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Aramis

Espiral, Fandango & Marlos

Um dos projetos mais carinhosamente desenvolvidos pelo maestro Marlos Nobre, primeiro diretor do Instituto Nacional da Música e cuja inesperada substituição, dia 30 de abril, pelo violonista Cussyde Almeida, surpreendeu os meios intelectuais brasileiros - será mostrado a partir de amanhã, em seus resultados concretos, em Fortaleza: o "Espiral", idealizado por Marlos com a finalidade de formar instrumentistas de cordas para orquestras - e que com a implantação ao núcleo de Recife, totalizam hoje nove em todo o País. Do Sul, Florianópolis e Porto Alegre foram incluídas nesta primeira etapa - sendo possível que, dependendo da agilização que venha a ser dado nos próximos meses, Curitiba também possa sediar um desses núcleos. Sexta e sábado, na capital cearense, haverá o 2º Encontro Nacional de Professores de Instrumentos de cordas do Projeto Espiral, quando serão discutidos os métodos de ensino adotados nos diversos centros - e ao qual, especialmente convidados, estaremos presente. A escolha de Fortaleza para sediar o 2º encontro justificou-se pelo desenvolvimento maior desse núcleo em relação aos demais. Ali, durante este fim de semana, 18 professores de Florianópolis, Brasília, Belém, Fortaleza, Natal, João Pessoa (onde existem dois núcleos), Porto Alegre Recife e a própria Fortaleza, irão conhecer de perto o crescimento dessa unidade e discutirão os diversos métodos de ensino adotados, com o melhor objetivo de se definir uma melhor orientação didática para todos os núcleos, respeitadas as características regionais de cada um. O Instituto Nacional da Música, uma das unidades implantadas pela Funarte, quando ministro o hoje governador Ney Braga, vem desenvolvendo, com muito êxito, os núcleos de ensino de formação de jovens instrumentistas de cordas. A implantação tem sido realizada através de convênios com o SESI ou com secretarias de Cultura e universidades - contando o projeto com um total de 1.300 alunos. Dos núcleos implantados, Brasília e Fortaleza já formaram as suas orquestras, apresentando concertos não só nas capitais como interior, como uma forma de incentivo aos seus jovens integrantes. A orquestra de Fortaleza, por exemplo, fará o concerto no sábado a noite e em julho estará se apresentando em várias capitais do país, com o instrumental de cordas fabricado pela oficina de luteria que a Funarte mantém no Rio de Janeiro. xxx Por coincidência, o maestro Marlos Nobre deixou a direção do Instituto Nacional da Música quando retornava de Villa de Levya, Colômbia, onde, de 23 a 30 de abril, houve a I Tribunal de Música da América Latina e do Caribe, patrocinada pela UNESCO, através do Conselho Internacional de Música, com a colaboração do Instituto Colombiano de Cultura. Na Trimalca, a obra "In Memorian" de Marlos Nobre, recebeu o prêmio entre as 72 peças de [músicas] contemporânea apresentadas por 14 países da América Latina e do Caribe. Na categoria de música folclórica o Brasil classificou-se em 2º e 3º lugar, respectivamente, com Fandango do Paraná e Samba do Caboclo, entre 220 seleções folclóricas de todos os países participantes. O objetivo da Trimalca não só é de realizar seleções anuais de exemplos representativos de música contemporânea e folclórica, mas, sobretudo, o de difundir estas obras através das emissoras de rádio do continente. Assim, na seleção de música contemporânea a premiação final com a seguinte: 1º - "In Memorian", de Marlos Nobre; 2º - "Intihuatane" de Celso Garrido Lecca (Peru); 3º "Canciones obvias y adolescentes" de Augusto Rattenbach (Argentina); 4º "Concierto para violino e orquestra de Jorge Sarmientos" (Guatemala); 5ª lugar - "Ranrahirca" de Walter Casas (Peru). Na categoria folclórica, a classificação final foi: 1º) gravações do 4º Festival Folclórico Nacional "Luz Mila Patiño" (Bolívia); 2º - "Fandango do Paraná (Brasil) e 3º - "Samba do Caboclo" (Brasil); 4º música aborígine do Amazonas (Venezuela) e 5º) - Música tradicional (Cuba). Depois da tribuna, houve o colóquio "Conservação da Música Tradicional na América Latina e Caribe", onde Marlos atuou como delegado brasileiro, recebendo ainda o convite para coordenar o programa de Música do Projeto das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, na sua qualidade de único membro latino-americano do Comitê Executivo Conselho Internacional de Música da Unesco.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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10/05/1979

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