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Aramis

A Igreja dos Oprimidos, um filme de utilidade pública

Lançamentos simultâneos nas telas e nas locadoras para estimular o cinema brasileiro. A questão é polêmica, pois enquanto muitos defendem esta política, outros acreditam que a opção do vídeo faz com que as bilheterias nos circuitos se reduzam cada vez mais. Há lançamentos de todos os níveis - desde produções dos anos 50 e pornoproduções da Boca do Lixo até filmes atualíssimos, como "Que bom te ver viva", de Lúcia Murat (em cartaz no Cine Ritz, 5 sessões) - para nós, o melhor filme do ano - e que a Sagres colocou em seu pacote de qualidade (em Curitiba, o Disc-Tape, do Luis Renato Ribas, já dispõe de cópias). A Globo Vídeo lançou um excelente documentário, até hoje inédito nos cinemas de Curitiba - apesar de ser o tipo do filme que a Fucucu deveria ter programado em suas salas: "Igreja dos Oprimidos", produzido por Lucíola Barreto em 1986, com argumento da jornalista Helena Salem - também co-roteirista com o diretor Jorge Bodanski, nascida da visão jornalística de Helena Salem, ex-"Jornal do Brasil", ex-"O Globo", hoje editora do caderno 2 da "Última Hora" e assessora de imprensa da Embrafilme. "Igreja dos Oprimidos" é um documentário que, como diz a própria Helena, conta várias histórias: da luta dos trabalhadores rurais de Conceição para recuperar seu sindicato; de dona Mariquinha, viúva de um posseiro assassinado e seu milagroso esforço para sobreviver com os seis filhos; de Rosa e o trabalho comunitário no bairro de Olaria; do camponês Pé de Ouro e sua família vivendo na mais extrema miséria; de Oneide, a viúva de Gringo, o líder rural morto por pistoleiros quando disputava em 1980 a presidência do Sindicato de Conceição etc.. Na mesma linha de "A Igreja da Libertação" de Sílvio Da-Rin e "Terra Para Rose", de Tete de Moraes - ambos já também disponíveis em vídeo - "Igreja dos Oprimidos" é daqueles dilmes de utilidade pública (como "Que bom te ver viva"), que todo brasileiro deve assistir para entender melhor os problemas sociais de nosso país. Com sua edição em vídeo, ampliam-se as possibilidades de se conhecer este magnífico trabalho, até agora restrito a circuitos especiais (sindicatos, associações, festivais etc.).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
8
14/12/1989

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