A despedida com música e emoção
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de dezembro de 1985
O jornalista Claudio Lanchini, 46 anos, diretor da Sucursal da "Gazeta Mercantil ", em Curitiba, acabou sendo o improvisado mestre de cerimônias no jantar em homenagem ao seu colega (e primo Valério Fabrius, que após 8 anos de Curitiba, está se transferindo para Brasília. Afinal, era mais de 400 pessoas na associação do Badep e embora único discurso oficial da noite tivesse sido o do jornalista Luiz Geraldo Mazza, aconteceram homenagens inesperadas. Uma delas foi a entrega, pelas mãos de Luiz Augusto Juk, de uma caricatura que Douglas Mayer fez de Valério. A certa altura, bastante animnado, Lanchini acabou cometendo uma inconfidência: contou que dias atrásao se encontrar com o prefeito Roberto Requião, este o abraçou , lamentando que ele estivesse deixado Curitiba. - Fiquei tão constrangido - disse Lanchini - que nem quis esclarecer o equivoco.
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Tal como no filme de Reginaldo Farias, o capixaba Valério Fabris poderia repetir: "Aguenta coração!"Afinal desde que confirmou sua disposição em trocar as funções de repórter da Sucursal da "Veja", no Paraná, pela de repórter político em Brsília, voltando assim à "Gazeta Mercantil"- da qual já foi funcionário por 12 anos - Valério vem tendo uma roda-viva de merecidas homenagens. Almoços, jantares, discursos e artigos em jornais, destacando seu bom caratismo, sua competência profissional e principalmente o papel que aqui desempenhou, contribuindo para aproximar os profissionais que atuam nas sucursais com os dois jornais locais - antes de sua chegada, separados por uma indesculpável maledicência. Méritos que Mazza, em seu apaixonado discurso. Soube reconhecer.
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A organização da homenagem a Valério - que teve a colaboração de Creso de Moraes, da Enfoque, experiente neste tipo de eventos, foi impecavél. Até letras xerocadas de "Meu Querido Cachoeiro", bela canção de Benil Santos ( que é Fluminense de Cabo Frio, 54 anos) foram providenciadas para que todos pudessem fazer coro com acompanhamento de Osval e sua Orquestra, para musicalmente, saudar a Valério, mais um capixaba de Cachoeira do Itapemirim - terra de tanta gente famosa (de Carlos Imperial a José Carlos de Oliveira, passando por Nara Leão e Rubem Braga) que deu certo.
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Como Valério completava 36 anos, a homenagem foi dupla. Teve direito até a apagar as velhinhas de um imenso bolo com uma máquina de escrever ao centro. As lágrimas vieram aos olhos, mas Valério resistiu o quanto pôde.
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