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Cinemas de Curitiba

Os filmes de competição

Desde ontem, após a exibição de "A Faca de Dois Gumes" (hoje em exibição no Lido II, 5 sessões), já se começaram a fazer os balanços dos favoritos aos Kikitos, que este ano serão de bronze, acompanhados de prêmios em dinheiro. Iniciando com dois filmes um tanto frustrantes (mas que encontraram defensores) - "Jardim de Alah", de David Neves e "1º de Abril, Brasil", da estreante Maria Letícia - o festival cresceu no terceiro dia (terça-feira), com "Festa", do paulista Ugo Giorgetti.

Um filme australiano e o "Jogo Duro" de Giorgetti

Seis filmes inéditos, da mais recente safra do cinema brasileiro, exibidos simultaneamente ao XVII Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, registraram o ridículo bordeaux de 1.612 espectadores no Lido II. Lanterninha entre as nova capitais brasileiras escolhidas pela Embrafilme para a inédita experiência de mostrar nacionalmente os filmes em disputa ao Kikito no mais famoso festival do cinema brasileiro, Curitiba confirmou aquilo que há muito afirmamos: é tola a afirmação de que somos uma cidade de grande exigência cultural, cidade-teste para provar produtos culturais.

O retrato do que há no cinema brasileiro

Em circunstâncias diferentes, quando a produção cinematográfica ultrapassava os cem títulos - e isto vinha acontecendo até há cinco anos passados - a seleção reunida para a 17ª edição do Festival do Cinema de Gramado poderia ser considerada fraca. Entretanto, numa época em que a produção caiu a níveis mínimos - e nos últimos 18 meses raros foram os projetos que se concretizaram - até que se pode considerar como satisfatória a amostragem entre longas, curtas e médias apresentados durante uma semana (11 a 17 de junho) no mais respeitado festival de cinema do Brasil.

Sexo sem excitação (em ritmo inglês)

20 anos depois de ter surgido na televisão inglesa, renovando-se em termos de sátira e crítica - e comparado apenas aos irmãos Marx por seu anarquismo - o Monty Python, já desfeito como grupo, tem uma presença que só agora começa a chegar ao grande público, ao menos no Brasil. Por coincidência, dois filmes em exibição na cidade mostram aspectos diversos dos talentos deste irreverente grupo que, em trabalhos coletivos, até agora, havia sido curtido por pouca gente (ver outro texto nesta mesma página).

Um vigoroso drama sobre mais uma vítima da ditadura: Paulo Stuart

Embora os quatro filmes premiados com Oscars estejam com super-rendas, aumentadas após a festa da quarta-feira da semana passada ("Rain Man", Condor; "Um peixe chamado Wanda", Lido II; "Mississipi em chamas", Plaza; e "Ligações Perigosas", Astor/Cinema I), há tamb´me outras opções e, como sempre nos cinemas da Fucucu, repirses. Interessantes, para quem não as viu quando de seus lançamentos - e, em alguns casos ("A família", de Ettore Scola, no Ritz), merecedoras de revisão.

Os melhores filmes estão chegando da Escandinávia

Como se não bastassem os filmes "oscarizáveis" - que continuam em cartaz e aos quais se acrescentará, dentro de duas semanas, "Nas Montanhas dos Gorilas" (que apesar das 6 indicações, ficou sem nenhuma premiação), inesperadamente, há o lançamento de dois excelentes filmes que saindo da Escandinávia, foram a grande sensação internacional em 1987, indicados ao Oscar e que vêm entusiasmando públicos de todos os países em que estão sendo exibidos: "Minha Vida de Cachorro" (Bristol, 5 sessões) e "A Festa de Babette" (Cinema I, 5 sessões).

"A encruzilhada", um reencontro do blues

Numa das primeiras sequências de "A Encruzilhada" (Cine Ritz, desde ontem), quando o jovem Eugene Martone (Ralph Macchio) vai conseguir [?] o velho blueman Willie Brown (Joe Seneca) no modesto quarto em que ele se encontra, a imagem pode parecer conhecida de quem se liga aos blues: sentado numa cadeira, ao lado de um primitivo gravador que faz registro musical. A mesma imagem, em forma de desenho, está na capa do único lp do lendário blueman Robert Johnson que a CBS lançou no Brasil há três anos em sua Collector's Serie Jazz.

Nem Cristo tentou mais o espectador

Polêmica não lota mais cinema. Prova disto é que apesar das milhares de centimetragens que a imprensa nacional e regional dedicou para "Última Tentação de Cristo", ameaças de protesto e explosões nos cinemas que o exibiram e as "vigílias religiosas" que as ingênuas freirinhas fizeram na galeria dos Cines Lido I/II - o filme de Martin Scorcese não foi uma atração fatal para os católicos (e não católicos). Estreou no dia 25 de novembro e ao final de uma semana, o Lido l, com seus 550 lugares, apresentava um borderô de 4.208 espectadores, que cairia para 2.650 na semana seguinte.

Cachorro japonês e a Igreja política são os lançamentos

Mais uma semana com duas estréias, algumas reprises e continuação dos filmes que estão obtendo boas bilheterias. Em compensação, uma estréia não poderia ser melhor: um documentário sobre a Teologia da Libertação em vários países do continente latino-americano, num trabalho corajoso e independente de Geraldo Sarno - "Deus é um Fogo" (Cine Groff, 5 sessões), que merece registro a parte.

Depois da poesia de Manoel, Joel descobre Sucksdorf

O cineasta Joel Pizzini Filho aproveitou bem os dias que passou em Curitiba na semana passada. Começou fazendo uma sessão especial de "O Inviável Anonimato do Caramujo-Flor ou A/C de Manoel de Barros", que lhe valeu três premiações no XXI Festival do Cinema Brasileiro de Brasília. A sessão foi para Sérgio Reis, diretor de marketing do Bamerindus, que confiando no talento de Pizzini, foi quem liberou os recursos que possibilitaram a produção do filme - que ainda não tinha visto.
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