As mortes no cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de dezembro de 1987
Rita Hayworth, naturalmente, foi a morte mais noticiada entre os muitos nomes que o cinema perdeu em 1987. Mas houve outros - pois foi um ano trágico: Fred Astaire, Bob Fosse, John Huston, Roberto Santos, Lee Marvin, Geraldine Page, Leon Hirzman, entre os mais conhecidos.
Aqui, apenas como registro, as mortes do cinema em 1987.
Fred Astaire, (1899-1987), o maior dançarino do cinema; ator, a imagem eterna do magro que encanta.
Bob Fosse (1927-1987) - a vida repete o cinema - em "All That Jazz", falava de um diretor de cinema e teatro, cardíaco, que morre às vésperas de um espetáculo. Ele também não parou até morrer. Deixou filmes magníficos como "Cabaré".
Rita Haywort (1918-1987) - Desta nem é preciso falar muito. É melhor guardar sua imagem de Gilda, a mulher inesquecível.
Mary Astor (1906-1987) Quem rever (em vídeo) "Relíquia Macabra", de John Huston, com Humprey Bogart, vai dela lembrar-se. Foi uma veterana que veio dos tempos do cinema mudo. Em 1940 ganhou o Oscar de coadjuvante por "A Grande Mentira".
Madelein Carrol (1906-1987) - Quase ninguém registrou sua morte. Inglesa, fez filmes como "Prisioneira de Zenda" e "Os 39 Degraus".
Leon Hirzman - (1938-19870) - Um dos melhores diretores do cinema brasileiro: "Eles Não Usam Black Tie" é um clássico."Maioria Absoluta" (1964), seu primeiro documentário, exibido na abertura do IV FESTRIO, emocionou: é mais atual do que nunca.
John Huston (1906-1987) Morreu (quase) trabalhando. Seu último filme chama-se "Os Mortos", baseado em Joyce. Um dos últimos grandes do cinema.
Danny Kaye (1913-1987) - Que saudades de seus musicais! Os bons tempos da Paramount! Nos últimos anos, Danny se dedicava a campanhas filantrópicas.
Mervyn Le Roy (1900-1987) - Outro dos grandes diretores de Hollywood. Foi produtor de "O Mágico de Oz", descobridor de Lana Turner (em "Esquecer Nunca", 1937) e diretor de filmes famosos como "Quo Vadis".
Richard Marquand (1937-1987) - Um acidente (uma queda num hospital) interrompeu a carreira de um diretor em ascensão: "O Buraco da Agulha", "O Retorno de Jedi" e a última parte de "Guerra nas Estrelas". Deixou um filme inédito, com Bob Dylan: "Wheels of Fire".
Lee Marvin (1937-1987) - O homem mau morreu amado. Um dos melhores coadjuvantes de Hollywood, ganhou o Oscar como ator principal no inesquecível "Dívida de Sangue" (Cat Balou, 65).
Pola Negri (1897-1987) - A polonesa que se tornou diva no cinema mudo alemão e depois em Hollywood. "Madame Bovary" foi seu filme mais famoso. Mas ficou ainda mais famosa por ter sido a última amante de Rodolfo Valentino.
Geraldine Page (1924-1987) - Morreu trabalhando (estava em cartaz na Broadway com Blithe Spirit" e feliz (em abril, finalmente, ganhou o Oscar de melhor atriz por "Regresso a Bountiful", a disposição em vídeo). Por seis vezes havia concorrido ao Oscar e finalmente em 87 lhe fizeram justiça.
Robert Preston (1917-1987) - O público lembra-se dele como o homossexual de "Vítor ou Vitória?" (82). Mas fez muitos musicais na Broadway e o seu maior sucesso foi "T'he Music Man".
Randolph Scott (1903-1987) - Os "mocinhos" também morrem! Um dos últimos cowboys de Hollywood, desde 1931, enfrentou inúmeros duelos e, em 1962, ao lado de outro veterano, Joel McCrea, fez um western nostálgico: "Pistoleiros ao Entardecer" de Sam Peckinpah.
Douglas (1900-1987) - Austríaco, se tornou um mestre nos melodramas da Universal que fizeram milhões de dólares ("Sublime Obsessão", "Palavras ao Vento" e "Imitação da Vida"). A crítica francesa o adorava.
Andy Warhol (1926-1987) - Artista plástico, badalativo foi diretor do cinema underground. Gozador, contratava o diretor Paul Morissey para fazer os filmes, que assinava. Entre eles, "Heat", "Trash , "Flash" e "Frankenstein" (este exibido comercialmente no Brasil).
Roberto Santos (1928-1987) - A morte que deixou a maior culpa na imprensa. Viajou para São Paulo e teve um enfarte ao desembarcar em Cumbica. Entre seus melhores filmes, "O Grande Momento" (58), "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" (66) e "O Homem Nu" (68), da crônica de Fernando Sabino.
LEGENDA FOTO: Fred (na foto com Ginger Rogers): o adeus ao eterno dançarino
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