Nordestinos sem sotaque
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de julho de 1984
Baby Consuelo (Bernadete Dinorá de Carvalho Cidade, Niterói, RJ, 1932) gosta de música brasileira tradicional. Aprendeu isto no tempo dos Novos Baianos, chegou a gravar chorinhos e até uma apaixonada versão de "eu e a Brisa" (Johnny Alf). Só que no consumismo a que se atirou, ao lado do marido Pepeu Gomes (também es-Novos Baianos), "roqueirizou-se" ao gosto do público jovem. O casal cintilante, em trajes multicoloridos/especiais, tem um marketing próprio, que os transforma em produtos industrializados. Mais uma vez sente-se isto em "Kryshna Baby "(CBS), novo disco de Consuelo, trazendo na capa fotos da mamãe Baby e o seu filhinho Kryshna (na contra-capa, Baby apareceu grávida de 7º mês). Gravado entre Los Angeles e Rio, com a participação de ótimos músicos (Airton na percussão; Didi Gomes, Abe Lobariel e Freddie Washington nos baixos; Ronnie Foster nos teclados), tem todo o esquema para se aproximar e o público que lota os estádios onde se apresenta. Mas o tempo passa e o que não passa é a os MPB que Baby sabe cantar. E como esperamos ouvi-la um dia, novamente.
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