Manifestação pela paz na ponte da Argentina
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de julho de 1986
Inaugurada há poucos meses, a ponte Tancredo Neves - que une o Brasil e Argentina, será palco de uma grande manifestação política-ecológica-pacifista no próximo dia 9 de agosto: O Kuarup Pela Paz Contra o Armamentismo na América Latina e Pelos Direitos Humanos.
A organização é da Coordenação Interestadual de Ecologistas pela Constituinte, que agrupa hoje os principais movimentos da área no País.
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Serão milhares de pessoas, vindos de todas as partes do Brasil, Argentina - possivelmente do Paraguai - que, de mãos dadas, estarão participando de uma manifestação pacífica, na qual faixas, cartazes, discursos e performances de artistas dos três países - incluindo nomes famosos - manifestarão sua preocupação pela corrida armamentissta no Brasil e Argentina.
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Atualmente existem mais de 800 entidades agrupando ecologistas e pacifistas no Brasil. Para as mesmas não se comprometerem com partidos políticos foi criada uma Coordenação Interestadual destinada a apoiar os candidatos a Constituinte que se mostrem identificados com as idéias destes movimentos. No Paraná, há pelo menos dois candidatos que disputam este apoiamento - Claus Garber (PT) e Cícero Bley (PMDB), os quais, naturalmente, estarão na manifestação de 9 de agosto.
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O movimento não custará barato. Para transporte dos participantes, cartazes, material de imprensa, confecção de bottons, t-shirts etc. foi feito um orçamento inicial que prevê uma soma apreciável US$ 30 mil.
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O nome dado a manifestação busca resgatar o título que marcou o movimento de protesto contra o fim das Sete Quedas, em 24 de julho de 1982, em Guaíra: Kuarup - Adeus Sete Quedas.
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Um dos coordenadores deste Kuarup é o jornalista e cineasta Frederico Füllgraf, que , entretanto, não poderá estar presente. No dia 27 de julho, a convite da Gensuikin - Federação Japonesa contra Armas Nucleares - viaja para o Japão. Em Hiroshima e Nagasaki, representará o Brasil em manifestação internacional em relação aos 41 anos das explosões de bombas atômicas naquelas cidades.
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