Artigos por data (1988)
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de agosto de 1988
O número cinco do boletim informativo da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná também decidiu tocar num assunto que há 60 dias tem sido muito discutido: a demissão da professora e crítica Adalice Araújo da direção do Museu de Arte Contemporânea. A atual diretoria da associação, presidida pelo fotógrafo Eduardo Nascimento, decidiu adjetivar-se "gestão inquieta" e reivindica a criação de uma Coordenadoria Estadual de Artes Plásticas e o Conselho Estadual de Artes Plásticas.
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Kronos renovou cordas e os outros clássicos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de agosto de 1988
A primeira impressão, olhando-se a capa, é de que se trata de mais um grupo de música pop. Mas apenas o visual, pois na verdade, o Kronos Quartet, formado há 15 anos, em São Francisco, significa a mais importante oxigenação para a música erudita. Como diz Navid Harrigton, violinista e líder do grupo, "o quarteto de cordas estava morrendo porque estava confinado aos conservatórios. Tínhamos que trazê-lo para a música contemporânea e para o público".
Os festivais de cinema enfrentam dificuldades
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de agosto de 1988
Nas últimas duas semanas Walkiria e Cecília, coordenadoras do IV Rio Cine Festival praticamente só saíam de madrugada do escritório de organização, na Rua Frei Leandro, 35, na Lagoa, com dois telefones ocupadíssimos e atendendo centenas de pessoas para que o evento tivesse um bom astral - a partir de sua instalação ontem, no Rio Othon Palace Hotel. Com exibições paralelas que se espalharão, por uma semana, em várias salas.
Imagens do Inconsciente para visão e reflexões
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de agosto de 1988
"A finalidade não é a obtenção do prazer estético que é o objetivo final da arte cinematográfica. Esse filme pretende ser educativo, servir de base a uma discussão embora não exclua o campo da estética". (Leon Hirzmann, em 1986, a propósito de "Imagens do Inconsciente").
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No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de agosto de 1988
Consolidado em seus anos e agora editado em cores, "Bom Programa", criado pelo poeta Paulo Ciça e desde 1983 de propriedade da Designer Roselys Paciornik, tem estimulado alguns-concorrentes. Os quais, pelo visto, não tem conseguido maior sobrevivência. Três ou quatro ficaram no meio do caminho e atualmente há duas imitações, no mesmo formato, e buscando a mesma clientela: "Onde ir em Curitiba" (circulando há 31 semanas) e a recém-lançada "Curitiba - Night and Day".
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Assim é a vida...
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de agosto de 1988
"Minha família anda longe/
com trajos de circunstância:
uns converteram-se em flores outros em pedra, água, líquen;
alguns, de tanta distância nem tem vestígios que indiquem uma certa orientação.
Minha família anda longe - na Terra, na Lua, em Marte - uns dançando pelos ares
outros perdidos no chão". [Cecília Meireles (1901-1964), "Vaga Música"].
Carlinhos, o pai da Bossa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1988
As duas apresentações que o compositor-intérprete Carlos Lyra faz nesta semana ("505", Avenida Manorel Ribas) se constituir numa das poucas manifestações musicais comemorativas aos 30 anos da Bossa Nova. É uma pena! Pela importância de Lyra na Bossa Nova, seria justo que ele também se apresentasse em espaços menos sofisticados (e caros) como o piano-bar do Alto das Mercês.
Joyce canta Vinícius
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1988
Se faltam discos de Carlinhos e João Gilberto para comemorar os 30 anos da Bossa Nova, nem tudo está perdido: no dia 1º de setembro será lançado "Vinícius - negro demais no coração" (SBK Songs), homenagem que uma das maiores amigas do poeta, Joyce, lhe presta agora exatamente um ano após ter feito "Tom Jobim, os anos 60", também editado no Brasil pela SBK (etiqueta que vem ampliando seu catálogo de trilhas sonoras também para o melhor da MPB) e que, em CD já saiu também no Japão.
Toquinho, a segunda geração da Bossa Nova
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1988
Toquinho foi o último dos grandes parceiros de Vinícius. E o que teve a felicidade de conviver profissionalmente o maior período com Vinícius de Moraes. Quando Carlinhos Lyra fazia seus dois primeiros discos na Philips, no início dos anos 60, Toquinho, em São Paulo, era ainda um garoto que dedilhava as primeiras notas ao violão, aluno de Paulinho Nogueira, seu primeiro grande mestre. E músicas como "Barquinho de Papel", "Quando Chegares" emocionaram a Toquinho (Antonio Pecci Filho), que nem sonhava em se transformar também num grande nome da nossa MPB.
Um guia indispensável para quem curte vídeo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1988
Já está em fase final a editoração do "Vídeo Guia 89" que a Nova Cultural quer colocar nas bancas e livrarias ainda este ano. Com um mercado cada vez mais amplo e ansioso por informações sobre vídeo e cinema, o jornalismo especializado nesta área cresceu enormemente a partir de 1985. Multiplicaram-se as revistas e após os guias pioneiros de Rubens Ewald Filho, pela Sigla (editora da "Vídeo News"), a Nova Cultural decidiu ampliar o mercado.
