Marco Monteiro, o cantor com receita para consumo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de novembro de 1991
Confirma-se um cantor: Marco Monteiro. Embora já no terceiro elepê ("Delírios e Luzes", Barclay/Zimba BWE), este carioca criado em Belém do Pará, capricorniano, aos 34 anos traz agora um repertório (incluindo uma composição própria, "Fuxico"), facilmente assimilável e que abre com uma esperta parceria de Chico Roque / Paulo Sérgio Valle - "Pra que Mentir?", com a participação de Alcione. Já tendo conseguido projetar algumas faixas como "Chamegoso", "Bichinho de Lã" e "Aguê-Agá", agora com músicas românticas - pode até ameaçar a praia de Wando e outros especialistas no som para antes e depois do sexo. Por exemplo, em "Delírios e Luzes" (Gilson / Loran), diz: "A noite / guarda segredos / acende desejos / emoções, esconde o perigo...".
Atualizado, Marco Monteiro também buscou músicas capazes de lhe abrir as portas a outra faixa, como uma regravação de "Maluco Beleza" (Raul Seixas) ou o fricote "Fruta Quente" (Alfredo Reis) e, como bom paraense, falar da lambada, mas numa espécie de paródia: "Le Fuduz Vous" (Dito). Mas é no romantismo que este cantor encontra seu maior espaço, dizendo em "Pra que Mentir", em dueto com a maranhense Alcione, "Pode até me doer / Posso me arrepender / Mas agora eu vou / Me vingar de você...". em "A Ilha", os comercialíssimos Michael Sullivan / Paulo Massadas, exploram clichês como: "Se eu pudesse advinhar / agora eu sei / não se deve amar alguém / como eu te amei...".
Afinal, a dupla Sullivan / Massadas tem poder nas gravadoras e um cantor em início de carreira como Marco Monteiro tem que aceitar as regras do jogo.
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