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Aramis

Iwersen e as suas "movie magazines"

Conseqüência direta do boom da chamada era do videoteipe, renasce o interesse pelo cinema. A prova está no crescimento das vendas das (raras) revistas que se dedicam ao cinema, a absorção de livros (caros) importados que abordam os mais diferentes aspectos dos anos de ouro de Hollyood e um interesse crescente da parte dos consumidores de vídeos por tudo que se relaciona ao cinema. Dois videoclubes de Curitiba já possuem consultores especializados para orientarem a freguesia - Aníbal Marques, no Tape Clube do Paraná e Roberto Belloti, no Master - e os vídeos menores, sem condições de prestarem maiores informações a clientela, começam a se ressentir desta falta de know-how. O público que se dispõe a pagar até Cz$ 40,00 pelo aluguel de um filme (embora em São Paulo, o custo médio seja de Cz$ 15,00) quer mais informações sobre aquilo que vai ver - pois nem só de sucessos do momento pode viver uma programação de vídeo. xxx O Estado do Paraná estuda uma nova página de serviços para seus leitores, dedicando ao vídeo, com resenhas críticas, informações de bastidores, dicas sobre vídeos piratas e tudo o mais que possa auxiliar os consumidores desta nova forma de se curtir o cinema. Paralelamente, o mercado de publicações cresce: acaba de ser lançado em São Paulo o quarto volume do "Guia de Filmes", preparado por Rubens Ewald Filho, do "Jornal da Tarde", hoje não só um dos mais preparados críticos cinematográficos do País, presença em todos os principais festivais no Brasil e Exterior, mas também um especialista em vídeo, área à qual vem se dedicando, em termos de informação, há mais de cinco anos. xxx Além da revista "Vídeo News", uma nova públicação acaba de aparecer no mercado - "Cine Vídeo", produção de José Augusto Iwersen, 40 anos, curitibano, desde os 13 anos se dedicando a atividades ligadas à cinematografia. Hoje radicado em São Paulo, atravéz da Zoom, associado a Adélia Oeschler, Iwersen produz não apenas "Cine Vídeo" (lançamento da Editora Ondas), mas várias outras publicações - "StarSex - O Erotismo das Estrelas" e "Inter" - Especial Cinema" (com posters de artistas de sucesso). Ampliando sua produção prepara-se para lançar novas publicações - "Espantomania" (a exemplo da "Fangoria", americana, dedicada apenas ao cinema de horror), e o "Erotic Vídeo Filme" (um guia mensal do chamado vídeo-adulto). xxx Fundador do Cine Clube Pró-Arte, em 1962 - transformado depois no Cine de Arte Santa Maria - que, por mais de cinco anos foi um ponto de aglutinação cultural na cidade. Iwersen também esteve entre os pioneiros do Super-8 no Paraná. Realizou mais de 40 filmes nesta bitola e conseguiu premiações importantes, inclusive o do mais famoso festival da época, promovido pelo Grife, de São Paulo, com "Daniele, Carnaval e Cinzas". Radicado em São Paulo há 4 anos, Iwersen especializou-se na produção editorial - diversificada entre pulbicações eróticas e cinematográficas. Sua criação de maior sucesso, "Carol Blue" - uma espécie de Modesty Blaisy tupuniquim, interpretada pela atriz catarinense Ana Paula Kriesler, voltou a circular numa nova fase (na primeira foram 20 números, lançados pela Grafipar, atingindo a imensas vendagens), agora editada pela Fama, de Faruk El Khatib - amigo de Iwersen desde os tempos em que ambos estudavam no Colégio Santa Maria e sonhavam em entrar num convento trapista. O destino fez com que os sonhos de dedicação à vida eclesiástica fossem substituídos por atividades menos religiosas - Iwersen como produtor e Faruk como editor de estórias eróticas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
03/02/1987

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