"Romance", de Bianchi, em estréia nacional no Ritz
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de abril de 1988
Sérgio Bianchi, paranaense de Ponta Grossa, é uma pessoa afetiva e apaixonada. Assim é que fez questão de que seu segundo longa-metragem, "Romance", tivesse praticamente seu lançamento nacional em Curitiba (cine Ritz, desde ontem), cidade em que residiu por mais de 15 anos. Afinal, seu longa anterior, "Maldita Coincidência", foi que inaugurou o cine Groff há alguns anos - e só depois foi visto em São Paulo, ganhando o reconhecimento dentro da linha que o crítico Jairo Ferreira chama de "Cinema de Invenção".
Como já registramos anteriormente, críticos normalmente rigorosos como Edmar Pereira e Rubens Ewald Filho viram "Romance" com muito entusiasmo. Edmar, especialmente, no "Jornal da Tarde", não tem sido econômico no enaltecer a criatividade deste filme em que Sérgio Bianchi define como "um filme político fora da tradição engajada que, no Brasil, se repete na fórmula de "contar uma história e passar uma mensagem".
Quem acompanha a carreira de Bianchi, 35 anos, sabe que ele é um cineasta assumidamente marginal em termos de conceituação, mas com uma tremenda criatividade, expressa já em seus dois primeiros curtas inspirados, livremente em textos escritos do uruguaio Júlio Cortazar ("Omnibus", 72; "A Segunda Besta", 77). Depois de "Maldita Coincidência (81), fez dois filmes que colecionaram premiações em Gramado e Brasília: "Mato Eles" (1982, rodado no Paraná) e "Divina Previdência" (1983, cáustica análise da previdência social), este lhe dando o prêmio de melhor direção, no setor de curtas, em Gramado-84. Em 1985, em Curitiba, rodou "Entojo", que por razões particulares proibiu de ser exibido publicamente (o adormecido Museu da Imagem e do Som da Secretaria da Cultura possui uma cópia ou ao menos deveria possuir...).
"Romance" teve algumas seqüências rodadas em Curitiba há dois anos. A produção, como sempre acontece nos filmes de Bianchi, foi difícil mas o filme está pronto. Uma obra de visão obrigatória e que Francisco Alves dos Santos tem a obrigação moral de manter em cartaz no Groff pelo menos por duas semanas. No elenco, nomes conhecidos: Rodrigo Santiago, Imara Reis, Isa Kopelmann, Cristina Mutarelli, Sérgio Mamberti, Beatriz Segall, Maria Silvia, Emilio Di Biase e dois atores da cidade Rafael Pacheco e Christo Dikoff, este, aliás, amigo de infância de Serjão.
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