Vale a pena ver "Sonho de Valsa" na telinha?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1988
Antes mesmo de "Sonho de Valsa" chegar a muitas capitais - fora do eixo Rio-São Paulo - a diretora-produtora Ana Carolina comercializou seus direitos para vídeo, através da Pole. Até que ponto isto vai representar uma queda nas bilheterias deste cult-movie que completa a trilogia do maior significado ("Mar de Rosas", "Das Tripas Coração", os anteriores) e nas quais Ana Carolina realizou o mais profundo mergulho em seu próprio universo?
Wagner e os 50 anos do nosso Foto Clube
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1988
Uma justa homenagem: nas comemorações dos 50 anos de fundação do Foto Clube do Paraná, marcados com a XV Bienal de Arte Fotográfica Brasileira/Monocromática (aberta dia 20, Clube Curitibano), o convite teve como tema o estimado Helmuth Wagner.
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O marketing de Pizzaro e santinhos de Juvêncio
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1988
José Maria Pizzaro está usando de todas as formas para fazer com que o candidato J. Agostinho (João Agostinho Vosch, 42 anos), consiga romper o anonimato e chegar a faixas de eleitores. Assim, um jornal tablóide, mostrando a face sorridente deste engenheiro químico, radialista e ex-diretor de Limpeza Pública de Curitiba, vem sendo distribuído em pontos estratégicos. O slogam para sua campanha foi demoradamente pensado: "Sempre igual a Você".
Pela boca, Glauco que pegar o seu eleitorado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1988
Charles de Gula, editor da gastronomia deste ALMANAQUE, poderia promover um ranking entre os candidatos a Câmara que estão usando o estômago para fisgar os eleitores, não só oferecendo generosos encontros com lideranças comunitárias - e naturalmente movidos a bons pratos, mas como também, em alguns casos, exibindo seus méritos de mestre-cuca.
"A Família" continua e o retorno de "Malpertuis"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1988
Interessante como certas salas ficam comprometidas com um determinado tipo de público. Por exemplo, o Palace-Itália (6º andar do Centro Comercial Itália), a princípio destinado a ter uma freqüência classe "a", concorrendo com o Astor, foi tão mal-tratada em sua programação, quase que exclusiva dos filmes da Paris Filmes, que em pouco tempo firmou uma clientela classe "c" e "d", que busca apenas filmes de violência e terror explícito.
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1988
Já que falamos em Cristóvão Tezza e seu romance curitibano, registrem-se outros títulos que chegaram às livrarias, trazendo autores conhecidos ou não,, mas que merecem atenção.
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"Velha Adega", um cenário literário
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1988
É uma pena que não exista da parte dos atuais proprietários da "Velha Adega", um dos mais antigos bares da Rua Cruz Machado, alguma preocupação cultural, em termos das relações daquele ambiente com a cidade. Pois se houvesse, teriam obtido um excelente marketing promocional, comemorando há dois anos os 20 anos de inauguração da casa e, agora, procurando o professor e escritor Cristóvão Tezza, para que ali fizesse o lançamento do seu recém-publicado romance "Trapo" (editora Brasiliense, coleção Circo de Letras, 207 páginas).
Os "causos" do Susto
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1988
Susto (Valter Teodoro de Oliveira), mineiro de Ituitaba, 42 anos, em 20 anos de Curitiba se tornou uma pessoa tão conhecida e simpática, que agora se acorajou até a disputar uma cadeira na Câmara, lançado pelo PTB e a convite de seu amigo Enéas Faria, "que quero ver substituindo a Roberto Requião", diz.
Cantor da noite a partir de 1969 - quando aqui chegou, nos últimos anos o bom Susto anda mais caseiro - cuidando da família e duas filhas - e trabalhando no escritório regional da Copacabana, de cuja divulgação cuida há bastante tempo.
Apesar da crise, a Garibaldi recusou ajuda de US$ 120 mil
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de agosto de 1988
Nestes tempos bicudos, é lógico que uma sociedade tradicional, mas em grande crise financeira, com seu único patrimônio necessitando de pesados investimentos para restauração, despreze a oferta de US$ 120 mil?
É esta a pergunta que, por certo, o diplomata Gian-Carlo Izzo, há seis meses no Consulado Geral da Itália,, está fazendo ao receber oficialmente a informação de que a diretoria da Sociedade beneficente Garibaldi decidiu, por unanimidade, recusar a oferta feita pelo Consulado.
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Uma sociedade esvaziada (e que não quer ajuda)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de agosto de 1988
Há muitos anos que a Sociedade Garibaldi sofre um processo de esvaziamento em seu corpo associativo - o que se reflete na arrecadação e, em conseqüência, déficit financeiro - o que impossibilita a manutenção da sede e execução de obras de restauração. Após a morte de Orlando Ceccom, os presidentes que o sucederam tentaram, inutilmente, soluções emergenciais que, na verdade, trouxeram mais problemas do que resultados.