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Aramis

Roger, mais um australiano que deu certo em Hollywood

Da geração de cineastas australianos que emigraram para os Estados Unidos nesta década, sem dúvida que Roger Donaldson é, até o momento, o que mostra maior visão social. Embora nascido na Austrália, em 1945, Roger fez seu aprendizado de cinema na Nova Zelândia, inicialmente como fotógrafo e depois como documentarista. Marcante a série de sete curtas que fez sobre a Nova Zelândia, intitulada "Winners and Losers" - infelizmente o exemplo de filmes que jamais serão vistos no Brasil. Trabalhando em vários setores do cinema - câmera, montagem, som, etc. - estrearia no longa-metragem com "Sleeping Dogs", que embora com origem numa peça teatral era um painel da tomada do poder na Nova Zelândia. O filme fez sucesso e lhe deu condições para um segundo longa: "Smash Palace", que chegando ao Exterior, lhe valeu o convite para dirigir uma refilmagem de "O Grande Motim" (Mutiny on the Bounty), no qual embora trabalhando sobre a novela da dupla Charles Nordhoff e James Norman Hall, fez uma releitura totalmente diferente em torno das relações de Fletcher Christian e o capitão Bright, das três outras versões cinematográficas (1935, de Frank Lloyd; uma adaptação australiana - "In the Wake of the Bounty", 1933 e a superprodução, concluída por Lewis Mislestone, em 1962). Entretanto, seria ao levar à tela uma história simples, sobre a corajosa luta de uma advogada do Tenneessee, Marie Raghianti, em denunciar a corrupção no sistema penitenciário daquele Estado, num fato ocorrido há apenas 7 anos, que Donaldson se firmaria como grande cineasta: "Marie, Uma História Verdadeira", 1986, com Sissy Spaceck numa interpretação antológica foi, em nosso entender, um dos melhores lançamentos no ano passado e pela atualidade de seu tema - a luta contra a corrupção, mereceria voltar ao cartaz já que, a exemplo de tantos outros magníficos filmes distribuídos pela Columbia ("O Romance de Murphy", de Martin Ritt; "Deserto em Flor", de Eugene Pell, por exemplo), passou despercebido, por apenas 7 dias, no Cinema I (casa que deve lançar amanhã, possivelmente, um cult movie destinado a figurar entre os melhores do ano: "Nunca te Vi, Sempre te Amei".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
24/02/1988

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