 anos, Julian tem condições de fazer uma boa carreira: sua voz tem o agudo pungente que sempre caracterizou Lennon pai e suas músicas trazem ecos familiares em sua estrutura e poesia. Aos cinco anos, quando John separou-se de Cynthia, Paul McCartney foi visitá-los e escreveu uma música para Juan – no início chamada "Hey Julian", transformada posteriormente em "Hey Jules" e, por fim em "Hey Jude".
É interessante ouvir as canções de Julian – especialmente as três que fez sozinho: "Too Late for Goodbyes", "Lonely" e "Say You're Wrong".
xxx
Entre os belos novos rostos da música pop, um dos mais interessantes é do Pat Benatar (Pat Andrezejewski, Brooklyn, NY, 1953), já com cinco elepês, 12 compactos e 9 vídeos internacionalmente lançados pela RCA.
Em seu segundo elepê, "Crimes of Passion", trazia músicas temáticas e estilisticamente ousadas. Em "Hell Is For Children", por exemplo, denunciava um problema atualíssimo: os maus tratos às crianças. Já canções como "Hit Me With Your Best Shot"e "Treat Me Right" são peças românticas que rejeitam a postura submissa em relação à sexualidade adotada por várias cantoras dos anos 70, Pat diz:
_ "Não quero cantar bobagens".
O novo disco de Pat Benatar é "Live Fron Earth"( Chrysalis/RCA), com um punhado de canções interessantes.
Enviar novo comentário