Ocyrom, o habilidoso
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de fevereiro de 1978
com sua indicação para encabeçar a lista sêxtupla de candidatos a reitor da universidade Federal do Paraná - confirmando-se o que já era esperado - ficaram ainda mais distantes as chances do professor Ocyron Cunha voltar a iniciativa privada. Já há alguns meses, Ocyron estava totalmente afastado de suas empresas, principalmente da distribuidora de livros, que, há mais de 10 anos, é campeã nacional de venda de obras didáticas. Os compromissos universitários e o natural status do novo cargo que em breve terá um prazo fixo e oficial, fizeram com que Ocyron abandonasse alguns simpáticos hábitos, entre os quais o do cafezinho na "Boca Maldita", não só ao meio-dia, mas também à noite - muitas vezes com o papo prolongando-se nas horas mortas da madrugada.
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Um dos mais habilidosos estrategistas e políticos do magistério paranaense, Ocyron Cunha fez uma bela carreira na liderança de sua classe, tendo sido inclusive o primeiro brasileiro a presidir a organização mundial de professores, o que o levou, durante alguns anos, fazer mais de 20 viagens ao exterior, aos mais distantes países. Por várias vezes recusou convites para ocupar a Secretaria de Educação e Cultura, cargo no qual, com a sua habilidade e simpatia, poderia, em certos momentos críticos, ser a melhor solução. Agora, finalmente no mais alto cargo da sexagenária universidade federal poderá tentar corrigir erros e desmandos, que há décadas desafia os homens que por ali passam.
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Ontem, um amigo de Ocyron, comentava:
- Depois da Reitoria, só há um outro cargo para ele: o de ministro da Educação e Cultura.
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