Mate x Café
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de janeiro de 1977
Mais uma vez as declarações do sr. Camilo Calazans, presidente do Instituto Brasileiro do Café, tem má repercussão no Paraná. Só que agora foram afirmações relacionadas a um produto, sobre o qual o presidente do IBC parece não conhecer o suficiente: o chá-mate. Em entrevista a um programa de televisão, entre produto ou produtos que, a curto prazo, pudessem substituir o café como "bebida quente", citando como exemplo o chá (chá preto da Índia) e bebidas achocolatadas.
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O industrial José Lacerda Júnior, 56 anos, diretor do Moinhos Unidos Brasil Mate e secretário do Sindicato da Indústria do Mate no Estado do Paraná, com sua autoridade de conhecedor dos problemas do setor desde a infância, filho de família de 4 gerações de ervateiros, já enviou a devida resposta ao presidente do IBC. De princípio, José Lacerda Júnior, lamenta o esquecimento do mate, produzido em larga escala (aproximadamente 60 milhões de quilos anuais) nos Estados sulinos e também em Mato Grosso e que pode ser bebido quente, frio ou gelado, sendo na primeira das formas perfeito sucedâneo de outras bebidas quentes, inclusive do café.
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Lacerda reconhece que "a maior parcela da produção brasileira de mate é utilizada na forma tradicional do "chimarrão"porém, com alguma divulgação e incentivo real dos órgãos governamentais poderia perfeitamente aumentar de maneira considerável a sua industrialização e consumo como chá-mate para utilização como bebida quente, substituindo ou suplementando o Café, e, permitindo três coisas importantíssimas na atual conjuntura.
1. Economia do café no consumo interno e, consequentemente, maior disponibilidade na exportação.
2. Real economia para o consumidor, uma vez que o quilo de mate está sendo vendido a Cr$ 14,00 e o quilo do café a Cr$ 44,00, sendo que uma xícara de café custa anualmente 44 centavos e a de mate 3 centavos.
3. Fortalecimento e incentivo da economia ervateira.
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