Economia & Desenvolvimento
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de janeiro de 1975
Uma das mais interessantes coleções da atuante Zahar é a "Textos Básicos de Ciências Sociais", na qual especialistas em determinados setores vêm reunindo artigos e ensaios de diferentes autores, permitindo aos leitores e estudiosos uma visão imparcial do assunto enfocado. Um novo título aparece nesta série: "Hierarquias em Classes", na qual o diretor da coleção, Otávio Guilherme Velho, entregou a professora Neuma Aguiar, a tarefa de reunir textos de oito respeitáveis sociólogos que examinam questões relacionados a estratificação social e classes sociais, a fixação das divergências e das confluências que ocorrem no interior das diversas correntes teóricas, e contribuições visando a conectar algumas dessas correntes. Participam deste ensaio os sociológicos Pierre Bourdieu, Maurice Godelier, Louis Dumont, David Lockwood, Talcott Parsons, Peter Blau, Paul Hatt, J. Goldthorpe além da própria organizadora Neuma Aguiar; que, entre outros títulos, detém o de Ph. D. pela Washington University e é atualmente coordenadora dos cursos de mestrada em Sociologis, no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
Na mesma fórmula - antologia de vários artigos sobre um mesmo tema, mas em outra coleção da Zahar (Biblioteca de Ciências Sociais) outro lançamento do maior interesse a executivos e economistas: "A Controvérsia Sobre Distribuição de Renda e Desenvolvimento" (319 páginas, novembro de 1974). Organizado por Ricardo Tolipan e Arthur Carlos Tinelli, com prefácio de Fernando Henrique Cardoso, este livro reune ensaios de economistas da mais alta categoria profissional, que estudam o problema da relação entre distribuição de renda e desenvolvimento econômico, o que permite a real aferição da qualidade de vida de um povo. Para os países sub-desenvolvidos a razão de ser do orçamento econômico é a necessidade de remoção da pobreza, responsável pelas condições infra-humanas de existência da maior parte de suas populações. E este tema - nem sempre agradável, muitas vezes árido - é esmiuçado nas páginas deste novo lançamento de Zahar pelos economistas Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, Maria da Conceição Tavares, Paulo Singer, Rodolfo Hoffmann, Edmar Lisboa Bacha, Albert Fishlow, John Wells, Pedro Malan, José Serra e José Sérgio Leite Lopes.
Ainda na Bibliotéca de Ciências Sociais da Zahar temos "A Antieconomia" (Uma Crítica à Teoria Econômica), dos economistas franceses Jacques Attali e Marc Guillaume. E o que é a antieconomia? A resposta é um pouco complexa, mas já na apresentação da obra, o editor tenta uma explicação: "A heterodoxia contemporânea é fenômeno eminentemente cultural, e só secundariamente adquire expressão política. E no amplo domínio das atividades intelectuais - do universo da filosofia ao das ciências - que o espírito crítico afirma-se hoje com extraordinário vigor. Os corpos das idéias que se organizam sob as rúbricas de contra-cultura, antiliteratura, antipsiquiatria, a conceituação da sociologia como ciência da oposição testemunha a imensa revolução que está ocorrendo nos domínios das ciências, cuja característica universal é a recusa da ótica clássica através da qual elas eram contemporâneas. E nessa perspectiva de completa revisão conceitual surge a ANTIECONOMIA, que se propõe a uma busca de humanização da Economia. E tendo o mérito, de dissecar tal proposta critica à teoria econômica, Attali e Guillaume oferecem um estudo de grande interesse a professores, estudantes e economistas.
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