O humor,Playboy e seus prêmios à MPB.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de outubro de 1980
Hermínio Bello de Carvalho, poeta, letrista, produtor fonográfico e diretor de shows, além consultor de projetos especiais da Funarte, não virá para o painel sobre o humor na música popular, amanhã, dentro da Feira Nacional do Humor. Também, ontem a coordenadora-executiva da promoção, Cristina Limiune, teve a recusa do folclorista, compositor e pesquisador Paixão Cortes, diretor do Instituto de Folclore e Tradições Populares do Rio Grande do Sul, devido a uma gripe.
Com a ausência de Paixão Cortes, figura maior da defesa do tradicionalismo gaúcho, esvazia-se mais o encontro. Afinal há mais de 20 anos que ele defende a música sulina, faz pesquisas (ainda recentemente provou que o primeiro tango foi gravado em Porto Alegre), compõe, escreve livros e ainda se apresenta em shows. E, homem de muito bom humor, teria histórias interessantes para relatar.
O jornalista Edilson Leal, da "Folha de Londrina", que desenvolve um excelente trabalho em favor da MPB, também foi convidado, juntamente com Luiz Augusto Xavier, jornalista aqui de O ESTADO. Do Rio deverá vir Tarik de Souza, do "Jornal do Brasil" e "Veja", que autografará seus livros "Com um nó no peito" (poemas) e "Figuras e Rostos da MPB", ilustrado por Elifas Andreatto. De São Paulo, José Eduardo Homem de Mello da Jovem Pam e "O Estado de São Paulo", prometeu vir dar sua contribuição. Euclides Cardoso, diretor da Rádio Brasil-Fm também foi convidado para o painel, a exemplo dos demais, previsto para a partir das 19,30 horas, no circo armado no Largo da Ordem.
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Quem fará falta no encontro será o jornalista Fernando Pessoa Ferreira, hoje editor da Revista "Playboy" e um entusiasta pela música brasileira. Mas é que há muitos anos que Fernando, que aqui residiu entre 1956/1963, não retorna oficialmente a Curitiba. Há ainda pessoas que não lhe perdoam pelo bem-humorado artigo ''Curitiba, A fria'', publicado num dos primeiros números da série original do ''livro de cabeceira do homem''(Editora Civilização, 1967). Ali, com um cáustico humor, Fernando fez um retrato de Curitiba que irritou a cidade e provocou centenas de protestos - após os trechos principais terem sido transcritos em nossa coluna.
Durante os anos que residiu em Curitiba, Fernando fez jornalismo - especialmente em O ESTADO, criou na ''Panorama'' a coluna '' Venenoteca", onde assinava como Chiquinho Borgia e na qual publicava, anualmente a lista dos 10 mais chatos de Curitiba.
Integrou-se ma campanha de Ney Braga ao governo do Paraná e ganhou a superintendência do Teatro Guaíra, onde permaneceu até princípios de1963, quando foi substituído pelo advogado Otávio Ferreira do Amaral Neto. A Fernando se deve a reestruturação do Guaíra com a criação do curso permanente de teatro desenvolvido a partir de um seminário com Giani Ratto, e a criação do TCP, que estreou com "Um Elefante no Caos", de Millôr Fernandes, dirigido por Cláudio Corrêa de Castro.
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Moraes Moreira, ex-Novos Baianos, hoje uma estrela-solo em ascendência, agora contratado da Ariola (que dele lançou, recentemente "Bazar") vem neste fim de semana, participar em ecológico espetáculo no auditório do Colégio Estadual do Paraná aliás, a pior sala de espetáculos da cidade (não tem sistema de som, péssima administração etc.). Já Cauby Peixoto, cinqüentão mas imagem nova após o "mack-up" que lhe foi feito para o marketing de seu novo elepê ("Cauby, Cauby", RGE), após um especial de televisão dirigido por Augusto Cesar Vanucci, começou a ter uma atenda intensa. E já fixou em Cr$ 300 mil o cachê para uma única apresentação em Curitiba.
''Cauby, Cauby'', RGE), após um especial de televisão dirigido pôr Augusto César Vanucci, começou a ter uma atenda intensa. E já fixou em Cr$ 300 mil o cachê para uma única apresentação em Curitiba.
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CONFIRMADO: o médico e professor Ary de Christian, apresentou ao secretário Oscar Alves, da Saúde e do Bem Estar Social, o seu pedido de demissão da Fundação Hospitalar do Paraná. Em caráter irrevogável. Não há crise. Apenas é que Christian, como coordenador do curso de Medicina da Universidade Católica e dono de uma clientela das maiores, está sem tempo de se dedicar aos múltiplos encargos da FHP, que administra uma série de estabelecimentos médicos do Estado. Major reformado, com trânsito em altas esferas e especialista dos mais respeitados, Ary de Christian é também o médico particular do governador Ney Braga, tendo assistido-o em sua recente cirurgia. Aliás, se falou tanto nisso, que a sua clientela até aumentou e, não podendo deixar de atende-la e nem podendo se afastar de sua carreira no magistério, não teve outra opção do que solicitar a demissão da Fundação Hospitalar. Até ontem, o secretário Oscar Alves ainda não tinha se decidido por um substituto.
LEGENDA FOTO 1 - Cauby, Vanucci: "new look" aos 50.
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